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terça-feira, 5 de abril de 2016

Recursos estilísticos- Figuras de linguagem, de pensamento etc.



Figuras de Linguagem

São recursos que tornam as mensagens que emitimos mais expressivas. Subdividem-se em figuras de som,figuras de palavrasfiguras de pensamento e figuras de construção.
Classificação das Figuras de Linguagem
Observe:


1) Fernanda acordou às sete horas, Renata às nove horas, Paula às dez e meia.
2) "Quando Deus fecha uma porta, abre uma janela."
3) Seus olhos eram luzes brilhantes.

Nos exemplos acima, temos três tipos distintos de figuras de linguagem:
Exemplo 1: há o uso de uma construção sintética ao deixar subentendido, na segunda e na terceira frase, um termo citado anteriormente - o verbo acordar. Repare que a segunda e a última frase do primeiro exemplo devem ser entendidas da seguinte forma: "Renata acordou às nove horas, Paula acordou às dez e meia. Dessa forma, temos uma figura de construção ou de sintaxe.
Exemplo 2: a ideia principal do ditado reside num jogo conceitual entre as palavras fecha e abre, que possuem significados opostos. Temos, assim, uma figura de pensamento.
Exemplo 3: a força expressiva da frase está na associação entre os elementos olhos luzes brilhantes. Essa associação nos permite uma transferência de significados a ponto de usarmos "olhos" por "luzes brilhantes". Temos, então, uma figura de palavra.

Figura de Palavra

A figura de palavra consiste na substituição de uma palavra por outra, isto é, no emprego figuradosimbólico, seja por uma relação muito próxima (contiguidade), seja por uma associação, uma comparação, uma similaridade. Esses dois conceitos básicos - contiguidade similaridade - permitem-nos reconhecer dois tipos de figuras de palavras: a metáfora e a metonímia.

Metáfora

A metáfora consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão em lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em virtude da circunstância de que o nosso espírito as associa e depreende entre elas certas semelhanças. É importante notar que a metáfora tem um caráter subjetivo momentâneo; se a metáfora se cristalizar, deixará de ser metáfora e passará a ser catacrese (é o que ocorre, por exemplo, com "pé de alface", "perna da mesa", "braço da cadeira").
Obs.: toda metáfora é uma espécie de comparação implícita, em que o elemento comparativo não aparece.
Observe a gradação no processo metafórico abaixo:


Seus olhos são como luzes brilhantes.
O exemplo acima mostra uma comparação evidente, através do emprego da palavra como.
Observe agora:


Seus olhos são luzes brilhantes.
Nesse exemplo não há mais uma comparação (note a ausência da partícula comparativa), e sim um símile, ou seja, qualidade do que é semelhante.
Por fim, no exemplo:


As luzes brilhantes olhavam-me.
Há substituição da palavra olhos por luzes brilhantes. Essa  é a verdadeira metáfora.
Observe outros exemplos:
1) "Meu pensamento é um rio subterrâneo." (Fernando Pessoa)
Nesse caso, a metáfora é possível na medida em que o poeta estabelece relações de semelhança entre um rio subterrâneo e seu pensamento (pode estar relacionando a fluidez, a profundidade, a inatingibilidade, etc.).
2) Minha alma é uma estrada de terra que leva a lugar algum.
Uma estrada de terra que leva a lugar algum é, na frase acima, uma metáfora. Por trás do uso dessa expressão que indica uma alma rústica e abandonada (e angustiadamente inútil), há uma comparação subentendida: Minha alma é tão rústica, abandonada (e inútil) quanto uma estrada de terra que leva a lugar algum.

Metonímia

A metonímia consiste em empregar um termo no lugar de outro, havendo entre ambos estreita afinidade ou relação de sentido. Observe os exemplos abaixo:


1 - Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis(= Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis.)

2 - Inventor pelo invento: Édson ilumina o mundo. (= As lâmpadas iluminam o mundo.)

3 - Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te afastes da cruz. (= Não te afastes da religião.)

4 - Lugar pelo produto do lugar: Fumei um saboroso havana. (= Fumei um saboroso charuto.)

5 - Efeito pela causa: Sócrates bebeu a  morte. (= Sócrates tomou veneno.)

6 - Causa pelo efeito: Moro no campo e como do meu trabalho. (= Moro no campo e como o alimento que produzo.)

7 - Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice todo. (= Bebeu todo o líquido que estava no cálice.)

8 - Instrumento pela pessoa que utiliza: Os microfones foram atrás dos jogadores. (= Os repórteres foram atrás dos jogadores.)

9 - Parte pelo todo: Várias pernas passavam apressadamente. (= Várias pessoas passavam apressadamente.)

