Mostrando postagens com marcador Atualizaçoes. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Atualizaçoes. Mostrar todas as postagens

domingo, 8 de maio de 2022

Crase

 

A palavra crase é de origem grega e significa "fusão", "mistura". Na língua portuguesa, é o nome que se dá à "junção" de duas vogais idênticas.

É de grande importância a crase da preposição "a" com o artigo feminino "a" (s), com o pronome demonstrativo "a" (s), com o "a" inicial dos pronomes aquele (s)aquela (s)aquilo e com o "a" do relativo a qual (as quais). Na escrita, utilizamos o acento grave ( ` ) para indicar a crase.

O uso apropriado do acento grave, depende da compreensão da fusão das duas vogais. É fundamental também, para o entendimento da crase, dominar a regência dos verbos e nomes que exigem a preposição "a". Aprender a usar a crase, portanto, consiste em aprender a verificar a ocorrência simultânea de uma preposição e um artigo ou pronome. Observe:

Vou a   a igreja.
Vou à igreja.

No exemplo acima, temos a ocorrência da preposição "a", exigida pelo verbo ir (ir a algum lugar) e a ocorrência do artigo "a" que está determinando o substantivo feminino igreja. Quando ocorre esse encontro das duas vogais e elas se unem, a união delas é indicada pelo acento grave. Observe os outros exemplos:

Conheço a aluna.
Refiro-me à aluna.

No primeiro exemplo, o verbo é transitivo direto (conhecer algo ou alguém), logo não exige preposição e a crase não pode ocorrer. No segundo exemplo, o verbo é transitivo indireto (referir-se a algo ou a alguém) e exige a preposição "a". Portanto, a crase é possível, desde que o termo seguinte seja feminino e admita o artigo feminino "a" ou um dos pronomes já especificados.

Há duas maneiras de verificar a existência de um artigo feminino "a" (s) ou de um pronome demonstrativo "a" (s) após uma preposição "a":

1- Colocar um termo masculino no lugar do termo feminino que se está em dúvida. Se surgir a forma ao, ocorrerá crase antes do termo feminino. Veja os exemplos:

Conheço "a" aluna. / Conheço o aluno.
Refiro-me ao aluno. / Refiro-me à aluna.

2- Trocar o termo regente acompanhado da preposição a por outro acompanhado de uma preposição diferente (para, em, de, por, sob, sobre). Se essas preposições não se contraírem com o artigo, ou seja, se não surgirem novas formas (na (s), da (s), pela (s),...), não haverá crase. Veja os exemplos:

- Penso na aluna.
- Apaixonei-me  pela aluna.

- Começou a brigar.- Cansou de brigar.
- Insiste em brigar.
- Foi punido por brigar.
- Optou por brigar.

Atenção: lembre-se sempre de que não basta provar a existência da preposição "a" ou do artigo "a", é preciso provar que existem os dois.



Casos em que a crase não ocorre


Evidentemente, se o termo regido não admitir a anteposição do artigo feminino "a" (s), não haverá crase. Veja os principais casos em que a crase NÃO ocorre:

- Diante de substantivos masculinos:

Andamos cavalo.
Fomos a pé.
Passou a camisa a ferro.
Fazer o exercício lápis.
Compramos os móveis a prazo.
Assistimos a espetáculos magníficos.

- Diante de verbos no infinitivo:

A criança começou a falar.
Ela não tem nada a dizer.
Estavam a correr pelo parque.
Estou disposto a ajudar.
Continuamos a observar as plantas.
Voltamos a contemplar o céu.

Obs.: como os verbos não admitem artigos, constatamos que o "a" dos exemplos acima é apenas preposição, logo não ocorrerá crase.

- Diante da maioria dos pronomes e das expressões de tratamento, com exceção das formas senhora, senhorita e dona:

Diga a ela que não estarei em casa amanhã.
Entreguei a todos os documentos necessários.
Ele fez referência a Vossa Excelência no discurso de ontem.
Peço Vossa Senhoria que aguarde alguns minutos.
Mostrarei vocês nossas propostas de trabalho.
Quero informar a algumas pessoas o que está acontecendo.
Isso não interessa a nenhum de nós.
Aonde você pretende ir esta hora?
Agradeci a ele, quem tudo devo.

Os poucos casos em que ocorre crase diante dos pronomes podem ser identificados pelo método explicado anteriormente. Troque a palavra feminina por uma masculina, caso na nova construção surgir a forma ao, ocorrerá crase. Por exemplo:

Refiro-me à mesma pessoa. (Refiro-me ao mesmo indivíduo.)
Informei o ocorrido à senhora. (Informei o ocorrido ao senhor.)
Peça à própria Cláudia para sair mais cedo. (Peça ao próprio Cláudio para sair mais cedo.)

- Diante de numerais cardinais:

Chegou a duzentos o número de feridos.
Daqui a uma semana começa o campeonato.


Casos em que a crase sempre ocorre

- Diante de palavras femininas:

Amanhã iremos à festa de aniversário de minha colega.
Sempre vamos à praia no verão.
Ela disse à irmã o que havia escutado pelos corredores.
Sou grata à população.
Fumar é prejudicial à saúde.
Este aparelho é posterior à invenção do telefone.

- Diante da palavra "moda", com o sentido de "à moda de" (mesmo que a expressão moda de fique subentendida):

O jogador fez um gol à (moda de) Pelé.
Usava sapatos à (moda de) Luís XV.
O menino resolveu vestir-se à (moda de) Fidel Castro.

- Na indicação de horas:

Acordei às sete horas da manhã.
Elas chegaram às dez horas.
Foram dormir à meia-noite.
Ele saiu às duas horas.

Obs.: com a preposição "até", a crase será facultativa. Por exemplo:

Dormiram até as/às 14 horas.

- Em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas de que participam palavras femininas. Por exemplo:


à tarde
às ocultasàs pressasà medida que
à noiteàs clarasàs escondidasà força
à vontadeà beçaà largaà escuta
às avessasà reveliaà exceção deà imitação de
à esquerdaàs turrasàs vezesà chave
à direitaà procuraà derivaà toa
à luzà sombra deà frente deà proporção que
à semelhança deàs ordensà beira de

Crase diante de nomes de lugar

Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do artigo "a". Outros, entretanto, admitem o artigo, de modo que diante deles haverá crase, desde que o termo regente exija a preposição "a".

Para saber se um nome de lugar admite ou não a anteposição do artigo feminino "a", deve-se substituir o termo regente por um verbo que peça a preposição "de" ou "em".

A ocorrência da contração "da" ou "na" prova que esse nome de lugar aceita o artigo e, por isso, haverá crase. Por exemplo:

Vou à França. (Vim da França. Estou na França.)
Cheguei à Grécia. (Vim da Grécia. Estou na Grécia.)
Retornarei à Itália. (Vim da Itália. Estou na Itália)
Vou Porto Alegre. (Vim de Porto Alegre. Estou em Porto Alegre.)
Cheguei a Pernambuco. (Vim de Pernambuco. Estou em Pernambuco.)
Retornarei a São Paulo. (Vim de São Paulo. Estou em São Paulo.)

ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especificado, ocorrerá crase. Veja:

Retornarei à São Paulo dos bandeirantes.
Irei à Salvador de Jorge Amado.

Crase diante dos Pronomes Demonstrativos Aquele (s), Aquela (s), Aquilo

Haverá crase diante desses pronomes sempre que o termo regente exigir a preposição "a". Por exemplo:

Refiro-meaaqueleatentado.
PreposiçãoPronome

Refiro-me àquele atentado.

O termo regente do exemplo acima é o verbo transitivo indireto referir (referir-se a algo ou alguém) e exige preposição, portanto, ocorre a crase.

Observe este outro exemplo:

Aluguei aquela casa.

O verbo "alugar" é transitivo direto (alugar algo) e não exige preposição. Logo, a crase não ocorre nesse caso. Veja outros exemplos:

Dediquei àquela senhora todo o meu trabalho.
Quero agradecer àqueles que me socorreram.
Refiro-me àquilo que aconteceu com seu pai.
Não obedecerei àquele sujeito.
Assisti àquele filme três vezes.
Espero aquele rapaz.
Fiz aquilo que você disse.
Comprei aquela caneta.


Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais

A ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual e as quais depende do verbo. Se o verbo que rege esses pronomes exigir a preposição "a", haverá crase.

É possível detectar a ocorrência da crase nesses casos, utilizando a substituição do termo regido feminino por um termo regido masculino. Por exemplo:

A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade.
O monumento ao qual me refiro fica no centro da cidade.

Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a crase.

Veja outros exemplos:

São normas às quais todos os alunos devem obedecer.

Esta foi a conclusão à qual ele chegou.

Várias alunas às quais ele fez perguntas não souberam responder nenhuma das questões.

Crase com o Pronome Demonstrativo "a"

A ocorrência da crase com o pronome demonstrativo "a" também pode ser detectada pela substituição do termo regente feminino por um termo regido masculino. Veja:

Minha revolta é ligada à do meu país.
Meu luto é ligado ao do meu país.

As orações são semelhantes às de antes.
Os exemplos são semelhantes aos de antes.

Aquela rua é transversal à que vai dar na minha casa.
Aquele beco é transversal ao que vai dar na minha casa.

Suas perguntas são superiores às dele.
Seus argumentos são superiores aos dele.

Sua blusa é idêntica à de minha colega.
Seu casaco é idêntico ao de minha colega.

A sessão à qual assisti estava vazia.


Encontrado em: https://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint78.php

domingo, 12 de setembro de 2021

Como preparar e apresentar seminários

POR:
NOVA ESCOLA
Introdução

O seminário tem por objetivo informar uma determinada audiência sobre um determinado tema. É uma situação comunicativa que prevê várias exposições de aspectos diferenciados de um tema comum. Por isso, é um processo privilegiado de estudo com todas as áreas do currículo escolar.

Trata-se de uma comunicação em instância pública que prevê diferentes exposições orais articuladas, mediadas por um coordenador que, ao final, pode tentar articular as diferentes exposições procurando a melhor compreensão do tema pela audiência.

Essas exposições podem ser sustentadas por recursos materiais diversos, inclusive por esquema escrito que sintetize as principais ideias que serão focalizadas e esclareça a audiência sobre o tema.

 

Objetivos

  • Apropriar-se de procedimentos de escuta e participar de uma exposição oral e de um seminário.
  • Organizar a apresentação de maneira a possibilitar a compreensão da audiência.
  • Apropriar-se de procedimentos de planejamento, produção e revisão de uma exposição oral.
  • Compreender as características fundamentais da organização interna de uma exposição oral.
  • Utilizar o registro adequado de fala ao organizar a exposição.
  • Reconhecer e utilizar as marcas linguísticas características de uma exposição oral em um seminário.

 

Conteúdo

  • Oralidade.

 

Anos

Do 1º ao 5º do Ensino Fundamental.

 

Tempo estimado 

Dez aulas. A velocidade do preparo de um seminário depende da quantidade de alunos envolvidos e do ritmo de trabalho do grupo.

 

Materiais necessários

  • Cartolina para confeccionar cartaz, lápis preto, lápis de cor, borracha, caneta hidrocor, apagador, papel, máquina copiadora.
  • Outros materiais que podem ser utilizados como auxiliares nas apresentações: transparências para retroprojetor, xerox, DVD, fotografias, Datashow, PPT, entre outros.

 

Desenvolvimento 

1ª etapa  O que é um seminário

Levante os conhecimentos dos alunos a respeito do que vem a ser um seminário, fazendo as seguintes perguntas:

  • O que é um seminário?
  • Qual a finalidade dele?
  • Como se organiza?
  • Quem dele participa?
  • Quais as funções dos participantes?
  • Onde costumam acontecer seminários?

Registre os comentários dos alunos no quadro e deixe exposto para poder retomar posteriormente.

Depois disso, apresente aos estudantes sua proposta de trabalho, que é realizar uma pesquisa sobre determinado assunto (escolha o tema previamente) e, posteriormente, fazer uma exposição oral sobre ele.

A seguir, defina o contexto de produção do seminário:

  • Planeje as atividades de estudo do gênero.
  • Determine a finalidade.
  • Defina quem serão os interlocutores.
  • Defina o espaço no qual se realizará e o público ao qual será destinado (para a escola toda, outras turmas ou apenas a classe).
  • Indique a data.
  • Organize quais grupos tratarão de quais aspectos.

  

2ª etapa  Estudo do gênero seminário

Apresente aos alunos seminários para que eles tenham referências para realizar seus próprios trabalhos. Uma possibilidade é você organizar na escola, em colaboração com outros professores, uma exposição oral a respeito de um tema de relevância para o currículo escolar. Os estudantes devem assistir a essa apresentação e estudá-la, fazendo anotações orientadas por um roteiro que focalize os aspectos mais importantes para a organização e participação de um seminário. Desse roteiro deverão constar observações relativas a:

  • Qual a finalidade do seminário?
  • Quais foram os participantes?
  • Como foi organizado no que diz respeito à ordem de participação e à função dos participantes?
  • Como se deu a exposição de cada participante? Como iniciou a apresentação? Quais recursos foram utilizados? Foi possível compreender o que foi exposto e por quê?
  • Como se deu a participação da audiência? Em quais momentos foram feitas perguntas? As questões foram adequadas ou não e por quê? De que maneira as questões foram apresentadas, lidas pelo coordenador do seminário ou faladas pelos participantes?
  • De que maneira o seminário terminou?

