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terça-feira, 31 de janeiro de 2023

TEXTO LITERÁRIO- EXERCÍCIOS

 

Características do Texto Literário

  • Plurissignificação: as palavras, no texto literário, assumem vários significados. Valoriza Texto -se a linguagem conotativa, ou seja, o sentido figurado.
  • Ficcionalidade: os textos baseiam-se no real, transfigurando-o, recriando-o. Em outras palavras, o alcance da escrita ultrapassa para além do real.
  • Aspecto subjetivo: o texto apresenta, normalmente, o olhar pessoal do artista, suas experiências e emoções.
  • Ênfase na função poética da linguagem: o texto literário manipula a palavra, revestindo-a de caráter artístico. O artista apresenta na obra literária a sua visão perante seus anseios e exerce uma postura diante do mundo e das pretensões humanas.
  • Exercícios

    1. (ENEM) Érico Veríssimo relata, em suas memórias, um episódio da adolescência que teve influência significativa em sua carreira de escritor.

    Lembro-me de que certa noite, eu teria uns quatorze anos, quando muito, encarregaram-me de segurar uma lâmpada elétrica à cabeceira da mesa de operações, enquanto um médico fazia os primeiros curativos num pobre-diabo que soldados da Polícia Municipal haviam carneado. (…) Apesar do horror e da náusea, continuei firme onde estava, talvez pensando assim: se esse caboclo pode aguentar tudo isso sem gemer, por que não hei de poder ficar segurando esta lâmpada para ajudar o doutor a costurar esses talhos e salvar essa vida? (…) 

    Desde que, adulto, comecei a escrever romances, tem-me animado até hoje a ideia de que o menos que o escritor pode fazer, numa época de atrocidades e injustiças como a nossa, é acender a sua lâmpada, fazer luz sobre a realidade de seu mundo, evitando que sobre ele caia a escuridão, propícia aos ladrões, aos assassinos e aos tiranos. Sim, segurar a lâmpada, a despeito da náusea e do horror. Se não tivermos uma lâmpada elétrica, acendamos o nosso toco de vela ou, em último caso, risquemos fósforos repetidamente, como um sinal de que não desertamos nosso posto.

    (VERÍSSIMO, Érico. Solo de Clarineta. Tomo I. Porto Alegre: Editora Globo, 1978.)

    Neste texto, por meio da metáfora da lâmpada que ilumina a escuridão, Érico Veríssimo define como uma das funções do escritor e, por extensão, da literatura,

    a) criar a fantasia.
    b) permitir o sonho.
    c) denunciar o real.
    d) criar o belo.
    e) fugir da náusea.

    2. (ENEM)

    Do pedacinho de papel ao livro impresso vai uma longa distância. Mas o que o escritor quer, mesmo, é isso: ver o seu texto em letra de forma. A gaveta é ótima para aplacar a fúria criativa; ela faz amadurecer o texto da mesma forma que a adega faz amadurecer o vinho. Em certos casos, a cesta de papel é melhor ainda.

    O período de maturação na gaveta é necessário, mas não deve se prolongar muito. ‘Textos guardados acabam cheirando mal’, disse Silvia Plath, (…) que, com esta frase, deu testemunho das dúvidas que atormentam o escritor: publicar ou não publicar? guardar ou jogar fora?

     (Moacyr Scliar. O escritor e seus desafios.)

    Nesse texto, o escritor Moacyr Scliar usa imagens para refletir sobre uma etapa da criação literária. A ideia de que o processo de maturação do texto nem sempre é o que garante bons resultados está sugerida na seguinte frase:

    a) “a gaveta é ótima para aplacar a fúria criativa.”
    b) “em certos casos, a cesta de papel é melhor ainda.”
    c) “o período de maturação na gaveta é necessário, (…).”
    d) “mas o que o escritor quer, mesmo, é isso: ver o seu texto em letra de forma.”
    e) “ela (a gaveta) faz amadurecer o texto da mesma forma que a adega faz amadurecer o vinho.”

    3. (UERJ) Texto para as questões 3 e 4.

      (…) Não resguardei os apontamentos obtidos em largos dias e meses de observação: num momento de aperto fui obrigado a atirá-los na água. Certamente me irão fazer falta, mas terá sido uma perda irreparável?

