sábado, 28 de maio de 2022

Violência nas escolas de Educação Básica ( conteúdo para professores)

 


Infelizmente, o pós pandemia nos traz um "surto" de violência contra professores, colegas, gestão, nas escolas...

Mas essa falta de bom comportamento não está totalmente atrelado ao pós pandemia. É sabido, que há muito tempo esse tipo de coisa vem acontecendo e se agravando cada vez mais.
Os adolescentes e jovens estão a cada dia mais libertinos, cheios de direitos e vontades.
Uma coisa é fato: os direitos das crianças, jovens e adolescentes são assegurados, porém não está sendo exigido o cumprimento dos deveres.
Entende-se que os direitos humanos só dá ênfase aos direitos, mas e os deveres? Porque é justamente isso que está acontecendo nas escolas brasileiras. As crianças e adolescente se valem dos seus direitos garantidos para cometer graves erros contra a sociedade, contra a comunidade escolar e contra si próprios, pois não é exigido pelas autoridades legais, o cumprimento desses deveres.
A autora que vos fala é totalmente a favor da segurança das crianças, jovens e adolescentes. Precisamos assegurar os seus direitos, que muitas vezes são tirados, violados e não exercidos, porém precisamos estar alinhados e entrelaçado aos direitos, que venham os deveres:


-Dever de respeitar professores, colegas e os mais velhos;

- Dever de manter a limpeza, que foi feita na hora da entrada na escola;

-Dever de Assistir às aulas;

_Dever de zelar pelo patrimônio público;

-Dever de não destruir livros e materiais entregues a eles, para que possam ser passado aos outros no próximo ano;

- Dever de não soltar bombas nas escolas;

-Dever de ouvir;

-Dever de participar das aulas;

- Entre tantos deveres que poderiam ser listados aqui...


Acredita-se que se os direitos são assegurados, o deveres devem ser cumpridos.

Não é uma coisa ruim, não é difícil.

Ultimamente os valores estão invertidos na nossa sociedade. Ajudar a mãe em casa com os afazeres se tornou trabalho infantil. Quando o jovem se torna adulto não sabe fazer nada para sobreviver sozinho, porque não podia "trabalhar" quando mais jovem. Acredito que para se caracterizar como trabalho infantil teria que ser um trabalho mesmo como suprir a família com a atividade que faz, deixar de estudar para trabalhar, não ter tempo para lazer, etc. Mas ao ajudar a secar ou guardar uma louça, por exemplo, é apenas aprendendo a se cuidar, ajudando em algo que é benefício para si próprio, e não vai atrapalhar em nada o seu desenvolvimento. Sei que em muitas famílias isso acontece de forma tranquila, mas em outras, pode gerar brigas e mal estar entre os membros da mesma.

Mas voltando para a sala de aula, ultimamente os estudantes estão agindo de forma a deixar os profissionais da educação com medo. Sim! Com medo!

Temos visto várias reportagens e postagens, nas redes sociais, onde apontam jovens indo aos limites, chegando ao ponto de agredir professores e gestores em escolas públicas e privadas, por motivos, muitas vezes, banais. O último caso que pude observar foi de um jovem que foi até a diretoria reclamar da falta de merenda na escola, e, acabou agredindo fisicamente a diretora, que chegou a desmaiar com as agressões física . Sabe-se que muitos desses estudantes não se alimentam direito em casa, ou por não ter mesmo ou porque o que tem em casa não é suficiente, mas isso não justifica agredir os funcionários da escola, pois todos que ali trabalham estão em cumprimento do seu dever.
Nessas horas é que pensamos em como as leis têm brechas

pois:  DESACATO ao funcionário público é crime previsto pelo artigo 331 do Código Penal. Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

Mas  o ECA traz também :

ECA - Lei nº 8.069 de 13 de Julho de 1990

Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências.
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Então, o que prevalece aí??

Acredita-se que seria interessante formações para ambos, para chegarmos em um consenso.
Garantir os direitos da criança e do adolescente e também do servidor público.



