terça-feira, 8 de março de 2016

Figuras de linguagem, assonância e aliteração


 ALITERAÇÃO (Latim, alliteratio). Contrariamente a etimologia da palavra:sequência de letras semelhantes; a aliteração realiza-se por meio de sons semelhantes, não de letras. De modo que a aliteração consiste na repetição de consoantes ou de sílabas - especialmente as sílabas tônicas - em duas (ou mais) palavras, dentro do mesmo verso, estrofe, ou numa frase. Geralmente, a repetição dos sons consonantais é feita no início e no interior de palavras, ou, então, em sílabas iniciais:
  Chegamos de uma terra feia, fria, fétida, fútil.
  "Toda gente homenageia Januária na janela." (Chico Buarque)
  "Auriverde pendão de minha terraque a brisa do Brasil beija ebalança." (Castro Alves)
Quando há repetição, em sequência, de determinado som no "final de palavras", tem-se, o fenômeno do eco; este pode ser trabalhado no interior de uma frase ou verso; funcionando, qual uma autêntica rima:
Na messe, que enlouquece, estremece a quermesse...
O Sol, o celestial girassol, esmorece...
E as cantilenas de serenos sons amenos
Fogem fluidas, fluindo à fina flor dos fenos. (Eugênio de Castro)
Geralmente, os poetas utilizam a aliteração para sugerir ruídos da natureza. Neste caso, a aliteração recebe ou recebia o nome de harmonia imitativa:
Foguetes, bombas, chuvinhas, / chios, chuveiros, chiando,
Chiando, chovendo, chuvas de fogo! / Chá-Bum! (Jorge de Lima)
Levando em conta esse exemplo, não seria sem razão confundir a aliteração com a onomatopeia. Por outro lado, a onomatopeia difere da aliteração na medida em que esta sugere um som e a onomatopeia imita.
Segundo Manuel Bandeira, o fragmento de Violões que Choram (Cruz e Souza), é o mais longo exemplo de aliteração da Língua Portuguesa:
Vozes veladas veludosas vozes,
Volúpia dos vilões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.
A repetição dos [vês] tem o objetivo de sugerir o sussurro do vento.
ASSONÂNCIA (do castelhano asonância = acordo de sons) é a repetição de sons vocálicos, em sílabas tônicas de palavras distintas ou na mesma frase para obter certos efeitos de estilo:
É um pássaro, é uma rosa,
É o mar que me acorda? (Eugênio de Andrade)
Frequentemente, a assonância tem um efeito de rima quando é usada para fazer corresponder vogais em versos finais, como rosa e acorda, no exemplo acima. Neste caso, a assonância confunde-se com a rima vocálica ou toante, que põe em paralelo, duas palavras com a mesma vogal tônica. Como as vogais são acusticamente sons musicais a assonância funciona como complemento melódico do verso. Ao contrário da aliteração cuja repetição das consoantes sugere ruídos da natureza.
A assonância pode ser combinada com a aliteração, veja:
  Na messe, que enlourece, estremece a quermesse.
Neste verso de Eugênio de Castro temos a assonância do “e” e a aliteração do “s”.
PARANOMÁSIA é a figura de som que consiste na aproximação de palavras semelhantes pelos sons, mas de sentidos diferentes, ou seja, é o emprego de palavras parônimas. Observe:
  Cada leitão em seu leito / Cada paixão com seu jeito.
  Houve aquele tempo...
(E agora, que a chuva chora, ouve aquele tempo!) (Ribeiro Couto)
Os termos houve (verbo haver) e ouve (verbo ouvir) coincidem do ponto de vista sonoro, embora tenham grafias e significados diferentes. A coincidência sonora cria uma tensão semântica na poesia: ela dá novas significações à relação dos tempos presente e passado.
por Ricardo Sérgio
Disponível em http://www.recantodasletras.com.br/

                             Figuras de Linguagem
São recursos que tornam mais expressivas as mensagens.

Subdividem-se em figuras de som, figuras de construção, figuras de pensamento e figuras de palavras.