Seria muito interessante que a exposição fosse filmada, para que se pudesse utilizar em estudos posteriores, quando se buscará um aprofundamento na análise. Caso não seja possível, grave em áudio e depois transcreva alguns trechos para que se possa estudar as expressões utilizadas na abertura e fechamento do seminário, a maneira de apresentar cada participante, os modos de passar a palavra para a audiência para intervir, a organização interna das exposições, assim como suas marcas linguísticas.

 

3ª etapa  Análise e planejamento

Organize os alunos em grupos e solicite que cada um sintetize um ou dois aspectos observados e registre suas conclusões em um cartaz. Compare esse cartaz com o que foi organizado na primeira etapa, pontuando as confirmações, os equívocos, as ampliações e os aprofundamentos realizados.
Depois desse estudo, planeje com os alunos como será organizado o seminário que a turma realizará.

 

4ª etapa  Observação do gênero oral

Peça à turma que estude outras exposições para observar sua organização interna e as marcas linguísticas usuais. Se forem seminários gravados, divida a classe em grupos e solicite que cada um analise um diferente. Oriente que essa observação siga um roteiro que focalize aspectos fundamentais do gênero, verificando como o apresentador:

  • Abre a exposição (De que maneira ele entrou em contato com o público? Qual foi a saudação inicial?).
  • Introduz o tema e delimita o assunto dentro desse tema. Peça que os alunos fiquem atentos, nesse item, se há expressões do tipo: O assunto de minha exposição será.... Abordarei nesta exposição alguns aspectos sobre....
  • É claro em sua maneira de falar, se as informações estão bem organizadas, se são coerentes e se têm uma progressão lógica, e de que forma finaliza a apresentação. Houve a retomada de forma sintética dos principais pontos da exposição? Solicite que os estudantes observem expressões do tipo: Em resumo, O que foi dito aqui foi, Para concluir, Recapitulando, podemos dizer que.
  • Indica uma questão aos ouvintes, com o objetivo de desencadear uma discussão ou reflexão entre os participantes.
  • Utiliza com eficácia os recursos materiais: cartazes, registro na lousa, equipamentos.
  • Posiciona-se diante do público. É interessante observar a direção do olhar, o tom de voz em cada situação.
  • Usa marcas linguísticas, como as expressões então, ao longo desta apresentação, para finalizar, vamos observar.

 

5ª etapa  Socialização

Solicite que os grupos socializem suas observações com os demais alunos da classe, apresentando-as coletivamente. Enquanto isso, registre em cartazes. Compare cada quadro para analisar os pontos em comum e o que houve de diferente, focalizando aspectos indispensáveis para a organização de uma exposição oral.

Caso os alunos não tenham observado, destaque cada um dos recursos utilizados pelos expositores do ponto de vista da sua adequação ao conteúdo e à compreensão do público, focalizando as estratégias mais eficazes.

A seguir, organize um quadro com as características que as apresentações de cada grupo precisarão ter.

 

6ª etapa  Preparo da apresentação

Peça aos alunos que retomem, em classe, os resumos dos conteúdos pesquisados, sobre os quais versarão os seminários. Retome os aspectos levantados na etapa anterior e oriente os alunos a utilizar essas referências para planejar suas exposições.

Acompanhe-os na elaboração do esquema orientador da fala, assim como na seleção de recursos mais adequados ao conteúdo e à compreensão dos interlocutores. Se for o caso, auxilie-os na preparação desses recursos (cartazes, PPT, transparências para retroprojetor etc.).

 

7ª etapa  Ensaio da exposição oral

Reserve duas aulas para os ensaios. Os colegas que compuserem a audiência de cada grupo terão como papel fundamental analisar as apresentações criticando-as do ponto de vista da sua adequação tanto às características do gênero e ao contexto de produção, quanto à compreensão.

Depois de cada apresentação, discuta-a com a classe, solicitando alterações, focalizando aspectos positivos que devem ser mantidos etc.

Proponha um segundo ensaio, analisando as modificações realizadas e eventuais correções ainda necessárias. Antes da apresentação do seminário, defina com a turma tempo e ordem de apresentação, coordenador do grupo e posicionamento dos recursos.

 

8ª etapa  Apresentação

No momento da apresentação, organize o espaço de forma a facilitar o trabalho dos apresentadores. Círculo e semicírculo geralmente são disposições mais adequadas, principalmente se o debate estiver previsto. Garanta que os ouvintes possam ver e ouvir o grupo. Combine com os alunos a filmagem dos seminários para que se possa analisar as apresentações na avaliação final.

 

Avaliação 

Avalie a participação dos alunos no estudo realizado, suas contribuições, seu interesse e o trabalho efetivamente realizado. Solicite, ainda, uma autoavaliação dos estudantes, tanto no que se refere às atividades realizadas em grupo, quanto no que tange à participação individual.

Eleja trechos dos seminários que foram filmados para analisar com a turma aspectos do gênero e do conteúdo apresentados e fazer um arremate final da discussão.

 E aí, gostou das dicas?

Encontrei em: https://novaescola.org.br/conteudo/7766/como-preparar-e-apresentar-seminarios#


Comenta aí! :)

sábado, 17 de fevereiro de 2018

Cronograma ENEM 2018





Aproveite para iniciar os estudos, pois o exame chega rápido!


Reforço escolar



Aula particular pode ser boa alternativa para alunos que precisam melhorar rendimento
Adriana Guimarães, professora de língua portuguesa, Lenita Crespo e Nicole: mãe optou por aula particular para a filha com foco no Enem.

