quarta-feira, 25 de outubro de 2017

O dono da história: Uma proposta de aula de Literatura.

A Literatura é uma arte maravilhosa, não é verdade? Que tal permitir que seus alunos também percebam o quão encantador pode ser o universo das letras? Infelizmente, nem sempre conseguimos nos organizar para preparar aulas que despertem o interesse da turma, haja vista a grande quantidade de atribuições do dia a dia de um professor. Mas pensar na melhor maneira de apresentar um conteúdo não só deixa determinado assunto mais interessante como também estreita laços de afetividade entre mestre e alunos.
A proposta de aula de literatura que vamos apresentar hoje se chama “O dono da história”. Ela pode ser aplicada nas diversas fases, da Educação Infantil ao Ensino Médio, e deve partir do pressuposto de que os alunos conheçam, ainda que superficialmente, os livros escolhidos para a atividade. O jogo pode ser realizado no final do ano, quando todos os alunos leram os livros literários que foram adotados pela escola; pode ser jogado também durante o ano letivo e não precisa necessariamente ser baseado nos livros que os alunos estão lendo. Nessa última situação, escolha personagens clássicas de nossa literatura, personagens que possam ser facilmente reconhecidas pelos alunos.
Para executar nossa sugestão de aula de literatura, você vai precisar de alguns recursos didáticos muito simples, nada dispendioso ou difícil de ser feito, afinal de contas, nem sempre dispomos de tempo para preparar aulas muito elaboradas, o que é uma pena. Observe o passo a passo e boa aula!
O dono da história: ideias para a aula de literatura brasileira
► Passo 1: É hora de escolher as personagens. Lembre-se de adequar a abordagem para cada faixa etária. Aqui vamos sugerir uma aula de literatura para o Ensino Médio (lembrando que o mesmo jogo pode ser jogado com os pequenos a partir das histórias dos clássicos da literatura infantil ou com as personagens dos livros literários adotados pela escola), por isso é bom ficar atento aos interesses literários da turma. Não despreze o conhecimento que seus alunos já têm: você pode misturar personagens clássicos com personagens contemporâneos, sem problemas;
► Passo 2: Escolhidas as personagens, você deve fazer cartões com seus nomes impressos. O mesmo deve ser feito com as capas de livros, que poderão ser coloridas, o que facilita a visualização e aumenta o interesse dos alunos pela atividade (lembre-se de que todos nós somos extremamente sensoriais, por isso, é importante trabalhar com as cores);
► Passo 3: Você poderá dividir a turma em equipes, mas é importante que todos recebam a mesma tarefa, ou seja, as mesmas capas de livros e as mesmas personagens, assim todos terão as mesmas oportunidades. Se os alunos tiverem dificuldades para relacionar as histórias com suas respectivas personagens, você poderá distribuir pistas sobre suas características físicas e psicológicas, o que deixará o jogo ainda mais interessante;
► Passo 4: Caso você opte por criar equipes, a equipe vencedora será aquela com o maior número de acertos. Ao final da atividade, você poderá, nas aulas subsequentes, falar um pouco mais sobre os livros e sobre as personagens escolhidas. Não tenha dúvida de que esse tipo de aula, mais lúdica e dinâmica, pode ensinar muito mais do que várias aulas teóricas. Claro que a teoria é essencial para o ensino de qualquer disciplina, mas fugir da rotina é fundamental para manter nossos alunos sempre interessados e estimulados.
Caso você tenha alguma dificuldade para criar o seu “time” de personagens, abaixo seguem dez sugestões, personagens que os alunos geralmente conhecem:
Grande Sertão: Veredas, Vidas Secas e A hora da estrela imortalizaram suas personagens principais
Grande Sertão: Veredas, Vidas Secas e A hora da estrela imortalizaram suas personagens principais
 Capitu, personagem do livro Dom Casmurro, de Machado de Assis;
 Bentinho, personagem do livro Dom Casmurro, de Machado de Assis;
 Riobaldo, personagem do livro Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa;
 João Grilo, personagem do livro O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna;
 Cadela Baleia, personagem do livro Vidas secas, de Graciliano Ramos;
 Macabéa, personagem do livro A hora da estrela, de Clarice Lispector;
 Capitão Rodrigo, personagem do livro O tempo e o vento, de Erico Veríssimo;
 Pedro Bala, personagem do livro Capitães da areia, de Jorge Amado;
 Diadorim, personagem do livro Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa;
 Leonardo, personagem do livro Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida.

*A imagem que ilustra o miolo do artigo foi feita a partir da capa dos seguintes livros:
O tempo e o vento – O continente I. Erico Verissimo. Editora Globo.
A hora da estrela. Clarice Lispector. Editora Rocco.
Memórias de um sargento de milícias. Manuel Antônio de Almeida. Editora Melhoramentos.
Vidas secas. Graciliano Ramos. Editora Record.
Dom Casmurro. Machado de Assis. Editora Montecristo.
Capitães da areia. Jorge Amado. Editora Companhia das Letras.
Auto da Compadecida. Ariano Suassuna. Editora Agir.
Grande Sertão: Veredas. João Guimarães Rosa. Editora Nova Fronteira.

Por Luana Castro
Graduada em Letras


http://m.educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/o-dono-historia-uma-proposta-aula-literatura.htm

domingo, 22 de outubro de 2017

A Tese e a Introdução da Redação



O que é tese?

tese nada mais é do que a sua opinião (o seu posicionamento) a respeito do tema e ela é a ideia principal da redação. Em outras palavras: se você pudesse resumir a sua dissertação inteira (de 30 linhas, talvez) numa única frase, essa frase seria a tese (a ideia principal do texto). Afinal, nós devemos escrever uma dissertação inteira para comprovar a nossa tese. 