Figuras de Som

    ALITERAÇÃO

Consiste na repetição ordenada de mesmos sons consonantais. Exemplos:

        "Despudorada, dada\ À danada agrada andar seminua."
         (Chico Buarque)
        "Toda gente homenageia Januária na janela." (Chico Buarque).
           
    ASSONÂNCIA

Consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos. Exemplos:

        "Sou um mulato nato no sentido lato
         mulato democrático do litoral."
         (Caetano Veloso)
       
"Sou Ana, da cama / da cana, fulana, bacana / Sou Ana de Amsterdam." (Chico Buarque).

    PARONOMÁSIA

Consiste na aproximação de palavras de sons parecidos, mas de significados distintos. Exemplos:

        "Eu que passo, penso e peço."
         (Sidney Miller)
        "Berro pelo aterro pelo desterro / berro por seu berro pelo seu erro / quero que         você ganhe que você me apanhe / sou o seu bezerro gritando mamãe."                    (Caetano Veloso)

 Onomatopeia

  Ocorre quando uma palavra ou conjunto de palavras imita um ruído ou som. Exemplos:

    "O silêncio fresco despenca das árvores. / Veio de longe, das planícies altas, /           Dos cerrados onde o guaxe passe rápido... / Vvvvvvvv... passou." (Mário de               Andrade).
"Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno." (Fernando Pessoa).
      Cócórócócó, fez o galo às seis da manhã.
Figuras de Construção

    ELIPSE
   
 Consiste na omissão de um termo facilmente identificável no texto. 
   
        "Na sala, apenas quatro ou cinco convidados." (omissão de havia)
         (Machado de Assis)

    ZEUGMA
    
Consiste na elipse de um termo que já apareceu antes. Exemplos:

        Ele prefere cinema, eu, teatro. (omissão de prefiro)
      Maria gosta de Matemática, eu de Português. (omissão de gosto)


    POLISSÍNDETO
    
Consiste na repetição de conectivos, ligando termos da oração ou elementos do período. Exemplos:

        "E sob as ondas ritmadas
         e sob as nuvens e os ventos
         e sob as pontes e sobe o sarcasmo
         e sob a gosma e sob o vômito (...)"
         (Carlos Drummond de Andrade)
       
         “Trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua!”


    ASSÍNDETO
   
 Consiste na ausência de conectivos. Exemplos:

        "Clara passeava no jardim com as crianças.
         O céu era verde sobre o gramado,
         a água era dourada sob as pontes,
         outros elementos eram azuis, róseos, alaranjados,
         o guarda-civil sorria, passavam bicicletas,
         a menina pisou a relva para pegar um pássaro,
         o mundo inteiro, a Alemanha, a China, tudo era tranquilo em
         redor de Clara."
         (Carlos Drummond de Andrade)

        Vim, vi, venci (Júlio César)

 Depreendemos que se trata de orações assindéticas, justamente pela omissão do conectivo “e”.

    INVERSÃO
    
Como bem nos revela o conceito, trata-se da inversão da ordem direta dos termos da oração. Constatemos:

Eufórico chegou o menino.

Deduzimos que o predicativo do sujeito (pois se trata de um predicado verbo-nominal) se encontra no início da oração, quando este deveria estar expresso no final, ou seja: O menino chegou eufórico.
    
     SILEPSE
    
Consiste na concordância não com o que vem expresso, mas com que se subentende, com o que está implícito.
   
        Silepse de gênero
       
Os gêneros são masculino feminino. Ocorre a silepse de gênero quando a concordância se faz com a ideia que o termo comporta. Exemplos:

 Vossa Excelência está preocupado.
A bonita Porto Velho sofreu mais uma vez com o calor intenso.

        Silepse de número

Os números são singular plural. A silepse de número ocorre quando o verbo da oração não concorda gramaticalmente com o sujeito da oração, mas com a ideia que nele está contida. Exemplos:
      
           Os sertões conta a Guerra de Canudos

  A procissão saiu. Andaram por todas as ruas da cidade de Salvador.