Em todas as escolas, dezenas de jovens que cursam o mesmo ano letivo aprendem em sala de aula, ao mesmo tempo, o mesmo conteúdo de matérias. No entanto, as dificuldades individuais surgem em momentos diferentes para cada um. Nesta hora, especialistas indicam as aulas de reforço como a melhor medida para que as dúvidas não se acumulem, para que os alunos não fiquem desestimulados, ou ainda, para que não percam o ano letivo. 
“As aulas particulares são recomendadas quando o aluno quer melhorar seu desempenho escolar. Alguns procuram quando percebem que estão com dificuldade em um determinado conteúdo, mas a grande maioria espera até que as notas fiquem baixas para adotar a estratégia”, afirma a psicopedagoga Ester Chapiro, diretora da Central de Professores. 
PUBLICIDADE
O ideal, segundo ela, é procurar ajuda o mais cedo possível, para não acumular os conteúdos que serão estudados. “É preciso romper um ciclo vicioso que se forma, onde o aluno não aprende, passa a tirar nota baixa, tem sua autoestima diminuída e perde o interesse e a atenção. As aulas particulares, com bons profissionais, podem dar um ‘empurrãozinho’ para uma melhora significativa nos resultados escolares. Trabalho há mais de 20 anos com isso e posso garantir que, na maioria dos casos, essa alternativa ajuda a solucionar o problema”, afirma.
Além da melhora nas notas, Ester explica que, com a aula de reforço, os estudantes melhoram também a autoestima e o interesse pelos estudos, facilitando todo o processo de aprendizagem. Segundo ela, isso ocorre porque os fatores emocionais estão fortemente ligados à aprendizagem. 
“Mas existem os alunos que realmente têm muita dificuldade para focar na explicação do professor em sala de aula e se distraem facilmente. Isso, geralmente, não ocorre de forma consciente, mas porque ele não consegue direcionar a própria atenção para as aulas. Neste caso, sugiro uma avaliação psicopedagógica para uma investigação das causas do problema”, alerta a educadora.
Quando as dúvidas aumentam, o estudante Ruan Santos, 15 anos, costuma contar com as aulas de reforço. Mesmo precisando do apoio de um professor particular de matemática, ele considera as aulas na escola suficientes para o aprendizado, mas também acredita que o ritmo de assimilação de cada aluno varia dependendo do assunto.
“Faço aulas quando as dificuldades aparecem, quando eu sinto que não vou conseguir ir bem em uma determinada prova. A aula particular me ajuda a não ficar de recuperação ou correr o risco de perder o ano. Geralmente faço uma ou duas aulas antes da prova, isso já é suficiente. O resultado é positivo, já que sempre consigo recuperar as notas com esse suporte”, afirma o estudante. 
O investimento dos pais de Ruan parece estar mesmo valendo a pena. Com a ajuda extra, ele já conseguiu aumentar a média de notas em matemática, que estava entre 3 e 4 e passou para 8. 
“Percebo que todo aluno sente alguma dificuldade em determinado momento, como aconteceu comigo. Alguns assuntos que são ensinados durante as aulas não tinham ficado muito claros para mim, então eu precisei de ajuda para poder acompanhar a turma”, analisa Ruan.
Professor de matemática, matéria campeã na procura por aulas de reforço, o administrador de empresas Felipe Vianna, 47, diz que esta é a matéria que, geralmente, os alunos menos gostam e uma das que mais reprovam nas escolas e também no ensino superior. “Isso porque ela exige um raciocínio lógico e nem todos têm esse perfil”, enfatiza. 
O professor de matemática Felipe Vianna lembra que quando a aula é individual, é possível perceber com mais facilidade onde o aluno está precisando de reforço
Foto: Douglas Macedo
A cada ano, quanto mais a matemática evolui, mais difícil fica, de acordo com Felipe. Segundo ele, a dificuldade dos alunos começa a surgir a partir do oitavo e nono ano, quando são ensinados assuntos como polinômio, equação do segundo grau e fórmulas em geral. 
“Alunos já saíram da nota zero e conseguiram passar fazendo aula particular. É um investimento diferenciado, porque quando a aula é individual, você vê exatamente onde o aluno está precisando de reforço”, declara o professor.
A professora de língua portuguesa Adriana Guimarães acredita que as escolas estão cada vez mais aumentando o número de alunos em sala de aula e instrumentalizando cada vez menos o professor para dar conta de um número tão grande de estudantes. À frente de um curso voltado para aulas de reforço, ela conta que muitas vezes os alunos que a procuram já estão com muitas dúvidas acumuladas.
“Uns vêm em busca de aperfeiçoamento, outros estão preocupados com a aprovação no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Na aula particular, o acolhimento é grande, o atendimento é individualizado e você consegue recuperar o aluno com um pouco mais de facilidade. Mas não são quatro horas de aula que vão conseguir isso. Temos quase 100% de aprovação com os alunos que fazem aula de reforço, mas é preciso ter expectativas reais. Matérias como português e matemática são cheias de pré-requisitos e, às vezes, os pais não entendem isso”, ressalta Adriana.
Para a advogada Lenita Crespo, 43 anos, mãe da estudante Nicole, de 12 anos, aluna do sétimo ano do ensino médio, que também faz aulas de reforço em matemática e português, o foco no Enem faz com que as escolas cobrem cada vez mais dos estudantes, fazendo com que essas dificuldades apareçam com mais frequência. 
“Sempre achei necessário esse reforço paralelo na educação, mas com essa busca por aprovações no Enem, isso se tornou um ponto a mais para os estudantes. Há vários anos percebo as salas de aula cada vez mais cheias e achei que minha filha precisava de uma atenção mais direcionada. Percebi as dificuldades nos estudos surgindo e, logo no início, quis que ela tivesse este apoio. As aulas de leitura e interpretação que ela faz, por exemplo, ajudam em todas as matérias mesmo que indiretamente, e isso tudo se reflete no resultado final”, conclui Lenita.
 Fonte: http://www.ofluminense.com.br/pt-br/revista/refor%C3%A7o-escolar#

domingo, 10 de abril de 2016

ATIVIDADES COM DICIONÁRIO - SEQUÊNCIA DIDÁTICA


DICIONÁRIO: A CASA DAS PALAVRAS


JUSTIFICATIVA


Esta sequência didática enfoca um tema muito presente na escola, mas muitas vezes não suficientemente analisado nas aulas de Língua Portuguesa. Afinal, todos estamos sempre insistindo em que os alunos consultem o dicionário, mas nem sempre tomamos esse tipo de obra como objeto específico de nosso trabalho escolar.


Nossa intenção, com este trabalho, consiste basicamente em analisar aspectos do modo de organização do dicionário, o livro que registra o léxico (como a estrutura dos verbetes e o modo como eles se distribuem na obra lexicográfica). Primeiramente, é um dos momentos privilegiados para observar a integração entre o estudo de análise linguística e o estudo do texto.


Além disso, o estudo do léxico prepara de modo adequado o estudo das classes de palavras. Afinal, um dos momentos em que mais claramente se vislumbra a funcionalidade social desse conhecimento é a consulta aos dicionários, tendo em vista que os verbetes, na quase totalidade dos casos, registram a classe do vocábulo.


Nesta Sequência Didática, trabalhamos aspectos relevantes da organização do léxico: a polissemia e as relações lexicais, como a sinonímia e a antonímia, explorando situações que explicitam a funcionalidade semântico-textual dessas categorias.


OBJETIVOS


· Ler, compreender e interpretar os gêneros: verbete de dicionário, tirinha, conto, poema e crônica;


· Perceber os diferentes usos do dicionário;


· Ler textos informativos;


· Buscar informação explícita em texto informativo;


· Ampliar o vocabulário por meio de consulta ao dicionário;


· Conhecer as partes que compõem um verbete:


· Reconhecer ordem alfabética;


· Conhecer abreviaturas;


· Refletir sobre características básicas do modo como se organizam as palavras de um idioma;


· Perceber a funcionalidade semântico-textual das categorias lexicais;


· Reconhecer onomatopéias;


· Diferenciar sentido figurado e não figurado de palavras e expressões;


· Perceber a polissemia das palavras;


· Estabelecer relações lexicais de sinonímia e antonímia.