10 -  Gênero pela espécie: Os mortais pensam e sofrem nesse mundo. (= Os homens pensam e sofrem nesse mundo.)

11 -  Singular pelo plural: A mulher foi chamada para ir às ruas na luta por seus direitos. (= As mulheresforam chamadas, não apenas uma mulher.)

12 - Marca pelo produto: Minha filha adora danone. (= Minha filha adora o iogurte que é da marca danone.)

13 - Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. (= Alguns astronautas foram à Lua.)

14 - Símbolo pela coisa simbolizada: A balança penderá para teu lado. (= A justiça ficará do teu lado.)

Saiba que:
Atualmente, não se faz mais a distinção entre metonímia e sinédoque (emprego de um termo em lugar de outro), havendo entre ambos relação de extensão. Por ser mais abrangente, o conceito de metonímia prevalece sobre o de sinédoque.

Catacrese

Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso contínuo, cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, toma-se outro "emprestado". Assim, passamos a empregar algumas palavras fora de seu sentido original.
Exemplos:


"asa da xícara""batata da perna"
"maçã do rosto""pé da mesa"
"braço da cadeira""coroa do abacaxi"

Perífrase
Trata-se de uma expressão que designa um ser através de alguma de suas características ou atributos, ou de um fato que o celebrizou. Veja o exemplo:
A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua atraindo visitantes do mundo todo.
Obs.: quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o nome de antonomásia.
Exemplos:


O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida praticando o bem.
O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito jovem.
O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções.

Sinestesia
Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido.
Exemplos:



Um grito áspero revelava tudo o que sentia. (grito = auditivo; áspero = tátil)
No silêncio negro do seu quarto, aguardava os acontecimentos. (silêncio = auditivo; negro = visual)
Figuras de Pensamento

Dentre as figuras de pensamento, as mais comuns são:

Antítese

Consiste na utilização de dois termos que contrastam entre si. Ocorre quando há uma aproximação de palavras ou expressões de sentidos opostos. O contraste que se estabelece serve, essencialmente, para dar uma ênfase aos conceitos envolvidos que não se conseguiria com a exposição isolada dos mesmos. Observe os exemplos:
"O mito é o nada que é tudo." (Fernando Pessoa)
O corpo é grande e a alma é pequena.
"Quando um muro separa, uma ponte une."
"Desceu aos pântanos com os tapires; subiu aos Andes com os condores." (Castro Alves)
Felicidade tristeza tomaram conta de sua alma.

Paradoxo

Consiste numa proposição aparentemente absurda, resultante da união de ideias contraditóriasVeja o exemplo:
Na reunião, o funcionário afirmou que o operário quanto mais trabalha mais tem dificuldades econômicas.
Eufemismo

Consiste em empregar uma expressão mais suave, mais nobre ou menos agressiva, para comunicar alguma coisa áspera, desagradável ou chocante.
Exemplos:
Depois de muito sofrimento, entregou a alma ao Senhor. (= morreu)
O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (= roubou)
Fernando faltou com a verdade. (= mentiu)
Ironia

Consiste em dizer o contrário do que se pretende ou em satirizar, questionar certo tipo de pensamento com a intenção de ridicularizá-lo, ou ainda em  ressaltar algum aspecto passível de crítica. A ironia deve ser muito bem construída para que cumpra a sua finalidade; mal construída, pode passar uma ideia exatamente oposta à desejada pelo emissor. Veja os exemplos abaixo:
Como você foi bem na última prova, não tirou nem a nota mínima!
Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que estão por perto.

Hipérbole

É a expressão intencionalmente exagerada com o intuito de realçar uma ideia. Exemplos:
Faria isso milhões de vezes se fosse preciso.
"Rios te correrão dos olhos, se chorares." (Olavo Bilac)

Prosopopeia ou Personificação

Consiste em atribuir ações ou qualidades de seres animados a seres inanimados, ou características humanas a seres não humanos. Observe os exemplos:
As pedras andam vagarosamente.
O livro é um mudo que fala, um surdo que ouve, um cego que guia.
A floresta gesticulava nervosamente diante da serra.
O vento fazia promessas suaves a quem o escutasse.
Chora, violão.

Apóstrofe

   Consiste na "invocação" de alguém ou de alguma coisa personificada, de acordo com o objetivo do discurso que pode ser poético, sagrado ou profano. Caracteriza-se pelo chamamento do receptor da mensagem, seja ele imaginário ou não. A introdução da apóstrofe interrompe a linha de pensamento do discurso, destacando-se assim a entidade a que se dirige e a ideia que se pretende pôr em evidência com tal invocação.  Realiza-se por meio do vocativo. Exemplos:
Moça, que fazes aí parada?
"Pai Nosso, que estais no céu..."