Onde a tese deve aparecer?

A dissertação possui três tipos de parágrafos: introduçãodesenvolvimento e conclusão. A tese precisa aparecer logo no primeiro parágrafo (introdução). 

Como fazer a tese da redação?

Existe uma maneira bem simples e prática de se fazer a tese da redação: pense quais serão as ideias principais de cada parágrafo de desenvolvimento. Se a tese é a ideia principal da redação inteira, então a tese nada mais é do que a união das ideias principais de cada parágrafo de desenvolvimento. 

Por exemplo: vamos supor que o tema proposto para a nossa redação seja "o papel da internet sobre a sociedade contemporânea". 

Primeiro, se pergunte: quantos parágrafos de desenvolvimento eu vou escrever e quais serão as ideias principais de cada um? Bem, uma dissertação geralmente tem dois ou três parágrafos de desenvolvimento (sendo que eu sou mais "fã" das dissertações com dois). 

Então, vamos fazer uma redação com dois parágrafos de desenvolvimento, sendo que eu vou escrever o seguinte: no primeiro parágrafo de desenvolvimento, eu vou escrever que a internet é importante porque possibilita aos seus usuários a oportunidade de compartilharem o que quiserem para o mundo inteiro; no segundo parágrafo, eu vou escrever que a internet globaliza as informações e que com ela é possível ter acesso ao conhecimento do mundo inteiro. Ou seja: no primeiro parágrafo eu digo basicamente que uma pessoa pode "se abrir para o mundo" e no segundo parágrafo eu digo que o mundo pode "se abrir para uma pessoa". Lindo, não?

Então, com essas duas ideias (argumentos) em mente, eu construo a minha tese: "a internet tem o poder de não apenas possibilitar às pessoas a chance de compartilharem as suas ideias para o mundo inteiro, como também dá oportunidade aos seus usuários de terem acesso ao conteúdo do mundo todo". 

Pronto: essa é a nossa tese. Veja que a tese tem duas ideias (argumentos) e essas duas ideias darão origem aos parágrafos de desenvolvimento. Num parágrafo eu vou dizer que as pessoas podem se abrir para o mundo e no outro parágrafo eu vou dizer que o mundo se abre para as pessoas. 

Eu disse anteriormente que a tese deve aparecer no parágrafo de introdução e isso é muito importante. Afinal, o parágrafo de introdução é composto de duas partes: apresentação do tema e apresentação da tese. Isso significa que o leitor, após ler o parágrafo de introdução, deve saber o tema da redação e deve saber qual é o posicionamento do autor em relação a esse tema (ou seja: qual é a ideia central da redação). Se não colocarmos a tese na introdução, vai sobrar apenas a apresentação do tema, ou seja: você vai começar a sua redação escrevendo de modo genérico, repetindo o tema, sem definir o que vai dizer. 

Veja como poderia ficar a introdução:

Inicialmente desenvolvida pelos militares, a internet ganhou o mundo e inaugurou uma nova cultura, fazendo parte do dia a dia das pessoas e conectando milhões de usuários ao redor do globo. Ela tem o poder de não apenas possibilitar às pessoas a chance de compartilharem as suas ideias em grande escala, como também dá oportunidade aos seus usuários de terem acesso ao conteúdo produzido a nível globalIsso significa que, com a internet, as pessoas se abrem para o mundo e o mundo se abre para elas

Observe que na primeira parte (em azul) eu apresentei o tema da redação de modo geral ("o papel da internet sobe a sociedade contemporânea") e na segunda parte (em vermelho) eu apresentei a tese da redação (fazendo algumas alterações para evitar a repetição de palavras), apresentando as duas ideias (argumentos) que vão construir os dois parágrafos de desenvolvimento. A última parte da introdução (na cor preta) apenas foi a reafirmação da tese (para não fazer a introdução acabar "do nada"). Nem sempre precisamos fazer isso. Na maior parte das vezes, a apresentação do tema e da tese são suficientes para se fazer uma boa introdução. 

Fonte:  http://www.comoescreverumaboaredacao.com/2013/10/a-tese-e-introducao-da-redacao.html

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Preposições sob e sobre

Sou do chão negro asfalto
da avenida São João
Sob o escuro manto fumaça
sombra do minhocão
Sob o céu cinzento de
São Paulo insano e mau
Brasileiro cuspido dos canhões
na Hungria cigano e bárbaro
bastardo dos portugueses
mouro feroz e bárbaro
desorientado dos beijos de
línguas e lugares embaralhados
Da rua Apa quando desaba
a Barra Funda dos prostíbulos
de toneladas de poeira e fuligem
sobre a poesia
Judeu de disfarce católico
ateu crente no candomblé
de todas as fugas e enfrentamentos
continuo de pé (...)”.

(A mesma praça, Paulo Miklos)

A música que você leu agora foi composta pelo cantor Paulo Miklos. Nela, temos o exemplo do uso correto das preposições sob e sobre, que estão em destaque. Por serem palavras parecidas, muitos falantes da língua portuguesa ficam em dúvida sobre quando e como utilizar cada uma delas, e outros sequer sabem que as duas formas existem e que ambas estão corretas.

Apesar de serem foneticamente similares, de acordo com a classificação gramatical da língua portuguesa, sob e sobre são preposições antônimas, ou seja, palavras que apresentam significado oposto. Portanto, elas não devem ser confundidas, sob pena de provocarem ambiguidade, especialmente nos textos escritos. Observe o significado e situações de uso de cada uma delas:

► Sob: A preposição sob tem sua origem no latim sub. É empregada em situações em que seu significado corresponde a “embaixo de”, “em estado de”, “sujeito à influência ou ao comando de algo ou alguém”. Observe seu uso nas frases a seguir:

Sob o céu cinzento de/ São Paulo insano e mau”. (A mesma praça - Paulo Miklos)
= embaixo de.