CONTEÚDOS:


· Leitura e interpretação de verbetes, tirinhas, conto, poesia e crônica;


· Uso do dicionário;


· Leitura de textos informativos;


· Busca de informações explícitas em textos informativos;


· Ampliação do vocabulário;


· Busca no dicionário;


· Partes do verbete;


· Ordem alfabética;


· Abreviaturas;


· Funcionalidade semântico-textual das categorias lexicais;


· Onomatopeias;


· Sentido figurado e sentido não-figurado;


· Polissemia;


· Sinonímia e antonímia.


Dicionário: a casa das palavras


Segundo o dicionário Aurélio da Língua Portuguesa,dicionário é o “conjunto de vocábulos duma língua ou de termos próprios duma ciência ou arte, dispostos, em geral, alfabeticamente, e como o respectivo significado, ou a sua versão em outra língua”. Podemos dizer que, mais que um conjunto de palavras, ele é uma ferramenta muito importante na hora de entender um texto. Cada palavra pode ter mais de um significado, dependendo do contexto em que é utilizada. Por isso, cada verbete do dicionário traz vários significados para aquela entrada.


O dicionário pode ser utilizado nas mais diversas situações: para esclarecer dúvidas de ortografia (como se escreve uma palavra); tirar dúvidas sobre significados das palavras; indicar as situações mais comuns em que a palavra é usada; informar a classe gramatical da palavra; mostrar como a palavra é pronunciada; dizer qual a origem da palavra (etimologia), entre outras.


COMO SÃO FEITOS OS DICIONÁRIOS?


O primeiro passo para fazer um dicionário é “catar” um montão de palavras que andam soltas por aí, passeando de boca em boca e descansando nos textos escritos.


O tipo de dicionário mais conhecido é o monolíngüe (de uma língua). É o caso, por exemplo, do Aurélio, para o português, ou do Webster, para o inglês. Mas existem outros tipos de dicionário, como os profissionais ou científicos.


· Levar para a sala de aula outros tipos de dicionários para que os alunos conheçam.


ATIVIDADE 1


1) Observe as listas de palavras e pinte, em cada lista, a palavra que aparece primeiro no dicionário.



1


peixe


peixaria


peixeiro



2


casa


casal


casamento



3


nadar


nado


nadadeira



4


rosa


roseira


rosa-dos-ventos



5


carta


cartão


Cartaz



6


provavelmente


provável


prova



7


regra


régua


regular



8


caráter


característica


caracteres



9


coisa


cousa


Causa



10


botica


butique


bodega


2) As palavras abaixo aparecem como verbetes em seu dicionário? Se não aparecem, como você pode encontrá-las?

1


felicíssimo

2


explorável


3


cabeção


4


dramaticamente

5


escutou

3) Leia o seguinte verbete de dicionário:


Cadeia [Do lat. Catena] S.f. 1. Corrente de anéis ou de elos de metal; grilhagem, grilhão. 2.V. grilhão (3).3. Casa de detenção. [Sin., nesta acepç. (alguns pop. Ou de gír.): buque, calabouço, cana, cárcere, catita, cubículo, dita, gaiola, grades, jejé, pote, presídio, prisão, xadrez, xilindró.] 4.Cativeiro, escravidão, sujeição. 5. Conjunto de fatos ou fenômenos que ocorrem sucessivamente: uma cadeia de explosões. 6.Série ininterrupta de objetivos semelhantes. 7.Conjunto de lojas ou estabelecimentos pertencentes a uma mesma firma: cadeia de supermercados. 8.Rede de emissoras de rádio e/ou televisão que difundem o mesmo programa. 9. Álg. Mod. Conjunto linearmente ordenado. 10. Arquit. Pilastra para reforçar paredes, empregada, em geral, na sustentação das vigias dos sobrados.


CADEIA. In: FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio de Língua Portuguesa.


a) Qual a entrada desse verbete?


______________________________________________________________


b) Quantas acepções o vocábulo “cadeia” tem nesse verbete?


______________________________________________________________


c) O verbete traz outros elementos, além das acepções da palavra. Reúna-se com um colega e, em dupla, tente descobrir que outras informações aparecem nesse verbete e anote-as nas linhas abaixo:


____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________






4) Mafalda está às voltas com um dicionário! Leia a tira:


http://www.revistameubairro.com.br/educacional/portugues/2013/HERICO/mafalda.jpg






1) Por que Mafalda jogou o dicionário na lixeira?




____________________________________________________________________________________________________________________________________






2) O que significa o ponto de interrogação no último quadrinho?


__________________________________________________________________






3) Que fala poderia substituir o ponto de interrogação nesse caso?


____________________________________________________________________________________________________________________________________






4) Na tira, está reproduzido um verbete de dicionário. Copie o trecho em que ele aparece:


____________________________________________________________________________________________________________________________________






5) Chamamos de verbete o conjunto das acepções e exemplos referentes a um vocábulo na organização de um glossário, dicionário ou enciclopédia. Da reprodução do verbete presente na tirinha, indique:


a) o origem da palavra sopa: _____________________________________________


b) o seu significado: __________________________________________________






6) Procure a palavra “sopa” no dicionário e registre os sentidos diferentes que aparecem numerados:


______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________






7) Acepção é o nome dado aos diferentes sentidos em que se emprega um termo. Como você percebeu, o vocábulo “sopa” não tem apenas uma acepção. Identifique os diferentes sentidos da palavra “sopa” nesta frase:


Para Mafalda, tomar sopa não é sopa.


____________________________________________________________________________________________________________________________________






8) Marque um X diante da oração em que a palavra “sopa” foi usada no mesmo sentido do apresentado na tira de Mafalda:


( ) Vai ser sopa fazer esse trabalho!


( ) A sopa está muito quente!


( ) Se ele der sopa, vai ser passado para trás.


( ) Nesta época do ano, a uva está dando sopa.






Ao lermos um verbete, aprendemos que as palavras têm vários sentidos, os quais vêm numerados, começando pelos significados de uso mais frequente. O dicionário ajuda a resolver dúvidas quanto à classe gramatical de determinada palavra, indicando, por exemplo, se ela é um substantivo ou um verbo. Além, é claro, de nos socorrer, quando temos dúvidas de grafia, ou seja, no modo de escrever a palavra.






Para compreender as informações em um verbete, é necessário conhecermos as abreviaturas usadas. Para você saber mais sobre esse assunto, consulte as primeiras páginas de um dicionário e encontrará uma lista delas.


9) Por que o dicionário utiliza abreviaturas?


__________________________________________________________________


10) Pesquise no dicionário e responda:


a) De que modo são abreviadas as palavras da lista de abreviaturas de um dicionário? Explique:


____________________________________________________________________________________________________________________________________


b) Volte ao verbete “cadeia” e escolha cinco palavras que estão abreviadas e escreva-as por extenso, de acordo com as abreviaturas presentes no seu dicionário:


11) Observe este verbete com bastante atenção:


Manga1 . [Do lat. Manica, ‘manga de túnica’.] S.f.1. Parte do vestuário onde se enfia o braço. 2. Filtro afunilado, para líquidos. 3. Qualquer peça de forma tubular que reveste ou protege outra peça: a manga do candeeiro.