"Liberdade, Liberdade,
Abre as asas sobre nós,
Das lutas, na tempestade,
Dá que ouçamos tua voz..." (Osório Duque Estrada)

Gradação

   Consiste em dispor as ideias por meio de palavras, sinônimas ou não, em ordem crescente ou decrescente. Quando a progressão é ascendente, temos o clímax; quando é descendente, o anticlímax. Observe este exemplo:
Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Joana com seus olhos claros e brincalhões...
O objetivo do narrador é mostrar a expressividade dos olhos de Joana. Para chegar a esse detalhe, ele se refere ao céu, à terra, às pessoas e, finalmente, a Joana e seus olhos. Nota-se que o pensamento foi expresso em ordem decrescente de intensidade. Outros exemplos:
"Vive só para mim, só para a minha vida, só para meu amor". (Olavo Bilac)
"O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, colheu-se." (Padre Antônio Vieira)
Figuras de Construção ou Sintáticas

As figuras de construção ocorrem quando desejamos atribuir maior expressividade ao significado. Assim, a lógica da frase é substituída pela maior expressividade que se dá ao sentido.

Elipse

Consiste na omissão de um ou mais termos numa oração que podem ser facilmente identificados, tanto por elementos gramaticais presentes na própria oração, quanto pelo contexto. Exemplos:
1) A cada um o que é seu. (Deve se dar a cada um o que é seu.)
2) Tenho duas filhas, um filho e amo todos da mesma maneira. (Nesse exemplo, as desinências verbais de tenho amo permitem-nos a identificação do sujeito em elipse "eu".)
3) Regina estava atrasada. Preferiu ir direto para o trabalho. (Ela, Regina, preferiu ir direto para o trabalho, pois estava atrasada.)
4) As rosas florescem em maio, as margaridas em agosto. (As margaridas florescem em agosto.)

Zeugma

Zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é feita a omissão de um termo já mencionado anteriormente. Exemplos:
Ele gosta de geografia; eu, de português.
Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, só móveis modernos.
Ela gosta de natação; eu, de vôlei.
No céu há estrelas; na terra, você.

Silepse

A silepse é a concordância que se faz com o termo que não está expresso no texto, mas sim com a ideia que ele representa. É uma concordância anormal, psicológica, espiritual, latente, porque se faz com um termo oculto, facilmente subentendido. Há três tipos de silepse: de gênero, número e pessoa.
    Silepse de Gênero
    Os gêneros são masculino feminino. Ocorre a silepse de gênero quando a concordância se faz com a ideia que o termo comporta. Exemplos:
    1) A bonita Porto Velho sofreu mais uma vez com o calor intenso.
    Nesse caso, o adjetivo bonita não está concordando com o termo Porto Velho, que gramaticalmente pertence ao gênero masculino, mas com a ideia contida no termo (a cidade de Porto Velho).

    2) Vossa excelência está preocupado.
    Nesse exemplo, o adjetivo preocupado concorda com o sexo da pessoa, que nesse caso é masculino, e não com o termo Vossa excelência.

    Silepse de Número
    Os números são singular plural. A silepse de número ocorre quando o verbo da oração não concorda gramaticalmente com o sujeito da oração, mas com a ideia que nele está contida. Exemplos:
    procissão saiu. Andaram por todas as ruas da cidade de Salvador.
    Como vai a turmaEstão bem?
    povo corria por todos os lados e gritavam muito alto.

    Note que nos exemplos acima, os verbos andaramestão gritavam não concordam gramaticalmente com os sujeitos das orações (que se encontram no singular, procissãoturma povo, respectivamente), mas com a ideia de pluralidade que neles está contida. Procissão, turma e povo dão a ideia de muita gente, por isso que os verbos estão no plural.
    Silepse de Pessoa
    Três são as pessoas gramaticais: a primeira, a segunda e a terceira. A silepse de pessoa ocorre quando há um desvio de concordância. O verbo, mais uma vez, não concorda com o sujeito da oração, mas sim com a pessoa que está inscrita no sujeito.
    Exemplos:
    O que não compreendo é como os brasileiros persistamos em aceitar essa situação.
    Os agricultores temos orgulho de nosso trabalho.
    "Dizem que os cariocas somos poucos dados aos jardins públicos." (Machado de Assis)

    Observe que os verbos persistamostemos e somos não concordam gramaticalmente com os seus sujeitos (brasileirosagricultores e cariocas que estão na terceira pessoa), mas com a ideia que neles está contida (nós, os brasileiros, os agricultores e os cariocas).