Sob o mesmo céu
Cada cidade é uma aldeia
Uma pessoa!
Um sonho, uma nação
Sob o mesmo céu
Meu coração
Não tem fronteiras (...)”.

(Sob o mesmo céu – Lenine)
= embaixo de.

(...) Seja bravo seja breve

Cai como luva, difícil dizer que não
Sob medida só se for sob pressão (...)”.

(Breve – Pouca Vogal)
= em estado de.

► Sobre: A preposição sobre também tem sua origem no latim — super. É empregada em situações em que seu significado corresponde a “em cima de”, “acima de” ou “a respeito de”. Observe os exemplos:

(…) Ele ficou ali sentado
Sentado sobre as mãos.
Sentado sobre as mãos
Observando a escuridão (...)”.

(Sobre as mãos – Nenhum de Nós)
= em cima de.

Meu amor
Vamos falar sobre o passado depois
Porque o futuro está esperando
Por nós dois (...)”.

(Quantas vidas você tem? - Paulinho Moska)
= a respeito de.

É uma índia com colar
A tarde linda que não quer se pôr
Dançam as ilhas sobre o mar
Sua cartilha tem o A de que cor? (...)”.

(Relicário – Nando Reis)
= acima de

Sintetizando:

Não confunda

sob = “embaixo de”, “em estado de”, “sujeito à influência ou ao comando de algo ou alguém”.

com

sobre = “em cima de”, “acima de” ou “a respeito de”.

Colocação pronominal

É a parte da gramática que trata da correta colocação dos pronomes oblíquos átonos na frase.
Embora na linguagem falada a colocação dos pronomes não seja rigorosamente seguida, algumas normas devem ser observadas, sobretudo, na linguagem escrita.
Dicas:
Existe uma ordem de prioridade na colocação pronominal: 1º tente fazer próclise, depois mesóclise e em último caso, ênclise.
Próclise
É a colocação pronominal antes do verbo. A próclise é usada:
1) Quando o verbo estiver precedido de palavras que atraem o pronome para antes do verbo. São elas: 
a) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém, jamais, etc.
Ex.: Não se esqueça de mim.
b) Advérbios. 
Ex.: Agora se negam a depor.
c) Conjunções subordinativas. 
Ex.: Soube que me negariam.
d) Pronomes relativos. 
Ex.: Identificaram duas pessoas que seencontravam desaparecidas.
e) Pronomes indefinidos. 
Ex.: Poucos te deram a oportunidade.
f) Pronomes demonstrativos. 
Ex.: Disso me acusaram, mas sem provas.
2) Orações iniciadas por palavras interrogativas. 
Ex.: Quem te fez a encomenda?
3) Orações iniciadas por palavras exclamativas. 
Ex.: Quanto se ofendem por nada!
4) Orações que exprimem desejo (orações optativas). 
Ex.: Que Deus o ajude.
Mesóclise
É a colocação pronominal no meio do verbo. A mesóclise é usada:
1) Quando o verbo estiver no futuro do presente ou futuro do pretérito, contanto que esses verbos não estejam precedidos de palavras que exijam a próclise. 
Exemplos:
Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento em prol da paz no mundo.
Não fosse os meus compromissos, acompanhar-te-ia nessa viagem.
Ênclise
É a colocação pronominal depois do verbo. A ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não forem possíveis:
1) Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo. 
Ex.: Quando eu avisar, silenciem-se todos.
2) Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal. 
Ex.: Não era minha intenção machucar-te.
3) Quando o verbo iniciar a oração. 
Ex.: Vou-me embora agora mesmo.
4) Quando houver pausa antes do verbo. 
Ex.: Se eu ganho na loteria, mudo-me hoje mesmo.
5- Quando o verbo estiver no gerúndio. 
Ex.: Recusou a proposta fazendo-se de desentendida.
Dicas:
O pronome poderá vir proclítico quando o infinitivo estiver precedido de preposição ou palavra atrativa.
Exemplos: 
É preciso encontrar um meio de não omagoar.
É preciso encontrar um meio de não magoá-lo.
Colocação pronominal nas locuções verbais
1) Quando o verbo principal for constituído por um particípio
a) O pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar. 
Ex.: Haviam-me convidado para a festa.
b) Se antes da locução verbal houver palavra atrativa, o pronome oblíquo ficará antes do verbo auxiliar. 
Ex.: Não me haviam convidado para a festa.
Dicas:
Se o verbo auxiliar estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito, ocorrerá a mesóclise, desde que não haja palavra atrativa antes dele. 
Ex.: Haver-me-iam convidado para a festa.
2) Quando o verbo principal for constituído por um infinitivo ou um gerúndio:
a) Se não houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar ou depois do verbo principal. 
Exemplos:
Devo esclarecer-lhe o ocorrido/ Devo-lheesclarecer o ocorrido.
Estavam chamando-me pelo alto-falante./ Estavam-me chamando pelo alto-falante.
b) Se houver palavra atrativa, o pronome poderá ser colocado antes do verbo auxiliar ou depois do verbo principal. 
Exemplos:
Não posso esclarecer-lhe o ocorrido./ Não lhe posso esclarecer o ocorrido.
Não estavam chamando-me./ Não meestavam chamando.
Observações importantes:
Emprego de o, a, os, as
1) Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral, os pronomes: o, a, os, as não se alteram. 
Exemplos:
Chame-o agora.
Deixei-a mais tranquila.
2) Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes finais alteram-se para lo, la, los, las. 
Exemplos:
(Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho.
(Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa.
3) Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em, ão, õe, õe,), os pronomes o, a, os, as alteram-se para no, na, nos, nas.
Exemplos:
Chamem-no agora.
Põe-na sobre a mesa.
4) As formas combinadas dos pronomes oblíquos: mo, to, lho, no-lo, vo-lo, formas em desuso, podem ocorrer em próclise, ênclise ou mesóclise. 
Ex.: Ele mo deu. (Ele me deu o livro)

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Uso da crase


Crase (Regras)

Conceito: é a fusão de duas vogais da mesma natureza.