      Quase me inclino a supor que foi bom privar-me desse material. Se ele existisse, ver-me-ia propenso a consultá-lo a cada instante, mortificar-me-ia por dizer com rigor a hora exata de uma partida, quantas demoradas tristezas se aqueciam ao sol pálido, em manhã de bruma, a cor das folhas que tombavam das árvores, num pátio branco, a forma dos montes verdes, tintos de luz, frases autênticas, gestos, gritos, gemidos. Mas que significa isso?

      Essas coisas verdadeiras não ser verossímeis. E se esmoreceram, deixá-las no esquecimento: valiam pouco, pelo menos imagino que valiam pouco. Outras, porém, conservaram-se, cresceram, associaram-se, e é inevitável mencioná-las. Afirmarei que sejam absolutamente exatas? Leviandade.

      (…) Nesta reconstituição de fatos velhos, neste esmiuçamento, exponho o que notei, o que julgo ter notado. Outros devem possuir lembranças diversas. Não as contesto, mas espero que não recusem as minhas: conjugam-se, completam-se e me dão hoje impressão de realidade (…)

    (RAMOS, Graciliano. Memórias do cárcere. Rio, São Paulo: Record, 1984.)

    O fragmento transcrito expressa uma reflexão do autor-narrador quanto à escrita de seu livro contando a experiência que viveu como preso político, durante o Estado Novo. No que diz respeito às relações entre escrita literária e realidade, é possível depreender, da leitura do texto, a seguinte característica da literatura:

    a) revela ao leitor vivências humanas concretas e reais.
    b) representa uma conscientização do artista sobre a realidade.
    c) dispensa elementos da realidade social exterior à arte literária.
    d) constitui uma interpretação de dados da realidade conhecida.

    4. (UERJ) Por causa da perda das anotações, relatada pelo narrador, o texto é impregnado de dúvidas acerca da exatidão do que será levantado no livro. O trecho que melhor representa um exemplo dessas dúvidas é:

    a) “Quase me inclino a supor que foi bom privar-me desse material”.
    b) “Outras, porém, conservaram-se, cresceram, associaram-se, e é inevitável mencioná-las”.
    c) “neste esmiuçamento, exponho o que notei, o que julgo ter notado”.
    d) “Não as contesto, mas espero que não recusem as minhas”.

    5. (UERJ) A relação entre autor e narrador pode assumir feições diversas na literatura. Pode-se dizer que tal relação tem papel fundamental na caracterização de textos que, a exemplo do livro de Graciliano Ramos, constituem uma autobiografia – gênero literário definido como relato da vida de um indivíduo feito por ele mesmo.

    A partir dessa definição, é possível afirmar que o caráter autobiográfico de uma obra é reconhecido pelo leitor em virtude de:

    a) conteúdo verídico das experiências pessoais e coletivas relatadas;
    b) identidade de nome entre autor, narrador e personagem principal;
    c) possibilidade de comprovação histórica de contextos e fatos narrados;
    d) notoriedade do autor e de sua história junto ao público e à sociedade.

    6 (UERJ-Adaptada) Observe atentamente o trecho transcrito abaixo.

    (…) o objetivo da poesia (e da arte literária em geral) não é o real concreto, o verdadeiro, aquilo que de fato aconteceu, mas sim o verossímil, o que pode acontecer, considerado na sua universalidade.

    (SILVA, Vítor M. de A. Teoria da Literatura. Coimbra: Almedina, 1982.)

    A partir da leitura do fragmento, pode-se deduzir que a obra literária tem o seguinte objetivo:

    a) opor-se ao real para afirmar a imaginação criadora;
    b) anular a realidade concreta para superar contradições aparentes;
    c) construir uma aparência de realidade para expressar dado sentido;
    d) buscar uma parcela representativa do real para contestar sua validade.

    7) (ENEM) Óbito do autor

    _(…) expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério por onze amigos. Onze amigos! Verdade é que não houve cartas nem anúncios. Acresce que chovia – peneirava – uma chuvinha miúda, triste e constante, tão constante e tão triste, que levou um daqueles fiéis da última hora a intercalar esta engenhosa ideia no discurso que proferiu à beira de minha cova:
    – ”Vós, que o conhecestes, meus senhores, vós podeis dizer comigo que a natureza parece estar chorando a perda irreparável de um dos mais belos caracteres que tem honrado a humanidade. Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul como um crepe funéreo, tudo isto é a dor crua e má que lhe rói à natureza as mais íntimas entranhas; tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado.” (….)_

     (Adaptado. Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas.  Ilustrado por Cândido Portinari. Rio de Janeiro: Cem Bibliófilos do Brasil, 1943. p.1.)