Polissíndeto / Assíndeto

Para estudarmos essas duas figuras de construção, é necessário recordar um conceito estudado em sintaxe sobre período composto. No período composto por coordenação, podemos ter orações sindéticas ou assindéticas. A oração coordenada ligada por uma conjunção (conectivo) é sindética; a oração que não apresenta conectivo é assindética.
Recordado esse conceito, podemos definir as duas figuras de construção:

1) Polissíndeto

É uma figura caracterizada pela repetição enfática dos conectivos. Observe o exemplo:
"Falta-lhe o solo aos pés: recua e corre, vacila grita, luta ensanguenta, rola, tomba, se espedaça, morre." (Olavo Bilac)

"Deus criou o sol e a lua e as estrelas. E fez o homem e deu-lhe inteligência e fê-lo chefe da natureza.

2) Assíndeto

É uma figura caracterizada pela ausência, pela omissão das conjunções coordenativas, resultando no uso de orações coordenadas assindéticas. Exemplos:
Tens casa, tens roupa, tens amor, tens família.
"Vim, vi, venci." (Júlio César)

Pleonasmo

Consiste na repetição de um termo ou ideia, com as mesmas palavras ou não. A finalidade do pleonasmo é realçar a ideia, torná-la mais expressiva. Veja este exemplo:
O problema da violência, é necessário resolvê-lo logo.
Nesta oração, os termos "o problema da violência" e "lo" exercem a mesma função sintática: objeto direto. Assim, temos um pleonasmo do objeto direto, sendo o pronome "lo" classsificado como objeto direto pleonástico.

Outro exemplo:
Aos funcionários, não lhes interessam tais medidas.
Aos funcionários, lhes = Objeto Indireto
Nesse caso, há um pleonasmo do objeto indireto, e o pronome "lhes" exerce a função de objeto indireto pleonástico.

Exemplos:
"Vi, claramente visto, o lumo vivo." (Luís de Camões)

"Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal." (Fernando Pessoa)

"E rir meu riso." (Vinícius de Moraes)

"O bicho não era um cão,

Não era um gato,

Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem." (Manuel Bandeira)

Observação: o pleonasmo só tem razão de ser quando confere mais vigor à frase; caso contrário, torna-se um pleonasmo vicioso. Exemplos:
Vi aquela cena com meus próprios olhos.
Vamos subir para cima.

Anáfora

É a repetição de uma ou mais palavras no início de várias frases, criando assim, um efeito de reforço e de coerência. Pela repetição, a palavra ou expressão em causa é posta em destaque, permitindo ao escritor valorizar determinado elemento textual. Os termos anafóricos podem muitas vezes ser substituídos por pronomes relativos. Assim, observe o exemplo abaixo:
Encontrei um amigo ontem. Ele disse-me que te conhecia. O termo ele é um termo anafórico, já que se refere a um amigo anteriormente referido. Observe outro exemplo:
"Se você gritasse
Se você gemesse,
Se você tocasse
a valsa vienense
Se você dormisse,
Se você cansasse,
Se você morresse...
Mas você não morre,
Você é duro José!" (Carlos Drummond de Andrade)

Anacoluto

Consiste na  mudança da construção sintática no meio da frase, ficando alguns termos desligados do resto do período. Veja o exemplo:
Esses alunos da escola, não se pode duvidar deles.
A expressão "esses alunos da escola" deveria exercer a função de sujeito. No entanto, há uma interrupção da frase e essa expressão fica à parte, não exercendo nenhuma função sintática. O anacoluto também é chamado de "frase quebrada", pois corresponde a uma interrupção na sequência lógica do pensamento.
Exemplos:
Alexandre, as coisas não lhe estão indo muito bem.
velha hipocrisia, recordo-me dela com vergonha. (Camilo Castelo Branco)

Obs.: o  anacoluto deve ser usado com finalidade expressiva em casos muito especiais. Em geral, deve-se evitá-lo.

Hipérbato / Inversão

É a inversão da estrutura frásica, isto é, a inversão da ordem direta dos termos da oração. Exemplos:
São como cristais as palavras. (Na ordem direta seria: As palavras são como cristais.)
Dos meus problemas cuido eu! (Na ordem direta seria: Eu cuido dos meus problemas.)
Vícios de Linguagem

   Ao contrário das figuras de linguagem, que representam realce e beleza às mensagens emitidas, os vícios de linguagem são palavras ou construções que vão de encontro às normas gramaticais. Os vícios de linguagem costumam ocorrer por descuido, ou ainda por desconhecimento das regras por parte do emissor. Observe:

Pleonasmo Vicioso ou Redundância

Diferentemente do pleonasmo tradicional, tem-se pleonasmo vicioso quando há repetição desnecessária de uma informação na frase.
Exemplos:
Entrei para dentro de casa quando começou a anoitecer.
Hoje fizeram-me uma surpresa inesperada.
Encontraremos outra alternativa para esse problema.
Observação: o pleonasmo é considerado vício de linguagem quando usado desnecessariamente, no entanto, quando usado para reforçar a mensagem, constitui uma figura de linguagem.

