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terça-feira, 31 de janeiro de 2023

TEXTO LITERÁRIO- EXERCÍCIOS

 

Características do Texto Literário

  • Plurissignificação: as palavras, no texto literário, assumem vários significados. Valoriza Texto -se a linguagem conotativa, ou seja, o sentido figurado.
  • Ficcionalidade: os textos baseiam-se no real, transfigurando-o, recriando-o. Em outras palavras, o alcance da escrita ultrapassa para além do real.
  • Aspecto subjetivo: o texto apresenta, normalmente, o olhar pessoal do artista, suas experiências e emoções.
  • Ênfase na função poética da linguagem: o texto literário manipula a palavra, revestindo-a de caráter artístico. O artista apresenta na obra literária a sua visão perante seus anseios e exerce uma postura diante do mundo e das pretensões humanas.
  • Exercícios

    1. (ENEM) Érico Veríssimo relata, em suas memórias, um episódio da adolescência que teve influência significativa em sua carreira de escritor.

    Lembro-me de que certa noite, eu teria uns quatorze anos, quando muito, encarregaram-me de segurar uma lâmpada elétrica à cabeceira da mesa de operações, enquanto um médico fazia os primeiros curativos num pobre-diabo que soldados da Polícia Municipal haviam carneado. (…) Apesar do horror e da náusea, continuei firme onde estava, talvez pensando assim: se esse caboclo pode aguentar tudo isso sem gemer, por que não hei de poder ficar segurando esta lâmpada para ajudar o doutor a costurar esses talhos e salvar essa vida? (…) 

    Desde que, adulto, comecei a escrever romances, tem-me animado até hoje a ideia de que o menos que o escritor pode fazer, numa época de atrocidades e injustiças como a nossa, é acender a sua lâmpada, fazer luz sobre a realidade de seu mundo, evitando que sobre ele caia a escuridão, propícia aos ladrões, aos assassinos e aos tiranos. Sim, segurar a lâmpada, a despeito da náusea e do horror. Se não tivermos uma lâmpada elétrica, acendamos o nosso toco de vela ou, em último caso, risquemos fósforos repetidamente, como um sinal de que não desertamos nosso posto.

    (VERÍSSIMO, Érico. Solo de Clarineta. Tomo I. Porto Alegre: Editora Globo, 1978.)

    Neste texto, por meio da metáfora da lâmpada que ilumina a escuridão, Érico Veríssimo define como uma das funções do escritor e, por extensão, da literatura,

    a) criar a fantasia.
    b) permitir o sonho.
    c) denunciar o real.
    d) criar o belo.
    e) fugir da náusea.

    2. (ENEM)

    Do pedacinho de papel ao livro impresso vai uma longa distância. Mas o que o escritor quer, mesmo, é isso: ver o seu texto em letra de forma. A gaveta é ótima para aplacar a fúria criativa; ela faz amadurecer o texto da mesma forma que a adega faz amadurecer o vinho. Em certos casos, a cesta de papel é melhor ainda.

    O período de maturação na gaveta é necessário, mas não deve se prolongar muito. ‘Textos guardados acabam cheirando mal’, disse Silvia Plath, (…) que, com esta frase, deu testemunho das dúvidas que atormentam o escritor: publicar ou não publicar? guardar ou jogar fora?

     (Moacyr Scliar. O escritor e seus desafios.)

    Nesse texto, o escritor Moacyr Scliar usa imagens para refletir sobre uma etapa da criação literária. A ideia de que o processo de maturação do texto nem sempre é o que garante bons resultados está sugerida na seguinte frase:

    a) “a gaveta é ótima para aplacar a fúria criativa.”
    b) “em certos casos, a cesta de papel é melhor ainda.”
    c) “o período de maturação na gaveta é necessário, (…).”
    d) “mas o que o escritor quer, mesmo, é isso: ver o seu texto em letra de forma.”
    e) “ela (a gaveta) faz amadurecer o texto da mesma forma que a adega faz amadurecer o vinho.”

    3. (UERJ) Texto para as questões 3 e 4.

      (…) Não resguardei os apontamentos obtidos em largos dias e meses de observação: num momento de aperto fui obrigado a atirá-los na água. Certamente me irão fazer falta, mas terá sido uma perda irreparável?

      Quase me inclino a supor que foi bom privar-me desse material. Se ele existisse, ver-me-ia propenso a consultá-lo a cada instante, mortificar-me-ia por dizer com rigor a hora exata de uma partida, quantas demoradas tristezas se aqueciam ao sol pálido, em manhã de bruma, a cor das folhas que tombavam das árvores, num pátio branco, a forma dos montes verdes, tintos de luz, frases autênticas, gestos, gritos, gemidos. Mas que significa isso?