    (Portinari)

    Compare o texto de Machado de Assis com a ilustração de Portinari. É correto afirmar que a ilustração do pintor:

    a) apresenta detalhes ausentes na cena descrita no texto verbal.
    b) retrata fielmente a cena descrita por Machado de Assis.
    c) distorce a cena descrita no romance.
    d) expressa um sentimento inadequado à situação.
    e) contraria o que descreve Machado de Assis.

    Veja como resolver essa questão passo-a-passo!

    8. (ENEM)

    Esta manhã acordo e

    não a encontro.

    Britada em bilhões de lascas

    deslizando em correia transportadora

    entupindo 150 vagões

    no trem-monstro de 5 locomotivas

    – trem maior do mundo, tomem nota –

    foge minha serra, vai

    deixando no meu corpo a paisagem

    misero pó de ferro, e este não passa.

    (Carlos Drummond de Andrade. Antologia poética. Rio de Janeiro: Record, 2000)

    A situação poeticamente descrita acima sinaliza, do ponto de vista ambiental, para a necessidade de:

    I- manter-se rigoroso controle sobre os processos de instalação de novas mineradoras.
    II- criarem-se estratégias para reduzir o impacto ambiental no ambiente degradado.
    III- reaproveitarem-se materiais, reduzindo-se a necessidade de extração de minérios.

    É correto o que se afirma em:

    a) apenas em I.
    b) apenas em II.
    c) apenas em I e II.
    d) apenas em II e III.
    e) em I, II e III.

    GABARITO

    1. C

    2. B

    3. D

    4. C

    5. B

    6. C

    7. A

    8. E

sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Orações subordinadas substantivas

 Construindo o conceito


1. A tira é um bom exemplo da intencionalidade discursiva presente nos enunciados.

a) Qual a intencionalidade da fala do dono do cão no 1º, 2º e 4º quadrinhos?

R- O dono do cão quer que o animal vá buscar o jornal para ele.

b) Qual é o sentido da palavra indiretas, no 5º quadrinho?

R- Significa não dizer as coisas de forma direta.

2. Nos dois primeiros quadrinhos, a personagem produz falas que começam com a expressão "seria bom...", no 4º quadrinho, inicia a frase com "seria ruim".

a) O que sugere o 3º quadrinho, sem balão de fala?
R- Sugere que o dono do cão espera um pouco para ver se o animal vai buscar o jornal.

b) O que pode ter feito o cão perceber a intencionalidade da fala do dono?

R- A ameaça de ser trocado por outro cão.

3. Observe e compare estes enunciados:

SERIA BOM/ MEU JORNAL                              SERIA BOM/ LER MEU JORNAL

a)  No primeiro enunciado, há uma oração. Qual é o sujeito dela? Qual é o predicado?

R- O sujeito é meu jornal, e o predicado é seria bom

b) No segundo enunciado, há duas orações. Uma delas desempenha a função de sujeito da outra; e a outra, de predicado. Identifique-as.

R- A oração ler meu jornal desempenha a função de sujeito da oração seria bom, que é o predicado da oração ler meu jornal. 


CONCEITUANDO

No 1º, no 2º e no 4º quadrinhos, temos períodos compostos por subordinação. Observe:

Seria bom                         /                 ler meu jornal agora!

or. principal                                        or. suborndinada


seria bom              /                 saber as notícias

or. principal                       or. subordinada


No dois casos, a oração subordinada equivale a um substantivo com o valor de sujeito. Observe:

Seria bom o jornal                                       Seria bom ler o jornal

VL     PS      sujeito                                         VL    PS     or. subordinada substantiva subjetiva


Assim, as orações " ler meu jornal agora!", "saber as notícias!" e " ter que trocar de cachorro!" são subordinadas porque complementam a oração principal; são substantivas porque equivalem a um substantivo; são subjetivas por serem o sujeito da oração principal.


Oração subordinada substantiva é aquela que tem valor de substantivo e exerce, em relação à oração principal, a função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, complemento nominal ou aposto.