Em pesquisas feitas para fins de comparação, em anos anteriores a 2000, os jovens eram bem mais felizes, ou pelo menos não demonstravam tanta agressividade com os colegas, professores, pais e responsáveis.
As brincadeiras eram mais saudáveis, não havia tantos casos de depressão e ansiedade.

Sabemos que os tempos mudaram, as pessoas já não pensam da mesma forma, as informações chegam muito rápido atualmente e é tudo muito imediato, talvez por isso a impaciência dos mais jovens, porque estão acostumados a ter tudo de imediato, quando se trata de aguardar não sabem lidar com a espera.
Na verdade as crianças e adolescentes da atualidade não sabem lidar com muitos sentimentos que surgem. 

A fundação Oswaldo Cruz disponibilizou um artigo sobre 

Saúde mental: especialistas falam sobre os desafios no cuidado de jovens e adolescentes

Veja um trecho desse artigo:

Em ‘Nota de Alerta’ direcionada aos pediatras, a SBP informa que a temática que já estava tomando proporções alarmantes antes mesmo da crise sanitária se tornou central devido a diversos fatores, como o estresse da pandemia, o pânico disseminado, a desinformação, a desorganização das atividades pedagógicas e de convívio familiar e social, a impossibilidade de encontros presenciais com os amigos e parentes, a interrupção dos esportes coletivos e a incapacidade dos adultos de atender às necessidades emocionais fundamentais para o seu desenvolvimento saudável. “Na atual pandemia, pediatras têm atendido solicitações de famílias que descrevem o surgimento de insônia, anorexia, crises de ansiedade ou depressão em seus filhos. Algumas vezes, podem reaparecer comportamentos já superados pela criança, como urinar na cama (enurese) ou pedir para dormir com os pais. Mesmo crianças bem pequenas podem ser afetadas pela quebra abrupta na rotina, devido ao fechamento das creches e escolas, e pelas mudanças no comportamento dos adultos e no ritmo da casa ”, informa o texto.
 

Para Gabriela Mora, da Unicef, a escola é um local privilegiado de observação do que está acontecendo no dia-a-dia dos adolescentes e crianças. “A escola é um lócus que precisa ser trabalhado no seu potencial para que aproveite cada vez mais essa capacidade de observação sobre um comportamento que seja diferente. As pessoas que estão ali no dia-a-dia com os adolescentes e com as crianças muitas vezes vão perceber primeiro quando algo não está legal, quando alguém está se sentindo afetado no seu bem estar”, indica.

Mas ela reflete que não é possível a escola dar conta de tudo, uma vez que os profissionais da educação já estão sobrecarregados com suas funções cotidianas. “É importante que eles saibam e tenham onde se vincular, que não estejam sozinhos nessa batalha de promoção de saúde mental, mas que consigam se vincular dentro da comunidade com esses outros serviços de assistência à saúde, para que, de forma intersetorial, consigam encontrar esses caminhos para promoção da saúde mental”, afirma Mora.

Fonte: https://portal.fiocruz.br/noticia/saude-mental-especialistas-falam-sobre-os-desafios-no-cuidado-de-jovens-e-adolescentes

O ruim é que muitas famílias depositam tanta confiança na escola, que esquecem seus papéis de educadores, de formadores, tanto quanto ou mais que os professores, que os recebem nas escolas.
Se os pais e/ou responsáveis se veem com dificuldades de educar 1, 2 ou 3 filhos, imagina a escola com 45 ou 50 por turma!!
Se torna um trabalho muito complicado, pois muitos que estão ali dentro daquelas salas de aula vêm de famílias desestruturadas, famílias agressivas, famílias sem nenhuma estabilidade emocional, o que acaba passando para a criança, que chega a passar mal e não sabe nem explicar o que está sentindo...

A família precisa andar de mãos dadas com a escola, para que seja garantida a educação desses jovens, que são o futuro do nosso país.



Um pouco mais sobre o assunto:
Violência nas escolas

Cartilhaorienta profissionais a lidar com a violência escolar

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