No português assinalamos a crase com o acento grave (`). Observe:

Obedecemos ao regulamento.

( a + o )

Não há crase, pois o encontro ocorreu entre duas vogais diferentes. Mas:

Obedecemos à norma.

( a + a )

Há crase pois temos a união de duas vogais iguais ( a + a = à )


Regra Geral:

Haverá crase sempre que:

I. o termo antecedente exija a preposição a;

II. o termo consequente aceite o artigo a.


Fui à cidade.

( a + a = preposição + artigo )

( substantivo feminino )


Conheço a cidade.

( verbo transitivo direto – não exige preposição )

( artigo )

( substantivo feminino )



Vou a Brasília.

( verbo que exige preposição a )

( preposição )

( palavra que não aceita artigo )


Observação:

Para saber se uma palavra aceita ou não o artigo, basta usar o seguinte artifício:

I. se pudermos empregar a combinação da antes da palavra, é sinal de que ela aceita o artigo

II. se pudermos empregar apenas a preposição de, é sinal de que não aceita.


Ex: Vim da Bahia. (aceita)

Vim de Brasília (não aceita)

Vim da Itália. (aceita)

Vim de Roma. (não aceita)


Nunca ocorre crase:

1) Antes de masculino.

Caminhava a passo lento.

(preposição

2) Antes de verbo.

Estou disposto a falar.

(preposição)

3) Antes de pronomes em geral.

Eu me referi a esta menina.

(preposição e pronome demonstrativo)

Eu falei a ela.

(preposição e pronome pessoal)

4) Antes de pronomes de tratamento.

Dirijo-me a Vossa Senhoria.

(preposição)


Observações:

1. Há três pronomes de tratamento que aceitam o artigo e, obviamente, a crase:


senhora, senhorita e dona.

Dirijo-me à senhora.


2. Haverá crase antes dos pronomes que aceitarem o artigo, tais como:

mesma, própria...

Eu me referi à mesma pessoa.


5) Com as expressões formadas de palavras repetidas.

Venceu de ponta a ponta.

(preposição)


Observação:

É fácil demonstrar que entre expressões desse tipo ocorre apenas a preposição:

Caminhavam passo a passo.

(preposição)


No caso, se ocorresse o artigo, deveria ser o artigo o e teríamos o seguinte:


Caminhavam passo ao passo – o que não ocorre.



6) Antes dos nomes de cidade.

Cheguei a Curitiba.

(preposição)

Observação:

Se o nome da cidade vier determinado por algum adjunto adnominal,


ocorrerá a crase.

Cheguei à Curitiba dos pinheirais.

(adjunto adnominal)


7) Quando um a (sem o s de plural) vem antes de um nome plural.

Falei a pessoas estranhas.

(preposição)


Observação:

Se o mesmo a vier seguido de s haverá crase.

Falei às pessoas estranhas.

(a + as = preposição + artigo)


Sempre ocorre crase:

1) Na indicação pontual do número de horas.

Às duas horas chegamos.

(a + as)

Para comprovar que, nesse caso, ocorre preposição + artigo, basta confrontar com uma expressão masculina correlata.

Ao meio-dia chegamos.

(a + o)


2) Com a expressão à moda de e à maneira de.

A crase ocorrerá obrigatoriamente mesmo que parte da expressão


(moda de) venha implícita.

Escreve à (moda de) Alencar.

3) Nas expressões adverbiais femininas.

Expressões adverbiais femininas são aquelas que se referem a verbos, exprimindo circunstâncias de tempo, de lugar, de modo...

Chegaram à noite.

(expressão adverbial feminina de tempo)


Caminhava às pressas.

(expressão adverbial feminina de modo)


Ando à procura de meus livros.

(expressão adverbial feminina de fim)


Observações:

No caso das expressões adverbiais femininas, muitas vezes empregamos o acento indicatório de crase (`), sem que tenha havido a fusão de dois as.

É que a tradição e o uso do idioma se impuseram de tal sorte que, ainda quando não haja razão suficiente, empregamos o acento de crase em tais ocasiões.


4) Uso facultativo da crase

Antes de nomes próprios de pessoas femininos e antes de pronomes possessivos femininos, pode ou não ocorrer a crase.

Ex: Falei à Maria.

(preposição + artigo)


Falei à sua classe.

(preposição + artigo)


Falei a Maria.

(preposição sem artigo)


Falei a sua classe.

(preposição sem artigo)


Note que os nomes próprios de pessoa femininos e os pronomes possessivos femininos aceitam ou não o artigo antes de si. Por isso mesmo é que pode ocorrer a crase ou não.


Casos especiais:


1) Crase antes de casa.

A palavra casa, no sentido de lar, residência própria da pessoa, se não vier determinada por um adjunto adnominal não aceita o artigo, portanto não ocorre a crase.
Por outro lado, se vier determinada por um adjunto adnominal, aceita o artigo e ocorre a crase. Ex:

Volte a casa cedo.