Atenção

As orações subordinadas substantivas são geralmente introduzidas pelas conjunções subordinativas integrantes que e se. Podem também, em alguns casos, ser introduzidas por um pronome indefinido, por um pronome ou advérbio interrogativo ou exclamativo. Veja:


não sei /     se                        /   vendeu sua motocicleta seminova.

                  quem

                  por que

                  como

                  quando

                  onde


Emprego das conjunções integrantes


Quando o verbo da oração principal exprime possibilidade, dúvida ou incerteza, emprega-se a conjunção integrante se. no trecho: " já pensou se alguém acha e lê este diário?" por exemplo, a forma verbal pensou introduz a ação em um plano hipotético; daí o emprego da conjunção integrante se.

Quando o verbo da oração principal exprime certeza, emprega-se a conjunção integrante que . Caso o enunciador quisesse expressar certeza, diria: penso que alguém achou e leu este diário".


Classificação das orações substantivas


As orações subordinadas substantivas podem desempenhar no período as mesmas funções que os substantivos podem exercer nas orações: sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, complemento nominal e aposto. Assim, de acordo com sua função, recebem as seguintes denominações: subjetiva, objetiva direta, objetiva indireta, predicativa, completiva nominal e apositiva.


SUBJETIVA
Exerce a função de sujeito da oração de que depende ou em que se insere:

OBJETIVA DIRETA
Exerce a função de objeto direto do verbo da oração principal

OBJETIVA INDIRETA
Exerce a função de objeto indireto do verbo da oração principal

PREDICATIVA
Exerce a função de predicativo de um termo que é sujeito da oração principal.

COMPLETIVA NOMINAL
Exerce a função de complemento nominal de um substantivo ou adjetivo da oração principal.

APOSITIVA
Exerce a função de aposto de um nome da oração principal.


Observação

Certos verbos (sempre na 3ª pessoa do singular) e certas expressões comumente têm por sujeito uma oração subordinada substantiva: acontecer, constar, cumprir, ocorrer, parecer, convir; sabe-se, conta-se, ficou provado; é bom, é claro, é certo.

Atenção!

Para reconhecer se uma oração é ou não substantiva, podemos utilizar um artifício que quase sempre dá certo. Quando a oração é realmente substantiva, é possível substituí-la por um substantivo ou por um pronome substantivo com isto, isso, aquilo.


A próxima postagem será com os exercícios referentes ao conteúdo.

terça-feira, 28 de junho de 2022

13 filmes para aprender Português ( e Literatura)


 O cinema é um ótimo entretenimento, você não acha?
Atualmente os jovens estudantes estão mais dispesos e longe de buscar alcançar os seus objetivos através da educação. Mas a culpa não é deles, não se sabe ao certo de quem é a culpa... rsrsr
O fato é que o professor precisa estar sempre buscando coisas novas para tornar a aula mais atrativa para seus "pupilos". 
Pensando nisso procurei e encontrei uma pesquisa que mostra 13 filmes que serão de grande valia para o ensino de língua Portuguesa. Então, se você, assim como eu, procura estar sempre se atualizando e procurando métodos mais atrativos para suas aulas, não deixe de ler até o final. Sei que irás gostar!

Estou levando isso para sala de aula, e, acredito estar surtindo efeito, pois eles ( os estudantes) estão amando.



1- Os Inconfidentes (1972)


Lançado por Joaquim Pedro de Andrade, Os Inconfidentes é uma co-produção entre Brasil e Itália que narra a história da Inconfidência Mineira. Um grupo de intelectuais e membros da alta elite brasileira se juntam para libertar o país da opressão portuguesa.

De todos, Tirandentes (José Wilker) é aquele que está disposto a ir até o fim, custe o que custar. O filme foi baseado nos livros Os Autos da Devassa e Romanceiro da Inconfidência. Apresenta a reconstrução do período e influenciou diversas produções literárias.

Além de ilustrar um importante momento da história brasileira, a obra também é interessante por contar acontecimentos políticos que influenciaram fortemente o trabalho de autores como Santa Rita Durão, Tomás Antônio Gonzaga e Basílio da Gama.

Além disso, vale a pena conferir o roteiro de Cecília Meireles, Eduardo Escorel e do próprio Joaquim Pedro de Andrade!