MANGA1. In: FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio de Língua Portuguesa. 3.ed. imp. Curitiba: Positivo, 2007. P.1265


a) Cite os seguintes elementos desse verbete:


* Entrada: ________________________


* Origem: ________________________


* Classe e gênero da palavra: ___________________________________


* As acepções da palavra: ____________________________________________________________________________________________________________________________________


b) Por que está escrito manga1?


__________________________________________________________________


12) Observe:


Manga3 .[Do malaiala manga.] S.f.1. O fruto da mangueira2 2. Bot. Mangueira2.


a) Que diferença de sentido há entre manga1 e manga2?


____________________________________________________________________________________________________________________________________


b) A origem da palavra é a mesma?


__________________________________________________________________


13) No caso de cadeia, todos os sentidos da palavra aparecem em um único verbete. Mas, no caso de manga, o dicionário apresenta os sentidos em um único verbete. Por que, às vezes, os sentidos estão em um verbete, às vezes, em dois ou mais verbetes?


__________________________________________________________________


14) Pesquise no dicionário e indique mais dois exemplos em que diferentes significados de uma mesma palavra aparecem em verbetes separados:


____________________________________________________________________________________________________________________________________


ESTAÇÃO LEITURA


Leia o texto abaixo, divirta-se e, depois, use o dicionário para confirmar o significado de palavras desconhecidas.










Tonia e Holopofi ou o pavão


Era uma vez um pavão chamado Arlindo Eugênio Felisberto. Você não sabia que os bichos têm nome? Pois fique sabendo que os bichos têm nome? Pois fique sabendo que os bichos também não sabem que as pessoas têm nome. A única diferença é que não são os pais, e sim, os próprios bichos que escolhem seus nomes. E o pavão Arlindo Eugênio Felisberto escolheu esse triplo nome para ele, porque se achava lindo, genial de tão inteligente e completamente feliz. Ele era o mais feliz dos bichos, porque sabia que era inteligente e lindo.


Arlindo morava perto de um grande galinheiro, que deveria se chamar Aveiro, porque galinha era apenas um dos tipos de aves que moravam ali. Arlindo esperava que várias galinhas e outras aves estivessem por perto para abrir sua cauda. Ele a abria bem devagar, pena por pena, e esse espetáculo produzia um som suave, elegante e melodioso: SVLUUUFFFFF.


As galinhas e as outras aves não podiam aplaudir, porque as galinhas e as outras aves não têm mãos, mas elas faziam um alvoroço maior que uma grande salva de palmas, quando Arlindo terminava de abrir sua cauda e muito calmamente virava a cabeça para cá e para lá, fingindo que não sabia que o alvoroço tinha acontecido por sua causa.


Um dia apareceu um filhote de cisne horroroso de tão feio e perguntou a Arlindo:


- Será que sou seu filho?


O pavão ficou surpreso com a pergunta que SVLUUUFFFF, abriu sem querer sua cauda. Vendo aquela maravilha, o filhote de cisne devia se mancar e seguir seu caminho, mas ele disse:


- Que cauda bonita o senhor tem! Tomara que eu seja seu filho! Será que eu sou seu filho? Sou?


Arlindo Eugênio Felisberto passou de surpreso a indignado, pelo fato de um bicho tão sem charme, sem elegância e principalmente sem beleza ter a ideia infame de que poderia ser filho dele. Mas logo teve um ataque de riso, porque a ideia era mais do que infame; era ridícula, patética e muito engraçada. E tanto riu e gargalhou que não conseguiu dizer nada para o filhote de cisne, que se afastou cabisbaixo, como se já tivesse sido mal recebido por vários outros candidatos a pais.


Arlindo não ficou morando ali por muito tempo. Algumas semanas depois desse encontro, que ainda dava cócegas nele e o fazia rir sozinho, um outro tipo de bípede assistiu ao SVLUUUFFFF, o espetáculo da abertura de cauda. Um bípede humano, que naquele mesmo dia catou Arlindo, enfiou num engradado e o levou para longe. No caminho o pavão tremia de medo, porque tinha ouvido falar de aves que viravam almoço e jantar dos humanos. Mas quando chegou em sua nova residência, já pôde conversar com alguns dos novos vizinhos e ficou sabendo que ali viviam muitos bichos, de todos os tipos, e que muitos bípedes humanos passeavam por ali. Esses visitantes comiam coisas de cheiro muito forte, alimentavam os moradores quando os guardas não estavam olhando e admiravam o tamanho, os dentes, apele, as plumas, a força e a beleza dos bichos de todos os tipos. Arlindo Eugênio Felisberto sorriu e disse para si mesmo:


- Gostei! Eu posso continuar sendo feliz aqui!


Arlindo foi, até o fim de sua vida, uma das grandes atrações desse local, e o alvoroço era sempre grande quando ele abria sua cauda, com um suave, elegante e melodioso SVLUUUFFFF.


FFFIIIMMMMMMMMM.


SOUZA, Flavio de. Que história é essa? 2. Ed. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2000. P.12-13.






ATIVIDADES:


1) Consulte o dicionário para saber o(s) significado(s) das seguintes palavras:






a)alvoroço: ___________________________________________________






b)indignado: ___________________________________________________






c)infame: _____________________________________________________






d)patética: ____________________________________________________






e)argalhou: ____________________________________________________






f)cabisbaixo: ____________________________________________________






g)bípede: _______________________________________________________






2) Que outras palavras do texto você não conhece? Identifique-as e procure o significado de cada uma delas no dicionário. Depois, escreva-as em seu caderno.


3) Que expressão do texto indica que vai ser contada uma história?


4) Qual a relação entre o nome do personagem – Arlindo Eugênio Felisberto – e suas características?


5) Pelas atitudes de Arlindo, como ele era?


6) Em quais espaços físicos a história ocorre?


7) Ao lermos o 1º parágrafo desse texto, percebemos que o autor faz referência a um personagem de uma história clássica. Quem é esse personagem e à qual história pertence?


8) Com que intenção o autor escreveu SVLUUUFFFF? Que nome esse recurso de linguagem recebe?


Análise e reflexão...


Falando em bicho... o que será que está acontecendo com o Grilo? Leia o poema abaixo e descubra qual é o problema dele:














Grilo grilado




















No fundo


Não ilude.


É só reparar


Em sua atitude


Pra se desconfiar.






O grilo


Coitado


Anda grilado


E quer um analista


E quer um doutor






Seu grilo


Eu sei:


O seu grilo


É um grilo


De amor.













O grilo coitado




Anda grilado.


E eu sei


O que há.