(preposição sem artigo)


Volte à casa dos seus pais.

(preposição sem artigo)

(adjunto adnominal)

2) Crase antes de terra.

A palavra terra, no sentido de chão firme, tomada em oposição a mar ou ar, se não vier determinada, não aceita o artigo e não ocorre a crase. Ex:

Já chegaram a terra.

(preposição sem artigo)

Se, entretanto, vier determinada, aceita o artigo e ocorre a crase. Ex:

Já chegaram à terra dos antepassados.

(preposição + artigo)

(adjunto adnominal)


3) Crase antes dos pronomes relativos.

Antes dos pronomes relativos quem e cujo não ocorre crase. Ex:

Achei a pessoa a quem procuravas.

Compreendo a situação a cuja gravidade você se referiu.


Antes dos relativos qual ou quais ocorrerá crase se o masculino correspondente


for ao qual, aos quais. Ex:

Esta é a festa à qual me referi.

Este é o filme ao qual me referi.

Estas são as festas às quais me referi.

Estes são os filmes aos quais me referi.


4) Crase com os pronomes demonstrativos aquele (s), aquela (s), aquilo.

Sempre que o termo antecedente exigir a preposição a e vier seguido dos pronomes demonstrativos: aquele, aqueles, aquela, aquelas, aquilo,


haverá crase. Ex:

Falei àquele amigo.

Dirijo-me àquela cidade.

Aspiro a isto e àquilo.

Fez referência àquelas situações.


5) Crase depois da preposição até.

Se a preposição até vier seguida de um nome feminino, poderá ou não ocorrer  crase. Isto porque essa preposição pode ser empregada sozinha (até) ou em locução com a preposição a (até a). Ex:

Chegou até à muralha.

(locução prepositiva = até a)

(artigo = a)

Chegou até a muralha.

(preposição sozinha = até)

(artigo = a)


6) Crase antes do que.

Em geral, não ocorre crase antes do que. Ex: Esta é a cena a que me referi.
Pode, entretanto, ocorrer antes do que uma crase da preposição a com o pronome demonstrativo a (equivalente a aquela).

Para empregar corretamente a crase antes do que convém pautar-se pelo seguinte artifício:

I. se, com antecedente masculino, ocorrer ao que / aos que, com o feminino ocorrerá crase;

Ex: Houve um palpite anterior ao que você deu.

( a + o )

Houve uma sugestão anterior à que você deu.

( a + a )


II. se, com antecedente masculino, ocorrer a que, no feminino não ocorrerá crase.

Ex: Não gostei do filme a que você se referia.

(ocorreu a que, não tem artigo)

Não gostei da peça a que você se referia.

(ocorreu a que, não tem artigo)



Observação:

O mesmo fenômeno de crase (preposição a + pronome demonstrativo a) que ocorre antes do que, pode ocorrer antes do de. Ex:

Meu palpite é igual ao de todos.

(a + o = preposição + pronome demonstrativo)

Minha opinião é igual à de todos.

(a + a = preposição + pronome demonstrativo)

7) há / a

Nas expressões indicativas de tempo, é preciso não confundir a grafia do a (preposição) com a grafia do há (verbo haver).

Para evitar enganos, basta lembrar que, nas referidas expressões:

a (preposição) indica tempo futuro (a ser transcorrido);

há (verbo haver) indica tempo passado (já transcorrido). Ex:

Daqui a pouco terminaremos a aula.

Há pouco recebi o seu recado

Como usar a crase antes de horas


1- Exemplos de quando usar:

a- A festa começa às 21h.

b- As lojas normalmente abrem às 9h.

c- O telefone tocou à 1h da madrugada.

d- Começa à 0h desta terça-feira a venda de ingressos para o show.

2- Exemplos de quando NÃO usar:

Não há crase depois das preposições: para, até, após, desde e entre.

a- Antecipei minha consulta para as 14h.

b- Só vou esperar por você até as 15h.

c- Podemos nos encontrar após as 19h.

d- Estou te esperando desde as 11h.

e- Estarei no clube entre as 9h e as 11h.

3- Dica:

Substitua sempre qualquer hora por meio-dia. Só haverá crase se der ao meio-dia.

a- A festa começa às 21h. (A festa começa ao meio-dia.) Há crase.

b- Antecipei minha consulta para as 14h. (Antecipei minha consulta para ao meio-dia????)


Não há crase.


4- Outros casos:

4.1- Não há crase quando a preposição de aparece sozinha, ainda que ela esteja implícita.

a- A minissérie será exibida de 3ª a 6ª. (sozinha)

b- Exibição da minissérie: 3ª a 6ª. (implícita)

4.2- Há crase quando a preposição de aparece combinada com artigo, ainda que ela esteja implícita.

a- A aula de dança será das 15h às 17h. (combinada: de+as)

b- Horário da aula de dança: 15h às 17h. (implícita)

Em meio a tantas exceções, às vezes é mais simples você memorizar quando a crase não é utilizada do que quando é!

Então, vejamos os casos:

1. Antes de substantivos masculinos:



a) Ele veio a pé.

b) Não vendemos a prazo.

c) Vamos conhecer a fazenda a cavalo.

d) Você deve se vestir a caráter.

2. Antes de verbo no infinitivo:

a) Começou a sorrir quando dei a notícia!

b) Ficou a pensar nela o dia todo!

c) Estava a celebrar sua vitória!

3. Diante de nomes de cidades:

a) Chegou a Belo Horizonte em segurança.

b) Quem tem boca, vai a Roma.

c) Foi a Vitória conhecer o mar.