2- Dona flor e seus dois maridos (1976)




A obra de Bruno Barreto é uma adaptação do livro homônimo de Jorge Amado. Dona Flor (Sônia Braga) fica viúva de Vadinho (José Wilker), um verdadeiro malandro. Então, ela resolve se casar com o farmacêutico Teodoro Madureira (Mauro Mendonça).

Acontece que, de repente, ela se sente entediada e passa a chamar pelo antigo marido. Vadinho aparece do além e, assim, Dona Flor começa um relacionamento à três. Os traços da oralidade de Jorge Amado estão muito presentes na película dentro de uma linguagem bem regional.

Não é à toa que ele sempre foi conhecido por manter uma afinidade com a figura popular e levar essa marca para a literatura.

Em 2017, o filme ganhou nova versão com a atuação de Juliana Paes como Dona Flor, Marcelo Faria como Vadinho e Lenadro Hassum como Teodoro.


3- Sociedade dos poetas mortos (1990)



John Keating (Robin Williams) é o novo professor de inglês do tradicional internato no qual foi um aluno brilhante. O ensino é rígido como uma academia militar e, por esse motivo, muitos veem a didática dele como reacionária.

Tudo pelo fato de que Keating é do tipo que entra na sala assoviando, diverte os alunos, pratica aulas ao ar livre, incentiva a criação de poesias espontâneas e estimula a vontade de viver intensamente.

Em uma das aulas, ele pede que os alunos rasguem algumas páginas do livro para que possam pensar por si mesmos. No início, todos relutam. Com o tempo, o grupo começa a gostar de literatura e a sensação de viver a poesia.

Então, certo dia um deles descobre que o professor foi membro da Sociedade dos Poetas Mortos e pede mais informações sobre essa formação. John hesita, mas fala da época em que ele e os colegas costumavam se reunir para estudar poesia em um local secreto.

Isso foi o bastante para que todos quisessem reativar o movimento e deixar as inspirações fluírem. Ao mesmo tempo, os estudantes tiveram que lidar com as adversidades do mundo real.


4- Carlota Joaquina, Princesa do Brasil (1995)




O filme de Carla Camurati é um marco na história do cinema brasileiro. Participou de mais de 40 festivais ao redor do mundo e levou mais de 1,5 milhão de espectadores aos cinemas em 1995.

Com um orçamento modesto para a época, de 600 mil reais, Carlota Joaquina, Princesa do Brasil é estrelado por Marieta Severo e Marco Nanini.

Trata-se de uma obra histórica, mas com um pesado tom satírico, que mostra a vinda da corte portuguesa para o Brasil através do ponto de vista de Carlota Joaquina, a princesa espanhola que foi prometida em casamento a D. João VI quando era uma garota de apenas dez anos de idade. Assim, ela cresceu e construiu seu lugar na então colônia portuguesa.]


5- Central do Brasil (1998)



Uma das obras brasileiras que ficaram famosas no exterior por conta da indicação ao oscar, Central do Brasil mostra a vida simples de Dora (Fernanda Montenegro). Ela é uma ex-professora de português que escreve cartas para as pessoas que não sabem ler nem escrever.

O cenário é a Central do Brasil, no Rio de Janeiro. Certo dia, Dora recebe uma senhora que deseja se comunicar com o marido por escrito. O motivo é que seu filho quer conhecê-lo. Segundos depois de fechar o envelope, a mulher morre atropelada e Dora se sente obrigada a levar o garoto até o pai.

Do ponto de vista da Língua Portuguesa, é interessante observar as partes em que a escritora monta a narrativa das cartas. Além disso, cada pessoa tem um tipo de linguagem: a maioria não teve a oportunidade de frequentar uma escola. Então, vemos vários tipos de expressões tipicamente brasileiras.


6. Auto da Compadecida (2000)




A peça Auto da Compadecida não podia ficar de fora dessa lista. A obra foi escrita por Ariano Suassuna e transformada em uma série que foi transmitida na Globo em janeiro de 1998. O sucesso foi tão grande que o diretor Guel Arraes adaptou para filme em 2000.

A história acontece no interior da Paraíba, conhecida como a “Roliúde Nordestina”. Chicó (Matheus Nachtergaele) e João Grilo (Selton Melo) conseguem um emprego na padaria da cidade.