Barbarismo

É o desvio da norma que ocorre nos seguintes níveis:
1) Pronúncia
a) Silabada: erro na pronúncia do acento tônico.
Por Exemplo: Solicitei à cliente sua rúbrica. (rubrica)
b) Cacoépia: erro na pronúncia dos fonemas.
Por Exemplo: Estou com poblemas a resolver. (problemas)
c) Cacografia: erro na grafia ou na flexão de uma palavra.
Exemplos:
Eu advinhei quem ganharia o concurso. (adivinhei)
O segurança deteu aquele homem. (deteve)
2) Morfologia
Exemplos:
Se eu ir aí, vou me atrasar. (for)
Sou a aluna mais maior da turma. (maior)
3) Semântica
Por Exemplo: José comprimentou seu vizinho ao sair de casa. (cumprimentou)
4) Estrangeirismos
Considera-se barbarismo o emprego desnecessário de palavras estrangeiras, ou seja, quando já existe palavra ou expressão correspondente na língua.
Exemplos:
show é hoje! (espetáculo)
Vamos tomar um drink? (drinque)

Solecismo

É o desvio de sintaxe, podendo ocorrer nos seguintes níveis:
1) Concordância
Por Exemplo: Haviam muitos alunos naquela sala. (Havia)
2) Regência
Por Exemplo: Eu assisti o filme em casa. (ao)
3) Colocação
Por Exemplo: Dancei tanto na festa que não aguentei-me em pé. (não me aguentei em pé)
Ambiguidade ou Anfibologia

Ocorre quando, por falta de clareza, há duplicidade de sentido da frase.
Exemplos:
Ana disse à amiga que seu namorado havia chegado. (O namorado é de Ana ou da amiga?)
O pai  falou com o filho caído no chão. (Quem estava caído no chão? Pai ou filho?)

Cacofonia

Ocorre quando a junção de duas ou mais palavras na frase provoca som desagradável ou palavra inconveniente.
Exemplos:
Uma mão lava outra. (mamão)
Vi ela na esquina. (viela)
Dei um beijo na boca dela. (cadela)

Eco

Ocorre quando há palavras na frase com terminações iguais ou semelhantes, provocando dissonância.
Por Exemplo: A divulgação da promoção não causou comoção na população.

Hiato

Ocorre quando há uma sequência de vogais, provocando dissonância.
Exemplos:
Eu a amo.
Ou eu ou a outra ganhará  o concurso.

Colisão

Ocorre quando há repetição de consoantes iguais ou semelhantes, provocando dissonância.
Por Exemplo: Susaia sujou.


Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil12.php
Exercícios

1. Identifique os recursos estilísticos destacados nas frases a seguir. Trata-se de personificação, eufemismo, hipérbole, onomatopeia, catacrese, pleonasmo?

A. Os carros modernos não andam, voam.
B. Você não foi muito educado com a vizinha. 
C. Já lhe falei milhões de vezes que eu quero viajar nas férias.
D. "O vento beija meus cabelos" 
E. "Quando o sol bater na janela do teu quarto" 
F. "Te mando mil rosas roubadas"
G. perna do sofá está mole.
H. Ele morreu de rir ao ouvir a piada.
I.   Ele é desprovido de beleza.
J. "O cadáver de um defunto morto que já faleceu." 

2.Leia o texto I.

praa_c1
Tirei daqui

A figura de linguagem  presente no texto I é 
A. Catacrese
B. Hipérbole
C. Pleonasmo
D. Eufemismo
E. Personificação

3. Leia o texto II.

                                                                           Tirei daqui

A figura de linguagem  presente no texto II é 
A. Catacrese
B. Hipérbole
C. Pleonasmo
D. Eufemismo
E. Personificação

4. Leia o texto III.
Tirei daqui

A figura de linguagem  presente no texto III é 
A. Catacrese
B. Onomatopeia
C. Pleonasmo
D. Eufemismo
E. Personificação

5. Leia o texto IV

Conserva de alho 

Ingredientes

1 kg de dente de alho
2 kg de sal grosso 
750 ml de azeite
1 vidro grande de 3 litros ( tipo vidro de palmito)