Detalhe importante: Quando especificar a cidade, coloque a crase: Irei à Veneza dos apaixonados.


Refiro-me à Inglaterra do século XVIII.

4. Em substantivos que se repetem: gota a gota, cara a cara, dia a dia, frente a frente, ponta a ponta.

5. Diante de pronomes (pessoais, demonstrativos, de tratamento, indefinidos e relativos):

a) Solicitei a ela que tivesse calma, pois tudo daria certo!

b) Você vai sair a esta hora?

c) Comunicarei a Vossa Alteza a sua decisão!

d) Dê comida a qualquer um que tenha fome!

e) Agradeço a Deus, a quem pertence tudo que sou e tenho!

6. Antes do artigo indefinido “uma”: Ele foi a uma comunhão.

7. Diante de substantivos no plural:

a) O prêmio foi concedido a alunos vencedores.

b) Não gosto de ficar próximo a pessoas que conversam demais!

c) Gosto de ir a praças para ler!

8. Antes de números cardinais: Vou embora daqui a quinze minutos.

9. Antes de nomes de mulheres consideradas célebres:

a) Refiro-me a Brigitte Bardot e sua má postura!

b) Este livro faz referência a Joana D’Arc.

10. Diante da palavra “casa” quando esta não estiver especificada: Foi a casa. Voltou a casa.

Detalhe importante: Se a palavra “casa” vier determinada por adjunto adnominal,ou seja, caso esteja  especificada, aceita-se a crase: Fui à casa de meus avós ou Voltei à casa de meus pais.

11. Diante da palavra “terra” quando significar “terra firme” e não estiver especificada: Após viajarmos muito pelos mares, voltamos a terra.

Porém, quando possuir o sentido de planeta, ocorrerá a crase. Ex.: Os astronautas voltaram à Terra.

No caso de a palavra terra estiver especificada, a crase estará confirmada. Ex.: Voltamos à terra de meus

avós.

Observação importante:

O uso da crase é facultativo: antes de possessivo (Leve o presente à/a sua amiga); antes de nomes de
mulheres que não sejam célebres (Foi à/a Ana falar de seu amor) e com “até”: Foi até à/a escola mais
próxima fazer sua matrícula.



Por Sabrina Vilarinho

Graduada em Letras




Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

DUARTE, Vânia Maria do Nascimento. "Quando Não Usar a Crase?"; Brasil Escola. Disponível em

<http://brasilescola.uol.com.br/gramatica/quando-nao-usar-crase.htm>. Acesso em 03 de outubro de


2017.

domingo, 23 de abril de 2017

Literatura informativa

Literatura informativa - Características e conceitoLiteratura informativa... de informação, evidentemente. Essa significativa característica, estimado(a) usuário(a), traz consigo o aspecto mais peculiar para que seus conhecimentos sejam aprimorados e, consequentemente, efetivados acerca do que foi as primeiras manifestações literárias em solo brasileiro. De informação porque, levando em conta os conhecimentos de que dispõe acerca dos dados históricos, os colonizadores, aqui chegando, resolveram desbravar esse precioso território mediante as belezas que aqui se faziam vistas. Desse modo, tudo que aqui encontram serviu de aparato para os relatos que se mostraram a serviço dos conhecimentos daqueles que lá estavam, além-mar.

Foi então que, por esse motivo,  Pero Vaz de Caminha, ao escrever a carta de achamento do Brasil documentou todas essas descobertas, cuja data se expressa em 1º de maio de 1500, ainda que ela pertença, somente a título de complementação, à literatura portuguesa. Dadas essas razões, estimado(a) usuário(a), sobretudo levando em consideração a importância de se estudar acerca de um fato marcante como esse, bem como apoiando no fato de que  a arte literária comporta os conhecimentos que devemos trazer conosco, achamos por bem criarmos este espaço, o qual prioriza aspectos pertinentes à chamada literatura de informação ou literatura dos cronistas e viajantes.

A literatura informativa surgiu no Brasil no século XVI, mais precisamente no ano de 1500 com o descobrimento do país por Portugal. Nesta época o continente europeu vivia em pleno Renascimento cultural e o gênero foi resultado das Grandes Navegações que tiveram o objetivo de descobrir novas rotas comerciais em direção às Índias. Este tipo de literatura possui caráter informativo, preocupando-se em descrever claramente a nova terra, sua fauna e flora, riquezas, habitantes e seus costumes.
Temos como pioneiro da literatura informativa, também bastante conhecida como Quinhentismo Brasileiro, o viajante Pero Vaz de Caminha. Com o descobrimento do Brasil no ano de 1500 os viajantes das Grandes Navegações acabaram por se deparar com uma terra completamente distinta à que conheciam, com fauna e flora exuberante, inúmeras riquezas inexploradas além de abrigar um povo estranho, com costumes e religião ainda desconhecida pelos europeus. Portugal, inclusive toda a Europa, vivia imersa num capitalismo a todo vapor, preocupada com suas riquezas e desenvolvimento econômico, bem diferente do Brasil no momento de seu descobrimento.
A ânsia por informações da nova terra era considerável, então Caminha redigiu em 1º de Maio daquele ano a Carta do Achamento, onde, pela primeira vez, leva a Portugal os dados e peculiaridades do nosso país. A carta exaltava as qualidades da terra, sua fauna e flora rica em diferentes espécies de plantas e animais exóticos, os estranhos costumes da população nativa e suas riquezas. Confira um trecho desta carta onde ele faz menção à beleza das índias em relação às europeias e a forma como se portavam naturalmente despidas.
E uma daquelas moças era toda tinta, de fundo a cima, daquela tintura, a qual, certo, era tão bem feita e tão redonda e sua vergonha, que ela não tinha, tão graciosa, que a muitas mulheres de nossa terra, vendo-lhes tais feições, fizera vergonha, por não terem a sua como ela. (…)”.