      Essas coisas verdadeiras não ser verossímeis. E se esmoreceram, deixá-las no esquecimento: valiam pouco, pelo menos imagino que valiam pouco. Outras, porém, conservaram-se, cresceram, associaram-se, e é inevitável mencioná-las. Afirmarei que sejam absolutamente exatas? Leviandade.

      (…) Nesta reconstituição de fatos velhos, neste esmiuçamento, exponho o que notei, o que julgo ter notado. Outros devem possuir lembranças diversas. Não as contesto, mas espero que não recusem as minhas: conjugam-se, completam-se e me dão hoje impressão de realidade (…)

    (RAMOS, Graciliano. Memórias do cárcere. Rio, São Paulo: Record, 1984.)

    O fragmento transcrito expressa uma reflexão do autor-narrador quanto à escrita de seu livro contando a experiência que viveu como preso político, durante o Estado Novo. No que diz respeito às relações entre escrita literária e realidade, é possível depreender, da leitura do texto, a seguinte característica da literatura:

    a) revela ao leitor vivências humanas concretas e reais.
    b) representa uma conscientização do artista sobre a realidade.
    c) dispensa elementos da realidade social exterior à arte literária.
    d) constitui uma interpretação de dados da realidade conhecida.

    4. (UERJ) Por causa da perda das anotações, relatada pelo narrador, o texto é impregnado de dúvidas acerca da exatidão do que será levantado no livro. O trecho que melhor representa um exemplo dessas dúvidas é:

    a) “Quase me inclino a supor que foi bom privar-me desse material”.
    b) “Outras, porém, conservaram-se, cresceram, associaram-se, e é inevitável mencioná-las”.
    c) “neste esmiuçamento, exponho o que notei, o que julgo ter notado”.
    d) “Não as contesto, mas espero que não recusem as minhas”.

    5. (UERJ) A relação entre autor e narrador pode assumir feições diversas na literatura. Pode-se dizer que tal relação tem papel fundamental na caracterização de textos que, a exemplo do livro de Graciliano Ramos, constituem uma autobiografia – gênero literário definido como relato da vida de um indivíduo feito por ele mesmo.

    A partir dessa definição, é possível afirmar que o caráter autobiográfico de uma obra é reconhecido pelo leitor em virtude de:

    a) conteúdo verídico das experiências pessoais e coletivas relatadas;
    b) identidade de nome entre autor, narrador e personagem principal;
    c) possibilidade de comprovação histórica de contextos e fatos narrados;
    d) notoriedade do autor e de sua história junto ao público e à sociedade.

    6 (UERJ-Adaptada) Observe atentamente o trecho transcrito abaixo.

    (…) o objetivo da poesia (e da arte literária em geral) não é o real concreto, o verdadeiro, aquilo que de fato aconteceu, mas sim o verossímil, o que pode acontecer, considerado na sua universalidade.

    (SILVA, Vítor M. de A. Teoria da Literatura. Coimbra: Almedina, 1982.)

    A partir da leitura do fragmento, pode-se deduzir que a obra literária tem o seguinte objetivo:

    a) opor-se ao real para afirmar a imaginação criadora;
    b) anular a realidade concreta para superar contradições aparentes;
    c) construir uma aparência de realidade para expressar dado sentido;
    d) buscar uma parcela representativa do real para contestar sua validade.

    7) (ENEM) Óbito do autor

    _(…) expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério por onze amigos. Onze amigos! Verdade é que não houve cartas nem anúncios. Acresce que chovia – peneirava – uma chuvinha miúda, triste e constante, tão constante e tão triste, que levou um daqueles fiéis da última hora a intercalar esta engenhosa ideia no discurso que proferiu à beira de minha cova:
    – ”Vós, que o conhecestes, meus senhores, vós podeis dizer comigo que a natureza parece estar chorando a perda irreparável de um dos mais belos caracteres que tem honrado a humanidade. Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul como um crepe funéreo, tudo isto é a dor crua e má que lhe rói à natureza as mais íntimas entranhas; tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado.” (….)_

     (Adaptado. Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas.  Ilustrado por Cândido Portinari. Rio de Janeiro: Cem Bibliófilos do Brasil, 1943. p.1.)

    (Portinari)

    Compare o texto de Machado de Assis com a ilustração de Portinari. É correto afirmar que a ilustração do pintor:

    a) apresenta detalhes ausentes na cena descrita no texto verbal.
    b) retrata fielmente a cena descrita por Machado de Assis.
    c) distorce a cena descrita no romance.
    d) expressa um sentimento inadequado à situação.
    e) contraria o que descreve Machado de Assis.

    Veja como resolver essa questão passo-a-passo!

    8. (ENEM)

    Esta manhã acordo e

    não a encontro.