Quando a cadela do padeiro passa mal, os dois tentam convencer o padre a benzê-la, mas sem sucesso. Depois de fazer uma enorme confusão com a morte do animal, João resolve vender um gato afirmando que ele “descomia” dinheiro. Ou seja, saia dinheiro pela boca.

Ambos também enganam Severino, um cangaceiro perigoso. Eles pedem que ele sopre uma gaita mágica para visitar seu padrinho Padre Cícero, com a garantia de voltar à vida depois.

É evidente o cunho de sátira por meio das características das personagens, assim como a presença marcante dos neologismos mais criativos. A história trabalha o tema religioso da moral católica totalmente focada no contexto nordestino.


7. Memórias Póstumas (2001)



Memórias Póstuma de Brás Cubas, a obra-prima de Machado de Assis, deu origem ao realismo brasileiro em 1881. Mais de um século depois, André Klotzel lança a adaptação para os cinemas, intitulada apenas Memórias Póstumas e estrelada por Reginaldo Faria, Sônia Braga e Marcos Caruso.

O roteiro, assinado por Klotzel ao lado de José Roberto Torero, conta com frases retiradas diretamente do livro, mas com algumas peculiaridades próprias que buscam aproximar o filme ainda mais de sua fonte de inspiração.

Portanto, trata-se de uma produção repleta de ironias e de comicidades. Você vai se divertir enquanto se delicia com esse novo olhar sobre uma das maiores obras da literatura brasileira.

8. Caramuru: A Invenção do Brasil (2001)



Dirigido por Guel Arraes e escrito por ele ao lado de Jorge Furtado, Caramuru: A Invenção do Brasil é baseado no livro homônimo de Santa Rita Durão, que faz parte do arcadismo.

Mas, apesar de contar acontecimentos históricos, o filme investe em uma forte pegada cômica que narra os conflitos entre portugueses e índios de uma forma irreverente.

O jovem Diogo Álvares (Selton Mello) é um talentoso pintor português cujo estilo busca realçar a beleza da realidade. Ele é contratado pelo cartógrafo do rei para ilustrar os mapas que guiariam Pedro Álvares Cabral em suas viagens marítimas.

Entretanto, Diogo envolve-se com Isabelle (Débora Bloch), uma sedutora francesa que frequenta a Corte portuguesa e que rouba o mapa do artista.

Ele, então, é deportado para o Brasil, onde conhece as irmãs índias Paraguaçu (Camila Pitanga) e Moema (Deborah Secco). É o início do primeiro triângulo amoroso da história do país.

9. Poeta de Sete Faces (2002)



O documentário conta a história de Carlos Drummond de Andrade desde os primeiros anos de vida, a mudança para o Rio de Janeiro até o ápice da carreira, ou seja, é imperdível!

Além de apresentar a trajetória de vida do poeta mineiro, o diretor Paulo Thiago disseca as diversas fases de toda a produção literária de um dos maiores gênios do nosso país. Para tanto, o filme é dividido em três partes, acompanhando cada momento de sua vida e carreira.

Assim, o Poeta de Sete Faces registra desde o nascimento de Drummond, na pequena Itabira, em Minas Gerais, até a sua mudança para o Rio de Janeiro, a publicação de seus primeiros livros, sua relação com o modernismo brasileiro de 1922 e o surgimento de seus versos metafóricos e irônicos.

Além disso, é claro, a atuação de Andrade na política e seu uso da literatura como ferramenta de crítica social não ficam de fora.

Para encerrar, o cineasta também explora os prêmios recebidos e a glória alcançada por Drummond, assim como o legado deixado por sua obra na forma de adaptações, memórias e estudos.

10. Dom (2003)



Em Dom, o diretor e roteirista Moacyr Góes presenteia o espectador com uma forma totalmente nova de se relacionar com outra obra-prima da nossa literatura, também de autoria de Machado de Assis.

No filme acompanhamos Bento (Marcos Palmeira), filho de um casal apreciador de Machado e que decide dar ao filho o nome do protagonista de Dom Casmurro. Isso faz com que o garoto cresça sob a sombra do autor carioca, levando-o a tentar incorporar características da personalidade e elementos da vida do personagem em sua própria existência.