Características da Literatura Informativa

Estilo descritivo, com intenção de suprir as necessidades dos europeus que se encontravam além-mar.
Louvor e exaltação extrema a terra recém-descoberta.
Destaque para as belezas naturais e riquezas presentes na terra.
Por ser de estilo estritamente descritivo, o quinhentismo, ou literatura informativa, não foi, por muitos, considerada como literatura propriamente dita, contudo é um gênero literário que foi de extrema importância para o desenvolvimento inicial de nosso país e que enriqueceu a sua cultura. Após este tipo de literatura de descrição e informação o Brasil viu-se invadido por outro tipo de literatura, a dos Jesuítas que tinha como objetivo principal expandir o cristianismo.


Escolas literárias

As escolas literárias são subdivisões de duas grandes eras de nossa literatura: a Era Colonial e a Era Nacional.

Você já deve saber que a literatura brasileira é dividida em movimentos literários, também chamados de escolas literárias. O que você talvez não saiba ainda é que essa divisão é feita para facilitar o estudo das diferentes estéticas que compõem nossa história literária, bem como para facilitar o ensino de literatura nas escolas. As primeiras manifestações dessa arte no Brasil surgiram no século XVI, quando os primeiros cronistas escreveram os primeiros registros sobre a terra recém-descoberta e colonizada.
Sendo assim, nossa literatura começa a ser sistematizada a partir do Quinhentismo, expressão genérica que denomina todas as manifestações literárias ocorridas no Brasil durante o século XVI. Isso significa que nossa tradição literária conta com pouco mais de quinhentos anos, o que é pouco se comparada à milenar literatura europeia, por exemplo. Apesar de “jovem”, a literatura brasileira já vivenciou diferentes movimentos literários, movimentos esses que foram, inegavelmente, influenciados pela História do Brasil e do mundo.
A literatura brasileira pode ser dividida em duas grandes eras, momentos que acompanharam a evolução política e econômica do país: a Era Colonial e a Era Nacional, separadas por um período de transição que corresponde à emancipação política do Brasil. A Era Colonial, a vertente histórica de nossas letras, representa a literatura produzida sob a influência da literatura portuguesa. Esse período é representando pelas seguintes escolas:
  • Quinhentismo (de 1500 a 1601);
  • Barroco (de 1601 a 1768);
  • Arcadismo (de 1768 a 1808);
  • Período de Transição (de 1808 a 1836).
A Era Nacional marcou o início do desenvolvimento das formas literárias genuinamente brasileiras, período que prezou pela estética e pelo compromisso dos escritores em criar uma expressão própria que retratasse nossas características culturais, sociais e linguísticas. Por esse motivo, a Era Nacional é tida como a vertente estética da literatura brasileira, quando finalmente a autonomia literária foi estabelecida. Representam o período as seguintes escolas:

  • Romantismo (de 1836 a 1881);
  • Realismo (de 1881 a 1893);
  • Simbolismo (de 1893 a 1922);
  • Modernismo (de 1922 a 1945);
  • Tendências contemporâneas.

  • Para que você conheça mais sobre a literatura brasileira e seus diferentes períodos, o Mundo Educação preparou uma seção dedicada às escolas literárias que marcaram época em nosso país. Nela você encontrará artigos que têm como objetivo discutir os vários movimentos, os contextos históricos que os permeiam e as características estilísticas, bem como apresentar os principais escritores que contribuíram para a formação de nossa identidade literária. Boa leitura e bons estudos!
Fonte:http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/literatura/estilos-epoca.htm



Quadro Demonstrativo das Escolas Literárias em Portugal e no Brasil

* Brasil: Era colonial: 1500 - Literatura de Informação
1600 - Barroco
1768 - Arcadismo
Era nacional: 1836 - Romantismo
1881 - Realismo / Naturismo / Parnasianismo
1893 - Simbolismo
1902 - Pré-modernismo
1922 - Modernismo

* Portugal: Era Medieval: 1189 - Trovadorismo
1418 - Humanismo
1527 - Classicismo
1580 - Barroco
1756 - Arcadismo
Era moderna ou contemporânea: 1895 - Realismo / Naturismo
1890 - Simbolismo
1915 - Modernismo

Como se pode observar, os movimentos literários são praticamente os mesmo em Portugal e no Brasil, com poucas diferenças nas datas e no inicio e fim de cada escola. 







PERIODIZAÇÃO DA LITERATURA EM PORTUGAL E NO BRASIL - TROVADORISMO

 
(clique nas figuras para visualizá-las em tamanho maior)



* Estilo individual: maneira particular de um poeta utilizar a língua;

Estilos de Época ou Escolas Literárias: fases literárias menores caracterizadas em função dos estilos individuais dos artistas, do contexto histórico e das tendências de cada período.



 

CANTIGAS LÍRICAS
CANTIGAS DE AMOR
CANTIGAS DE AMIGO
- origem provençal;
- origem galego-portuguesa;
- eu-lírico masculino;
- eu-lírico feminino;
- objeto desejado: a dama;
- objeto desejado: o amigo;
- o homem presta a vassalaagem amorosa: sofre pelo amor não correspondido (coita);
- a mulher sofre pelo amante, namorado ausente;
- mulher idealizada, superior;
- mulher real, mais concreta;
- ambiente palaciano (aristocrático).
- ambiente rural (popular).