    Britada em bilhões de lascas

    deslizando em correia transportadora

    entupindo 150 vagões

    no trem-monstro de 5 locomotivas

    – trem maior do mundo, tomem nota –

    foge minha serra, vai

    deixando no meu corpo a paisagem

    misero pó de ferro, e este não passa.

    (Carlos Drummond de Andrade. Antologia poética. Rio de Janeiro: Record, 2000)

    A situação poeticamente descrita acima sinaliza, do ponto de vista ambiental, para a necessidade de:

    I- manter-se rigoroso controle sobre os processos de instalação de novas mineradoras.
    II- criarem-se estratégias para reduzir o impacto ambiental no ambiente degradado.
    III- reaproveitarem-se materiais, reduzindo-se a necessidade de extração de minérios.

    É correto o que se afirma em:

    a) apenas em I.
    b) apenas em II.
    c) apenas em I e II.
    d) apenas em II e III.
    e) em I, II e III.

    GABARITO

    1. C

    2. B

    3. D

    4. C

    5. B

    6. C

    7. A

    8. E

sábado, 21 de maio de 2022

Tipos de variação linguística Com exercícios




 As variações de uma língua podem ocorrer por diferentes motivos. 

Eu, por exemplo, andando pelo Brasil, conheci diferentes tipos de variações linguísticas. Muitas vezes fico curiosa, me perguntando como pode pessoas de uma mesma região, de um mesmo estado terem formas tão diferentes de falar. Um exemplo disso são os pernambucanos. Eu vim do interior para a capital, onde tem um sotaque bem diferente. E muitas palavras ditas aqui na capital, no litoral, são desconhecidas das pessoas que vivem no interior ( Sertão pernambucano). Parecem mundos diferentes, pois o vocabulário popular daqui é diferente do de lá.

Conheça a seguir alguns deles:

Diferenças de lugar ou região

Diferenças geográficas têm relação com variação da língua. Por exemplo, algumas cidades do interior usam uma variedade linguística diferente da falada na capital; o  português falado no Sul do país é diferente do falado no Nordeste; o português falado no Brasil é diferente do falado em Portugal e nos países africanos de língua portuguesa, como Angola, Moçambique e Cabo Verde.
As diferenças podem ser de som (pronúncia), de vocabulário e até de construções frasais.


Escolaridade e classe social


A variedade linguística usada por pessoas que não frequentaram ou frequentaram pouco a escola é diferente daquelas pessoas que frequentaram a escola por mais tempo. O conhecimento que prevalece naqueles que não frequentaram a escola é o conhecimento empírico, assim como um vocabulário popular, por não conhecer vocabulário mais trabalhado.


Diferenças históricas


Tente descobrir a resposta da advinha ao lado.
Nos versos ao lado, há duas palavras que atualmente quase não são mais empregadas na língua infantil: cosida e talhada. Cozida é o mesmo que "costurada", e talhada equivale a "cortada. Diferentemente das crianças do passado, que conheciam o sentido dessas palavras, as crianças de hoje provavelmente teriam dificuldades para resolver essa advinha, que, por isso, tende a desaparecer das brincadeiras infantis.




Oralidade e Escrita

Em princípio a língua oral é mais espontânea do que a língua escrita. Na língua oral são mais comuns , por exemplo, as repetições, as quebras na sequência de ideias, problemas de concordância e o uso de expressões de apoio, como né?..., tá ligado?, entendeu?, etc. Já a língua escrita é mais monitorada, pois temos condições de escolher bem as palavras, de corrigir o texto e melhorá-lo até transmitir exatamente o que desejamos.


Formalidade e informalidade: graus de monitoramento

às vezes, mesmo sem perceber, falamos em determinadas situações de modo diferente do habitual, por exemplo, quando falamos em público, quando, em busca de emprego, somos entrevistados, quando conversamos com pessoas mais instruídas do que nós ou com pessoas que ocupam cargo ou posição elevada. Nessas situações, monitoramos mais o que dizemos, evitando gírias, expressões grosseiras e palavras ou expressões que demonstrem intimidade com o interlocutor, como galera, tipo safado, pra caramba, curtir, é um saco, etc. e por isso nossa fala se aproxima mais da norma padrão. Quando isso ocorre, dizemos que a língua apresenta maior grau de formalidade. Quando, entretanto, ela apresenta menor monitoramento, dizemos que a língua é informal.















Fonte: Livro- Gramática, texto, reflexão e uso, de William Cereja e Thereza Cochar.

sexta-feira, 20 de maio de 2022

MATERIAL PARA ESTUDO: APOSTILAS ENEM

  

FONTE DA IMAGEM: https://www.stoodi.com.br/guias/enem/

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ENEM POR ASSUNTO: BIOLOGIA
ENEM POR ASSUNTO: FÍSICA
ENEM POR ASSUNTO: QUÍMICA


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