Salta pra aqui


Salta pra ali


Cri-cri pra cá


Cri-cri pra lá.






O grilo


Coitado


Anda grilado


E não quer contar.






















JOSÉ, Elias. Um pouco de tudo: de bichos, de gente, de flores. São Paulo: Paulus, 1982. P.21.






1) O poeta brinca com um vocábulo que apresenta mais de um sentido já no título do poema.


a) Quais os significados que a palavra “grilo” tem no texto?


____________________________________________________________________________________________________________________________________


b) Cite um trecho do texto com o sentido 1 e outro com o sentido 2:


____________________________________________________________________________________________________________________________________


c) De que modo ficamos sabendo quando é um sentido ou outro?


____________________________________________________________________________________________________________________________________






Os significados das palavras...






2) Além que a palavra “grilo” tem no texto?


__________________________________________________________________






a) Que palavra é essa?


__________________________________________________________________


b) Quais sentidos que ela tem nesses versos?


____________________________________________________________________________________________________________________________________






3) Leia este verbete:






grilo[Do lat. Grillu.] S.m.1. Zool. Inseto, ortóptero, griloideo, de coloração geralmente parda ou escura, com antena muito mais longa que o corpo, [...]. 5. Fig. Preocupação, amolação, chateação[...].


GRILO. In: FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio de Língua Portuguesa. 3. Ed. 3. Imp. Curitiba: Positivo, 2007. p. 1005.






a) Por que o dicionário colocou em primeiro lugar o significado de “grilo” como “inseto”?


________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________






b) Na segunda acepção – grilo como “preocupação, chateação” – aparece abreviatura Fig. O que isso quer dizer?


________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________






A propriedade das palavras de apresentar muitos sentidos chama-se polissemia.


POLI= “muitos SEMIA= “sentidos, significados”






4) Leia o texto:






Minhocas na cabeça






- Seu doutor, estou grilado, meu pé está formigando.


É algo grave ou estou procurando sarna pra me coçar?


- Já lhe digo o que é: tire as minhocas da cabeça, é só um bicho-de-pé.






OLIVEIRA, Marcelo R.L. Nós eos bichos. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2001.


a) Como você viu, o texto brinca com o sentido figurado de algumas expressões. Quais são elas? Qual delas já apareceu em outro texto?


______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________






b) O que essas expressões significam?


______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________






c) O que há de comum entre as palavras que formam essas expressões?


________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________






d) Na maioria das vezes, o texto fala de bichos, em sentido figurado. Qual o bicho mencionado no texto em sentido não figurado?


__________________________________________________________________










A ordem alfabética






As palavras no dicionário em ordem alfabética. Se quisermos procurar uma palavra, tomamos por base a ordem alfabética da primeira letra, depois da segunda e assim por diante.


Exemplo: LIVRO – 1ª l, 2ª li, 3ª liv, 4ª livr, 5ª livro






Com essa dica, já sabemos, por exemplo, que a palavra livrariaestá antes da palavra livro por causa da 5ª letra: a. Veja:


Exemplo: LIVRARIA – 1ª l, 2ª li, 3ª liv, 4ª livr, 5ª livra,...






Além de ser encontrada nos dicionários, a ordem alfabética também é usada em várias situações por ser um princípio organizador e permitir ao leitor localizar com facilidade o que ele deseja. É comum aparecerem em ordem alfabética o nome das pessoas em listas de chamadas, o nome de cidades em guias turísticos, os sobrenomes de pessoas em listas telefônicas, os verbetes em enciclopédias, o nome de autores nos fichários de bibliotecas e em catálogos de livros, etc.






Busca de sinônimos para evitar repetições






Dependendo do gênero textual, não é muito apropriado repetir palavras sem necessidade. Aliás, essa é uma das utilidades do dicionário: encontrar sinônimos para evitar as repetições desnecessárias.






1) O texto a seguir tem uma repetição que pode ser evitada:


















XII FIG tem altos e baixos


O XII Festival de Inverno de Garanhuns teve seus altos e baixos. A parte positiva ficou pelas ótimas apresentações na Esplanada Guadalajara dos fantásticos Quinteto Violado, Cidade Negra e Roupa Nova. [...] Milhares de pessoas simplesmente adotaram o Parque e prestigiaram-no em suas variadas atrações. O circo, a dança, a pirâmide, a música alternativa, todos juntos, em seus variados estilos, atraíram pessoas das mais variadas cidades.


XII FG tem altos e baixos. A Gazeta, Garanhuns (PE). 1 ago.2002.






a) Que palavra está repetida nesse texto?


__________________________________________________________________


b) Que sinônimo podem ser usadas para evitar essa repetição?


________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________






2) O poema é um dos gêneros textuais que tem “permissão” para abusar das repetições. Aliás, esse é um dos recursos mais utilizados pelos poetas para dar emoção em seus textos. Leia o poema a seguir e confira:






Ou Isto ou Aquilo


Ou se tem chuva e não se tem sol




ou se tem sol e não se tem chuva!






Ou se calça a luva e não se põe o anel,


ou se põe o anel e não se calça a luva!






Quem sobe nos ares não fica no chão,


quem fica no chão não sobe nos ares.






É uma grande pena que não se possa


estar ao mesmo tempo em dois lugares!






Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,


ou compro o doce e gasto o dinheiro.






Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...


e vivo escolhendo o dia inteiro!






Não sei se brinco, não sei se estudo,


se saio correndo ou fico tranqüilo.






Mas não consegui entender ainda


qual é melhor: se é isto ou aquilo.











MEIRELES, Cecília. Ou isto ou aquilo. Rio da janeiro: Nova Fronteira, 1996.


a) Do que fala o poema?


__________________________________________________________________


b) Que palavra aparece no poema para indicar mais de uma opção?


__________________________________________________________________


c) Você diria que esse poema foi feito com base em palavras sinônimas ou antônimas? Explique e dê exemplos:


______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________


d) Por que as repetições usadas no poema não causaram cansaço ao leitor?