A essência do filme encontra-se no romance nascido do reencontro de Bento com sua melhor amiga de infância, Ana Clara — que ele insistia em chamar de Capitu.

11. Língua — Vidas em Português (2004)



Co-produção entre Brasil e Portugal, o documentário Língua — Vidas em Português conta a história desse idioma que embala as vidas de mais de duzentas milhões de pessoas ao redor do mundo.

Poemas escritos, paixões declaradas, desavenças reveladas, segredos descobertos, músicas compostas, piadas declamadas… A Língua Portuguesa acompanha o cotidiano de pessoas no Brasil, em Portugal, em Cabo Verde, no Japão, na França, na Índia, nos Estados Unidos, Moçambique, Angola, entre tantos outros lugares.

Não somente como língua oficial, o Português foi uma língua amplamente difundida pelo mundo durante as Grandes Navegações.

Como resultado, muitos falantes nativos do português fizeram de outros países o seu novo lar.

Para retratar tudo isso, além de personagens anônimos, o documentário também conta com a participação especial de José Saramago, João Ubaldo, Martinho da Vila, Mia Couto e Teresa Salgueiro para trazer um embasamento mais aprofundado compartilhado por pessoas que fizeram da convivência com a Língua Portuguesa o seu modo de viver.

Língua — Vidas em Português mostra nosso idioma falado em vários cantos do mundo, permitindo que conheçamos as peculiaridades de cada grupo de falantes e as formas com que o idioma se adapta e evolui.

12. Narradores de Javé (2004)



O filme foi rodado no interior da Bahia, na cidade de Gameleiro da Lapa. Conta a história de uma localidade chamada Javé. Tudo está prestes a ser totalmente destruído por conta de uma autorização para a construção de uma usina hidrelétrica.

Os habitantes procuram uma solução para o problema e decidem se unir para escrever a história do vilarejo, já que não havia nenhum registro que comprovasse a existência daquele lugar.

Acontece que a maioria dos habitantes é analfabeta. O personagem de Antônio Biá, vivido por José Dumont, recebe a importante missão de colocar o plano em prática. Afinal, é o único que sabe ler.

Então, ele bate na porta de cada morador para coletar as informações necessárias. Durante as entrevistas, é possível perceber as características daquela comunidade, cultura, costumes e a identidade marcante de um grupo social. Uma boa dica para quem deseja se aprofundar na construção da língua.


13. Dentro da casa (2013)




Germain (Fabrice Luchini) é um professor de literatura que sente uma enorme frustração pela mediocridade dos alunos. Ele se surpreende com a redação de Claude (Ernest Umhauer), texto que relata os problemas pessoais de um colega de sala.

Ao mesmo tempo em que aprende literatura, o aluno escreve a sequência de uma verdadeira obra que ganha descrições poéticas sob o seu olhar. O grande dilema do filme é essa reflexão sobre o certo e o errado: o professor deve incentivar a liberdade criativa do garoto ou censurá-lo?

A história preza muito mais pelas palavras que pelas formas. O comportamento do professor mostra o tamanho da influência da ficção também na visão de espectador. Acontece que consequências reais são ignoradas em nome de uma boa história. Qual o limite da escrita? Ela deveria ter um? Muitas perguntas pairam no ar.


Viu como é interessante mergulhar no mundo dos filmes, e não é só intretenimento, mas também conhecimento. 




O mérito dessa bela pesquisa não é da pessoa que vos fala e sim de:


Autor

Luiza Drubscky




Fonte: https://rockcontent.com/br/talent-blog/lingua-portuguesa/

sábado, 4 de junho de 2022

Exercícios de Período simples e período composto com vídeo-aulas com o professor Noslen



Período Simples











Período composto por coordenação




Período é a frase organizada em uma ou mais orações, podendo ser 
Simples: Quando constituído de uma única oração.
Composto: Quando constituído de duas ou mais orações.

Período simples é um enunciado de sentido completo construído com uma oração absoluta, ou seja, apenas um verbo. A gramática normativa da língua portuguesa prevê, além da frase e da oração, outro tipo de unidade sintática: o período. O período é um enunciado com sentido completo construído por uma ou mais orações.


Exemplos:

O amor é eterno.
As plantas necessitam de cuidados especiais.
Quero aquelas rosas.
O tempo é o melhor remédio.


Período Composto

É aquele constituído por duas ou mais orações.