O modo de fazer esta aqui


A figura de linguagem  presente no texto IV é 
A. Catacrese
B. Onomatopeia
C. Pleonasmo
D. Eufemismo
E. Personificação




Respostas

1. hipérbole, eufemismo, hipérbole, prosopopeia, prosopopeia, hipérbole, catacrese, hipérbole, eufemismo, pleonasmo
 2. C
 3. D
 4. B
 5. A

Atividades com Figuras de Linguagem

Atividades  com Figuras de Linguagem  


TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
A Felicidade

Tristeza não tem fim felicidade sim.
A felicidade é como a pluma
que o vento vai levando pelo ar,
voa tão leve, mas tem a vida breve
precisa que haja vento sem parar.
A felicidade do pobre
parece a grande ilusão do carnaval
a gente trabalha o ano inteiro
por um momento de sonho
pra fazer a fantasia
de rei ou de pirata ou jardineira
pra tudo se acabar na quarta-feira.

A felicidade é como a gota de orvalho
numa pétala de flor,
brilha tranquila
depois de leve oscila
e cai como uma lágrima de amor.

A minha felicidade
está sonhando nos olhos
da minha namorada
É como esta noite, passando,
passando em busca da madrugada
Fale baixo por favor
pra que ela acorde
alegre com o dia
oferecendo beijos de amor.

MORAES, Vinicius e JOBIM, Tom. As mais belas serestas brasileiras. 9ª ed. Belo Horizonte: Barvalle Indústria Gráfica Ltda, 1989.


1.   Nas duas primeiras estrofes, há uma tentativa de se definir a felicidade, para isso o eu lírico vale-se de
a) comparações.   
b) metáforas.   
c) metonímias.   
d) hipérboles.   

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Esse texto do século XVI reflete um momento de expansão portuguesa por vias marítimas, o que demandava a apropriação de alguns gêneros discursivos, dentre os quais a carta. Um exemplo dessa produção é a Carta de Caminha a D. Manuel. Considere a seguinte parte dessa carta:

Nela [na terra] até agora não pudemos saber que haja ouro nem prata... porém a terra em si é de muito bons ares assim frios e temperados como os de Entre-Doiro-e-Minho. Águas são muitas e infindas. E em tal maneira é graciosa que querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo por bem das águas que tem, porém o melhor fruto que nela se pode fazer me parece que será salvar esta gente e esta deve ser a principal semente que vossa alteza em ela deve lançar.  


2.   Assinale a alternativa em que as palavras grifadas estão empregadas em sentido conotativo.
a) ...porém a terra em si é de muito bons ares...   
b) Águas são muitas e infindas. E em tal maneira é graciosa que querendo-a aproveitar...   
c) ...querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo por bem das águas que tem...   
d) ...o melhor fruto que nela se pode fazer me parece que será salvar esta gente...   
e) ...esta deve ser a principal semente que vossa alteza em ela deve lançar  

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Tanto de meu estado me acho incerto,
Que em vivo ardor tremendo estou de frio;
Sem causa, juntamente choro e rio;
O mundo todo abarco e nada aperto.

É tudo quanto sinto um desconcerto;
Da alma um fogo me sai, da vista um rio;
Agora espero, agora desconfio,
Agora desvario, agora certo.

Estando em terra, chego ao Céu voando;
Numa hora acho mil anos, e é de jeito
Que em mil anos não posso achar uma hora.

Se me pergunta alguém por que assim ando,
Respondo que não sei; porém suspeito
Que só porque vos vi, minha Senhora.

(www.fredb.sites.uol.com.br/lusdecam.htm)


3.   Considere:

%u2022 ardor x frio
%u2022 choro x rio
%u2022 abarco x nada aperto

Esses jogos de palavras, exemplos do pré-Barroco na poesia de Camões, constituem
a) eufemismos que revelam o sofrimento do eu lírico.   
b) antíteses que confirmam o desconcerto do eu lírico.   
c) sinestesias que marcam as contradições do eu lírico.   
d) hipérboles que exageram o sofrimento do eu lírico.   
e) metáforas que comparam a dor com a vida do eu lírico.   

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:
RELAMPIANO

Tá relampiano, cadê neném?
Tá vendendo drops no sinal pra alguém
Tá relampiano, cadê neném
Tá vendendo drops no sinal pra alguém
Tá vendendo drops no sinal...

Todo dia é dia, toda hora é hora,
Neném não demora pra se levantar
Mãe lavando roupa, pai já foi embora,
E o caçula chora pra se acostumar
Com a vida lá de fora do barraco,
Hay que endurecer um coração tão fraco,
Pra vencer o medo do trovão,
Sua vida aponta a contramão.
................................................
LENINE & MOSCA. Na Pressão. Rio de Janeiro: BMG, 1999. 1CD, digital, estéreo.



