Aula particular pode ser boa alternativa para alunos que precisam
melhorar rendimento
Adriana
Guimarães, professora de língua portuguesa, Lenita Crespo e Nicole: mãe optou
por aula particular para a filha com foco no Enem.
Em todas as escolas, dezenas de
jovens que cursam o mesmo ano letivo aprendem em sala de aula, ao mesmo tempo,
o mesmo conteúdo de matérias. No entanto, as dificuldades individuais surgem em
momentos diferentes para cada um. Nesta hora, especialistas indicam as aulas de
reforço como a melhor medida para que as dúvidas não se acumulem, para que os
alunos não fiquem desestimulados, ou ainda, para que não percam o ano letivo.
“As aulas particulares são
recomendadas quando o aluno quer melhorar seu desempenho escolar. Alguns
procuram quando percebem que estão com dificuldade em um determinado conteúdo,
mas a grande maioria espera até que as notas fiquem baixas para adotar a estratégia”,
afirma a psicopedagoga Ester Chapiro, diretora da Central de Professores.
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O ideal, segundo ela, é procurar
ajuda o mais cedo possível, para não acumular os conteúdos que serão estudados.
“É preciso romper um ciclo vicioso que se forma, onde o aluno não aprende,
passa a tirar nota baixa, tem sua autoestima diminuída e perde o interesse e a
atenção. As aulas particulares, com bons profissionais, podem dar um
‘empurrãozinho’ para uma melhora significativa nos resultados escolares. Trabalho
há mais de 20 anos com isso e posso garantir que, na maioria dos casos, essa
alternativa ajuda a solucionar o problema”, afirma.
Além da melhora nas notas, Ester
explica que, com a aula de reforço, os estudantes melhoram também a autoestima
e o interesse pelos estudos, facilitando todo o processo de aprendizagem.
Segundo ela, isso ocorre porque os fatores emocionais estão fortemente ligados
à aprendizagem.
“Mas existem os alunos que realmente
têm muita dificuldade para focar na explicação do professor em sala de aula e
se distraem facilmente. Isso, geralmente, não ocorre de forma consciente, mas
porque ele não consegue direcionar a própria atenção para as aulas. Neste caso,
sugiro uma avaliação psicopedagógica para uma investigação das causas do
problema”, alerta a educadora.
Quando as dúvidas aumentam, o
estudante Ruan Santos, 15 anos, costuma contar com as aulas de reforço. Mesmo
precisando do apoio de um professor particular de matemática, ele considera as
aulas na escola suficientes para o aprendizado, mas também acredita que o ritmo
de assimilação de cada aluno varia dependendo do assunto.
“Faço aulas quando as dificuldades
aparecem, quando eu sinto que não vou conseguir ir bem em uma determinada
prova. A aula particular me ajuda a não ficar de recuperação ou correr o risco
de perder o ano. Geralmente faço uma ou duas aulas antes da prova, isso já é
suficiente. O resultado é positivo, já que sempre consigo recuperar as notas
com esse suporte”, afirma o estudante.
O investimento dos pais de Ruan
parece estar mesmo valendo a pena. Com a ajuda extra, ele já conseguiu aumentar
a média de notas em matemática, que estava entre 3 e 4 e passou para 8.
“Percebo que todo aluno sente alguma
dificuldade em determinado momento, como aconteceu comigo. Alguns assuntos que
são ensinados durante as aulas não tinham ficado muito claros para mim, então
eu precisei de ajuda para poder acompanhar a turma”, analisa Ruan.
Professor de matemática, matéria
campeã na procura por aulas de reforço, o administrador de empresas Felipe
Vianna, 47, diz que esta é a matéria que, geralmente, os alunos menos gostam e
uma das que mais reprovam nas escolas e também no ensino superior. “Isso porque
ela exige um raciocínio lógico e nem todos têm esse perfil”, enfatiza.
O
professor de matemática Felipe Vianna lembra que quando a aula é individual, é
possível perceber com mais facilidade onde o aluno está precisando de reforço
Foto:
Douglas Macedo
A cada ano, quanto mais a matemática
evolui, mais difícil fica, de acordo com Felipe. Segundo ele, a dificuldade dos
alunos começa a surgir a partir do oitavo e nono ano, quando são ensinados
assuntos como polinômio, equação do segundo grau e fórmulas em geral.
“Alunos já saíram da nota zero e conseguiram
passar fazendo aula particular. É um investimento diferenciado, porque quando a
aula é individual, você vê exatamente onde o aluno está precisando de reforço”,
declara o professor.
A professora de língua portuguesa
Adriana Guimarães acredita que as escolas estão cada vez mais aumentando o
número de alunos em sala de aula e instrumentalizando cada vez menos o
professor para dar conta de um número tão grande de estudantes. À frente de um
curso voltado para aulas de reforço, ela conta que muitas vezes os alunos que a
procuram já estão com muitas dúvidas acumuladas.
“Uns vêm em busca de aperfeiçoamento,
outros estão preocupados com a aprovação no Enem (Exame Nacional do Ensino
Médio). Na aula particular, o acolhimento é grande, o atendimento é individualizado
e você consegue recuperar o aluno com um pouco mais de facilidade. Mas não são
quatro horas de aula que vão conseguir isso. Temos quase 100% de aprovação com
os alunos que fazem aula de reforço, mas é preciso ter expectativas reais.
Matérias como português e matemática são cheias de pré-requisitos e, às vezes,
os pais não entendem isso”, ressalta Adriana.
Para a advogada Lenita Crespo, 43
anos, mãe da estudante Nicole, de 12 anos, aluna do sétimo ano do ensino médio,
que também faz aulas de reforço em matemática e português, o foco no Enem faz
com que as escolas cobrem cada vez mais dos estudantes, fazendo com que essas
dificuldades apareçam com mais frequência.
“Sempre achei necessário esse reforço
paralelo na educação, mas com essa busca por aprovações no Enem, isso se tornou
um ponto a mais para os estudantes. Há vários anos percebo as salas de aula
cada vez mais cheias e achei que minha filha precisava de uma atenção mais
direcionada. Percebi as dificuldades nos estudos surgindo e, logo no início, quis
que ela tivesse este apoio. As aulas de leitura e interpretação que ela faz,
por exemplo, ajudam em todas as matérias mesmo que indiretamente, e isso tudo
se reflete no resultado final”, conclui Lenita.
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