____________________________________________________________________________________________________________________________________






Minhas férias - Luis Fernando Veríssimo






Eu, minha mãe, meu pai, minha irmã (Su) e meu cachorro (Dogman) fomos fazer camping. Meu pai decidiu fazer camping este ano porque disse que estava na hora de a gente conhecer a natureza de perto, já que eu, a minha irmã (Su) e o meu cachorro (Dogman) nascemos em apartamento, e, até os 5 anos de idade, sempre que via um passarinho numa árvore, eu gritava "aquele fugiu!" e corria para avisar um guarda; mas eu acho que meu pai decidiu fazer camping depois que viu o preço dos hotéis, apesar de a minha mãe avisar que, na primeira vez que aparecesse uma cobra, ela voltaria para casa correndo, e a minha irmã (Su) insistir em levar o toca- discos e toda a coleção de discos dela, mesmo o meu pai dizendo que aonde nós íamos não teria corrente elétrica, o que deixou minha irmã (Su) muito irritada, porque, se não tinha corrente elétrica, como ela ia usar o secador de cabelo? Mas eu e o meu cachorro (Dogman) gostamos porque o meu pai disse que nós íamos pescar, e cozinhar nós mesmos o peixe pescado no fogo, e comer o peixe com as mãos, e se há uma coisa que eu gosto é confusão. Foi muito engraçado o dia em que minha mãe abriu a porta do carro bem devagar, espiando embaixo do banco com cuidado e perguntando "será que não tem cobra?", e o meu pai perdeu a paciência e disse "entra no carro e vamos embora", porque nós ainda nem tínhamos saído da garagem do edifício. Na estrada tinha tanto buraco que o carro quase quebrou, e nós atrasamos, e quando chegamos ao local do camping já era noite, e o meu pai disse "este parece ser um bom lugar, com bastante grama e perto da água", e decidimos deixar para armar a barraca no dia seguinte e dormir dentro do carro mesmo; só que não conseguimos dormir porque o meu cachorro (Dogman) passou a noite inteira querendo sair do carro, mas a minha mãe não deixava abrirem a porta, com medo de cobra; e no dia seguinte tinha a cara feia de um homem nos espiando pela janela, porque nós tínhamos estacionado o carro no quintal da casa dele, e a água que o meu pai viu era a piscina dele e tivemos que sair correndo. No fim conseguimos um bom lugar para armar a barraca, perto de um rio. Levamos dois dias para armar a barraca, porque a minha mãe tinha usado o manual de instruções para limpar umas porcarias que o meu cachorro (Dogman) fez dentro do carro, mas ficou bem legal, mesmo que o zíper da porta não funcionasse e para entrar ou sair da barraca a gente tivesse que desmanchar tudo e depois armar de novo. O rio tinha um cheiro ruim, e o primeiro peixe que nós pescamos já saiu da água cozinhado, mas não deu para comer, e o melhor de tudo é que choveu muito, e a água do rio subiu, e nós voltamos pra casa flutuando, o que foi muito melhor que voltar pela estrada esburacada; quer dizer que no fim tudo deu certo.






Na trilha do texto


1) O título do texto sugere que tipo de história?


______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________


2) Que história o texto conta?


____________________________________________________________________________________________________________________________________


3) Cite o nome do autor do texto. Com o auxílio de seu professor, escreva o nome de outras obras desse autor.


____________________________________________________________________________________________________________________________________


4) Muitas situações que ocorrem nessa história são “sérias”, mas se tornaram engraçadas pela forma como são contadas. Encontre, pelo menos, duas delas.


____________________________________________________________________________________________________________________________________


____________________________________________________________________________________________________________________________________


5) Retorne ao texto e observe a forma como ele foi escrito. Que aspecto chama a atenção quanto à forma de apresentação do texto?


______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________






6) Quais são os personagens dessa história?


____________________________________________________________________________________________________________________________________






7) Em que pessoa o texto é narrado, ou seja, qual é o tipo de narrador que conta essa história? Exemplifique.


____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________






8) Em uma narrativa, temos a fala do narrador e a dos personagens. Quando um personagem fala, usamos o discurso direto.


a) Transcreva dois trechos do texto em que é usado o discurso direto.


____________________________________________________________________________________________________________________________________






b) Cite um trecho em que ocorra fala do narrador.


____________________________________________________________________________________________________________________________________






9) Em que época a história acontece? Quais elementos do texto nos indicam o tempo em que os fatos aconteceram?


____________________________________________________________________________________________________________________________________






10) De que modo a história acaba?


_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________










Tempo de escrever


Produza um texto narrativo, com base em fatos reais do seu dia a dia. A história deverá ser contada em 1ª pessoa (narrador-personagem). Lembre-se de dar um toque de humor à sua história, como fazem os bons cronistas. Para isso, abuse das variedades linguísticas, dos exageros, das palavras ambíguas (com mais de um sentido) e de outros recursos que permitam transformar o seu texto em um texto humorístico.


Aplicando conhecimentos






Você já reparou que, às vezes, quando estamos lendo, podemos compreender o sentido de uma palavra que antes não conhecíamos? Como isso é possível? Lendo o texto a seguir você pode ter essa experiência.






Histórias para o rei






Nunca podia imaginar que fosse tão agradável a função de contar histórias, para a qual fui nomeado por decreto do Rei. A nomeação colheu-me de surpresa, pois jamais exercitara dotes de imaginação, e até me exprimo com certa dificuldade verbal. Mas bastou que o Rei confiasse em mim, para que as histórias me jorrassem da boca à maneira de água corrente. Nem carecia inventá-las. Inventavam-se a si mesmas.


Este prazer durou seis meses. Um dia, a Rainha foi falar ao Rei que eu estava exagerando. Contava tantas histórias que não havia tempo para apreciá-las e mesmo para ouvi-las. O Rei, que julgava minha facúndia uma qualidade, passou a considerá-la defeito e ordenou que eu só contasse meia história por dia e descansasse aos domingos. Fiquei triste, pois não sabia inventar meia história. Minha insuficiência desagradou, e fui substituído por um mudo, que narra por meio de sinais e arranca os maiores aplausos.






1) Por que, no início, o narrador não se sentia confiante em seu novo emprego? E depois como se sentiu?


____________________________________________________________________________________________________________________________________






2) O que o Rei achou inicialmente das histórias do narrador? E depois, por que o Rei mudou de opinião?


____________________________________________________________________________________________________________________________________






3) No texto, aparece pelo menos uma palavra de uso raro na língua portuguesa. Que palavra é essa?


________________________________________________________________


4) Provavelmente você não conhece o significado dessa palavra. Mas, pelo contexto, pode tentar descobri-lo. Discuta com seus colegas o significado dela no contexto e transcreva-o aqui:


__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________






5) Agora, a confirmação. Vamos ao dicionário descobrir o que significa a misteriosa palavra? Pesquise e anote:


_________________________________________________________________










6) Esta tira explora o duplo sentido de dois vocábulos:





a) Quando perguntamos a uma pessoa se ela sabe “mexer com computador”, o que queremos saber com essa pergunta?


__________________________________________________________________________________________________________________________________






b) Como o segundo personagem da tira entendeu a pergunta?


___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________






c) Além de “mexer”, que outra palavra da tira está empregada em sentido figurado? O que ela significa na tira?


__________________________________________________________________________________________________________________________________






d) Escreva o sentido real das duas palavras que aparecem em sentido figurado na tira.


__________________________________________________________________________________________________________________________________






Atividades extraídas do Livro: SISTEMA DE ENSINO APRENDE BRASIL


1º volume Ensino Fundamental p. 24-44


Encontrei aqui: http://lpsmedsantoangelo.blogspot.com.br/2014/07/atividades-com-dicionario.html