4.   NÃO é correto afirmar que o texto
a) apresenta estrangeirismos.   
b) utiliza, denotativamente, a palavra "contramão".   
c) tem, no título, um exemplo do registro coloquial da língua.   
d) faz uma denúncia social sobre a situação dos meninos de rua.   
  
5.   Sobre o gênero literário desse texto, é correto afirmar que há
a) traços do épico, como personagens e narrador.   
b) elementos do lírico, como rimas e figuras de linguagem.   
c) mistura entre o épico e o lírico, com a valorização de ambos.   
d) características do drama, com apontamentos para a representação.   
  
6.   "O vento varria as folhas,
O vento varria os frutos,
O vento varria as flores...
                        E a minha vida ficava
                        Cada vez mais cheia
                        De frutos, de flores, de folhas."
            (BANDEIRA, Manuel. "Canção do vento e da minha vida". In: CEREJA, William R. e MAGALHÃES, Thereza C. "Gramática reflexiva." São Paulo: Atual, 1999. p. 359)

NÃO é possível identificar, no fragmento acima, a figura de linguagem:
a) ironia.   
b) anáfora.   
c) metáfora.   
d) gradação.   
  
7.   Identifique as figuras de linguagem que ocorrem nas frases a seguir:
a) "O mito é o nada que é tudo..."Paradoxo e antítese.
b) Fitei-a longamente, fixando meu olhar na menina dos olhos dela. catacrese.
c) "O povo estourava de rir." (Monteiro Lobato) Hipérbole. 
  
8.   Em "As árvores pareciam enlouquecer com o forte vento.", temos uma figura de linguagem chamada Prosopopeia .
  
9.   Em "Tristeza não tem fim/Felicidade sim" (Vinícius de Moraes), temos uma figura de linguagem chamada Antítese .
  
10.   Em "Aquele político faltou com a verdade.", temos uma figura de linguagem chamada Eufemismo.
  
11.   Assinale as frases em que há metáfora:
a) (  x  ) Seu olhar era frio.   
b) (      ) O sol nos dá luz e calor.   
c) (  x  ) O amor amolece os corações.   
d) (  x  ) O presidente foi bombardeado com perguntas.   
e) (      ) Está chegando a Copa do Mundo.   
  
12.   Em "Aquelas crianças quebrando tudo pareciam uns anjinhos.", temos uma figura de linguagem chamada
Ironia.

13.   Identifique as figuras de linguagem marcando:

(1) Metáfora
(2) Metonímia
(3) Catacrese
(4) Comparação
(5) Prosopopeia
a) (   ) Gosto de ouvir Titãs.   
b) (  1  ) A doçura do teu olhar é minha vida.   
c) (  5  ) O rio engasgou num barraco.   
d) (  3  ) Usarei no tempero um dente de alho.   
e) (  4  ) Você é venenosa como uma cobra.   
  
14.   Em "Sino de Belém bate bém - bém - bém" e "Sino da paixão bate bão - bão - bão" (Manuel Bandeira), temos uma figura de linguagem chamada Onomatopéia
15.   Em "As crianças estavam mortas de sede.", temos uma figura de linguagem chamada Hipérbole
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:
A FUGA

            Mal colocou o papel na máquina, o menino começou a empurrar uma cadeira pela sala, fazendo um barulho infernal.
            - Para com esse barulho, meu filho - falou, sem se voltar.
            Com três anos, já sabia reagir como homem ao impacto das grandes injustiças paternas: não estava fazendo barulho, só estava empurrando uma cadeira.
            - Pois então para de empurrar a cadeira.
            - Eu vou embora - foi a resposta.
            Distraído, o pai não reparou que ele juntava ação às palavras, no ato de juntar do chão suas coisinhas, enrolando-as num pedaço de pano, era sua bagagem: um caminhão de plástico com apenas três rodas, um resto de biscoito, uma chave (onde diabo meteram a chave da despensa? a mãe mais tarde irá saber), metade de uma tesourinha enferrujada, sua única arma para a grande aventura, um botão amarrado num barbante.
            A calma que baixou então na sala era vagamente inquietante. De repente o pai olhou ao redor e não viu o menino. Deu com a porta da rua aberta, correu até o portão:
            - Viu um menino saindo desta casa? - gritou para o operário que descansava diante da obra, do outro lado da rua, sentado no meio-fio.
            - Saiu agora mesmo com uma trouxinha - informou ele.
            Correu até a esquina e teve tempo de vê-lo ao longe, caminhando cabisbaixo ao longo do muro.
            A trouxa, arrastada no chão, ia deixando pelo caminho alguns de seus pertences: o botão, o pedaço de biscoito e - saíra de casa prevenido - uma moeda de um cruzeiro. Chamou-o mas ele apertou o passinho e abriu a correr em direção à avenida, como disposto a atirar-se diante do ônibus que surgia à distância.
            - Meu filho, cuidado!
            O ônibus deu uma freada brusca, uma guinada para a esquerda, os pneus cantaram no asfalto.
            O menino, assustado arrepiou carreira. O pai precipitou-se e o arrebanhou com o braço como um animalzinho:
            - Que susto você me passou, meu filho - e apertava-o contra o peito comovido.
            - Deixa eu descer, papai. Você está me machucando.
            Irresoluto, o pai pensava agora se não seria o caso de lhe dar umas palmadas:
            - Machucando, é? Fazer uma coisa dessas com seu pai.
            - Me larga. Eu quero ir embora.
            Trouxe-o para casa e o largou novamente na sala - tendo antes o cuidado de fechar a porta da rua e retirar a chave, como ele fizera com a da despensa.
            - Fique aí quietinho, está ouvindo? Papai está trabalhando.
            - Fico, mas vou empurrar esta cadeira.
            E o barulho recomeçou.