Exemplos:

Quando você partiu minha vida ficou sem alegrias.
Quero aquelas flores para presentear minha mãe.
Vou gritar para todos ouvirem que estou sabendo o que acontece ao anoitecer.
Chegueijantei e fui dormir.

Saiba que:

Como toda oração está centrada num verbo ou numa locução verbal, a maneira prática de saber quantas orações existem num período é contar os verbos ou locuções verbais.

Na próxima postagem trarei Classificação do sujeito e exercícios 


Fontes:
https://www.youtube.com/c/ProfessorNoslen
https://www.soportugues.com.br/


Exercícios

Vamos ver se conseguirmos entender as diferenças entre os tipos de período?

1 – (ENEM-2009) TEXTO:

Manuel Bandeira

Filho de engenheiro, Manuel Bandeira foi obrigado a
abandonar os estudos de arquitetura por causa da tuberculose.
Mas a iminência da morte não marcou de forma lúgubre sua
obra, embora em seu humor lírico haja sempre um toque de
funda melancolia, e na sua poesia haja sempre um certo toque
de morbidez, até no erotismo.
Tradutor de autores como Marcel Proust e William
Shakespeare, esse nosso Manuel traduziu mesmo foi a nostalgia
do paraíso cotidiano mal idealizado por nós, brasileiros, órfãos
de um país imaginário, nossa Cocanha perdida, Pasárgada.
Descrever seu retrato em palavras é uma tarefa impossível,
depois que ele mesmo já o fez tão bem em versos.
Revista Língua Portuguesa, n° 40, fev. 20

A coesão do texto é construída principalmente a partir do (a)

(A) repetição de palavras e expressões que entrelaçam as informações apresentadas no texto.
(B) substituição de palavras por sinônimos como “lúgubre” e
“morbidez”, “melancolia” e “nostalgia”.
(C) emprego de pronomes pessoais, possessivos e
demonstrativos: “sua”, “seu”, “esse”, “nosso”, “ele”.
(D) emprego de diversas conjunções subordinativas que articulam
as orações e períodos que compõem o texto.
(E) emprego de expressões que indicam sequência, progressividade, como “iminência”, “sempre”, “depois”.

2 – (FGV) Leia atentamente: “O vigilante guarda-noturno e o seu valente auxiliar, nunca esmoreceram no cumprimento do dever.” No período acima, a vírgula está mal colocada, pois separa:

a) o sujeito e o objeto direto.

b) o sujeito e o predicado.

c) a oração principal e a oração subordinada.

d) o sujeito e o seu adjunto adnominal.

e) o predicado e o objeto direto.

3 – (FGV) Leia atentamente: “A maior parte dos funcionários classificados no último concurso, optou pelo regime de tempo integral.” Na frase acima, há um erro de pontuação, pois a vírgula está separando de modo incorreto:

a) o sujeito e o predicado.

b) o aposto e o objeto direto.

c) o adjunto adnominal e o predicativo do sujeito.

d) o sujeito e o predicativo do objeto direto.

e) o objeto indireto e o complemento da agente da passiva.

4 – (FUVEST) Classifique as orações em destaque do período seguinte: “Ao analisar o desempenho da economia brasileira, os empresários afirmaram que os resultados eram bastante razoáveis, uma vez que a produção não aumentou, mas também não caiu.”

a) principal, subordinada adverbial final.

b) principal, subordinada substantiva objetiva direta.

c) subordinada adverbial temporal, subordinada adjetiva restritiva.

d) subordinada adverbial temporal, subordinada objetiva direta.

e) subordinada adverbial temporal, subordinada substantiva subjetiva.

Gabarito:

1 – Alternativa C. A coesão é revelada por meio de marcas linguísticas presentes na estrutura sequencial do texto. Ela estabelece a relação semântica entre elementos do texto que são cruciais para a sua interpretação. Nesse sentido, como os pronomes pessoais são palavras que têm sua carga semântica plena apenas quando relacionadas a um substantivo, significa que nunca têm autonomia e, por referir-se a outro termo, tornam-se peça fundamental na arquitetura de um texto.
2 – Alternativa B
3 – Alternativa A
4 – Alternativa D

Exercícios fonte:
https://blogdoenem.com.br/tipos-de-periodo-simples-e-composto-portugues-enem/