CANTIGAS SATÍRICAS
CANTIGA DE ESCÁRNIO
CANTIGA DE MALDIZER
- ataque indireto;
- ataque direto;
- predomínio da ironia e do sarcasmo;
- predomínio de palavras chulas (baixo nível);
- crítica a costumes, pessoas e acontecimentos;
- crítica a costumes, pessoas e acontecimentos;
- não declaração de nomes.
- declaração de nome da pessoa criticada.

Fonte: http://macieldealmeida.blogspot.com.br/2014/08/periodizacao-da-literatura-em-portugal.html

Pré-Modernismo no Brasil


O que foi, características, principais escritores e suas obras, contexto histórico, resumo do pré-modernismo na literatura brasileira


O Pré-Modernismo foi um período da literatura brasileira, que teve seu desenvolvimento nas décadas de 1910 e 1920. Muitos estudiosos da literatura brasileira afirmam que foi um período de transição entre o simbolismo e o modernismo.

O pré-modernismo é um conjunto de obras literárias que propunham as mesmas temáticas e formas do futuro movimento chamado Modernismo.

Contexto histórico

O Pré-Modernismo brasileiro situa-se no contexto histórico da consolidação da República. A expectativa de um novo Brasil, mais justo e moderno, com o advento do regime republicano foi frustrada. No novo regime, as desigualdades continuaram, a oligarquia se manteve no poder, a participação política ficou restrita às elites e os conflitos sociais (exemplos: Guerra da Vacina, Guerra do Contestado, Cangaço e Revolta da Chibata) pipocaram pelo Brasil. Foi este contexto que influenciou a produção literária das duas primeiras décadas do século XX.

O Pré-Modernismo acontece anos antes da Semana da Arte Moderna, em 1922, e é o período de transição entre as tendências do final do Simbolismo ou Parnasianismo, século XIX, e o Modernismo.

Neste período, alguns anos após a abolição da escravatura, muitos imigrantes, em sua maioria italianos, vêm ao Brasil substituir a mão-de-obra rural e escrava.

A urbanização de São Paulo faz surgir uma nova classe social: a operária, ao mesmo tempo em que os ex-escravos são marginalizados nos centros urbanos.

Os estados brasileiros passam por transformações na economia: a ascensão do café no Sul e Sudeste, e o declínio da cana-de-açúcar no Nordeste.

O governo republicano não garantia esperanças e não promovia as tão esperadas mudanças sociais, pelo contrário, a sociedade se encontrava dividida entre a elite detentora de dinheiro, respeito e poder das oligarquias rurais e a classe trabalhadora rural, bem como dos marginalizados nos centros urbanos.

A desigualdade social culminou em diversos movimentos sociais pelo Brasil, como a Revolta de Canudos, ocorrida no final do século XIX no sertão da Bahia, sob liderança de Antônio Conselheiro, dentre outros movimentos de protesto às condições de vida no Nordeste. Além disso, ocorreu também os movimentos protestantes no meio urbano, como a Revolta da Chibata, em 1910, contra o maltrato da Marinha à corporação e também as greves de operários.Já no começo do século XX começa a surgir os primeiros indícios da crise cafeeira com a superprodução de café, a chamada crise da “República Café-com-Leite”.

É em meio a este quadro na sociedade brasileira que começa no Brasil uma nova produção literária, intitulada de Pré-Modernismo pelo crítico literário Tristão de Ataíde. Trata-se das obras literárias de um grupo de escritores que propunham as mesmas temáticas e formas, as que seriam enquadradas no futuro movimento literário: o Modernismo. Destaca-se neste período a obra Os sertões, de Euclides da Cunha e Canaã de Graça Aranha. Contudo, o Pré-Modernismo não é tido como uma “escola literária”, pois apresenta características individuais muito marcantes.


No entanto, há características comuns às obras desse período: a ruptura com a linguagem pomposa parnasiana; a exposição da realidade social brasileira; o regionalismo; a marginalidade exposta nas personagens e associação aos fatos políticos, econômicos e sociais.

Os principais autores pré-modernistas são: Euclides da Cunha, Augusto dos Anjos, Lima Barreto, Graça Aranha, Monteiro Lobato.


Principais características do Pré-Modernismo no Brasil:


- Abordagem de problemas sociais brasileiros (desigualdade, conflitos, pobreza e exclusão social e política). Estes temas serão retratados, principalmente, nas obras de dois importantes escritores do período: Lima Barreto e Euclides da Cunha.


- Regionalismo: valorização de aspectos culturais de regiões do Brasil.

- Estética literária marcada por valores do Naturalismo.

- Mistura de estilos literários de escolas anteriores.

- Surgimento, em alguns escritores (Lima Barreto, por exemplo) do uso da linguagem coloquial.

- Surgimento, embora o conservadorismo ainda se faça presente, de inovações técnicas na forma de expressão literária.

* importante: por não se tratar de uma escola literária, mas sim um período de transição, as características acima não estão presentes nas obras de todos os escritores pré-modernistas. Cada escritor possui seu próprio estilo e suas próprias temáticas de destaque.

Principais escritores pré-modernistas e suas obras:

- Lima Barreto – escritor carioca, autor de Triste Fim de Policarpo Quaresma.
- Monteiro Lobato – escritor paulista, autor de Cidades Mortas e Urupês.
- Graça Aranha – escritor maranhense, autor de Canaã.
- Euclides da Cunha – escritor carioca cuja principal obra foi Os sertões.
- João Simões Lopes Neto – escritor gaúcho, autor de Contos Gauchescos e Lendas do Sul.
- Augusto dos Anjos – poeta paraibano, autor da obra Eu.