FERNANDO SABINO



16.   As expressões "infernal" e "diabo", no texto, fazem parte da linguagem baseada na:
a) objetividade.   
b) gramática.   
c) emoção.   
d) denotação.   
e) n.d.a.   
  
17.   Nas frases "A trouxa... ia deixando pelo caminho alguns pertences", "O ônibus deu uma freada brusca", "os pneus cantaram" encontra-se uma figura de linguagem. Qual das alternativas traz a classificação da figura?
a) Metáfora.   
b) metonímia.   
c) Prosopopeia ou personificação.   
d) Alegoria.   
e) Hipérbole.   

18. Construindo o conceito

Leia este poema, de Sérgio Capparelli:

Menina na janela

A lua é uma gata branca,

mansa,
Que descansa entre as nuvens.

O sol é um leão sedento, 

mulambento, 
que ruge na minha rua.

Eu sou uma menina bela, 

na janela, 
de um olhar sempre à procura.

                                                   ATIVIDADE  


1 - O EU LÍRICO DE SER " UMA MENINA  BELA NA JANELA " . 

A) QUANTO TEMPO A MENINA FICA NA JANELA  
 UM LONGO TEMPO , NOITE E DIA
B) O QUE O OLHAR DO EU LÍRICO  PROCURA ? 
 O AMOR . 
2 - AS PALAVRAS COMPÕEM IMAGENS E NOVOS SENTIDOS . 

A ) O QUE  PERMITIU APROXIMAR " LUA E GATA " ? 
 AS DUAS SÃO BRANCAS E MANSAS . 
B) NA SEGUNDA ESTROFE O QUE PERMITIU APROXIMAR " SOL E LEÃO SEDENTO " ? 
A COR DOURADA , A SEDE  E A FORÇA . 
 3 - QUE IMPRESSÕES SENSORIAIS PODEMOS ENCONTRAR NOS SEGUINTES VERSOS : 
  
A ) " A LUA É UMA GATA BRANCA , MANSA " . 
 VISÃO 
B) " O SOL  É UM LEÃO SEDENTO " . 
PALADAR 
C) " QUE RUJE NA MINHA RUA " . 
 AUDIÇÃO 
4 - IMAGENS COMO : " A LUA É UMA GATA BRANCA " , "  O SOL É UM LEÃO SEDENTO " SÃO METÁFORAS . O QUE O USO DESSA FIGURA ACRESCENTA AO TEXTO ? 
 PARA APROXIMAR AS REALIDADES DISTANTES
5 - INDIQUE SE OS VERSOS SÃO METÁFORAS OU COMPARAÇÃO : 

A ) " MINHA ALMA VIAJANTE " ... 
 METÁFORA
B)" BEBER ÁGUA DO MAR AZUL DOS TEUS OLHOS ... " 
 COMPARAÇÃO 
C) TUA VIDA É UM ARCO - ÍRIS DE FELICIDADE . 
 METÁFORA 
D) O NOSSO AMOR É FEITO TATUAGEM ESTÁ GRUDADO E COLADO " . 

COMPARAÇÃO



Fonte: http://blog.educacaoadventista.org.br/profesrita/index.php?op=post&idpost=595&titulo=+8+Ano+Atividades+com+Figuras+de+Linguagem++


(Fonte: "Português: Linguagens. CEREJA e MAGALHÃES)