        Silepse de pessoa
         
Três são as pessoas gramaticais: a primeira, a segunda e a terceira. A silepse de pessoa ocorre quando há um desvio de concordância. O verbo, mais uma vez, não concorda com o sujeito da oração, mas sim com a pessoa que está inscrita no sujeito
Exemplos:
      
          "O que me parece inexplicável é que os brasileiros persistamos em comer essa                     coisinha verde e mole que derrete na boca."
             (Manuel Bandeira)

    ANACOLUTO
    
Consiste em deixar um termo solto na frase.
   
Essas crianças de hoje, elas estão muito evoluídas.

Notamos que o termo em destaque, que era para representar o sujeito da oração, encontra-se desligado dos demais termos, não cumprindo, portanto, nenhuma função sintática.


    PLEONASMO   
    
Figura que consiste na repetição enfática de uma ideia antes expressa, tanto do ponto de vista sintático quanto semântico, no intuito de reforçar a mensagem. Observemos, pois, alguns exemplos:

Vivemos uma vida tranquila.

O termo em destaque reforça uma ideia antes ressaltada, uma vez que viver já diz respeito à vida. Temos uma repetição de ordem semântica.

A ele nada lhe devo.

Percebemos que o pronome oblíquo faz referência à terceira pessoa do singular, já expressa. Trata-se, portanto, de uma repetição de ordem sintática demarcada pelo que chamamos de objeto direto pleonástico.

Observação importante:
O pleonasmo utilizado sem a intenção de conferir ênfase ao discurso, torna-se o que denominamos de vício de linguagem – ocorrência que deve ser evitada. Como, por exemplo:

subir para cima
descer para baixo
entrar para dentro, entre outras circunstâncias linguísticas.

    ANÁFORA
   
 Consiste na repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases.

    "Amor é fogo que arde sem se ver;
     É ferida que dói e não se sente;
     É um contentamento descontente;
     É dor que desatina sem doer"
     (Camões)

Figuras de pensamento

    ANTÍTESE
    
Consiste na aproximação de termos contrários, de palavras que se opõem pelo sentido.
   
    "Os jardins têm vida e morte..."
     (Cecília Meireles)

    IRONIA
    
É a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao usual, obtendo-se, com isso, efeito crítico ou humorístico. Exemplos:

    "A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças."
     (Monteiro Lobato)
   Aquele garoto é um anjo, vive arrumando confusões e se metendo em encrencas.

    EUFEMISMO
    
Consiste em substituir uma expressão por outra menos brusca, em síntese, procura-se suavizar alguma afirmação desagradável.

    "Você não foi feliz nos exames." (em vez de você foi reprovado)
     Coitado! Entregou sua alma a Deus. (em vez de morreu)

    HIPÉRBOLE
    
Trata-se de exagerar uma ideia com finalidade enfática.

    Estou morrendo de sede.
   Derramou um rio de lágrimas.


    PROSOPOPEIA ou PERSONIFICAÇÃO
    
Consiste em atribuir a seres inanimados predicados que são próprios dos seres animados. Exemplos:

    O jardim olhava as crianças sem dizer nada.
    Um frio inteligente (...) percorria o caminho (Clarice Lispector)  


    GRADAÇÃO ou CLÍMAX
    
É a apresentação de idéias em progressão ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax).

    "Um coração chagado de desejos
     Latejando, batendo, restrugindo."
     (Vicente de Carvalho)

    APÓSTROFE
    
Consiste na interpelação enfática a alguém (ou a alguma coisa personificada).

    "Senhor Deus dos desgraçados!
     Dizei-me vós, Senhor Deus!"
     (Castro Alves)

  Paradoxo

  Figura resultante da aproximação de palavras de ideias contraditórias que      aparentemente parecem se excluir, mas que mediante o contexto reforçam a ideia  retratada. Exemplo:

Quanto mais trabalho, mais passo por dificuldades financeiras.   

Figuras de Palavras

    METÁFORA
    
Consiste em empregar um termo com significado diferente do habitual. A metáfora implica, pois, uma comparação em que o conectivo comparativo fica subentendido.

    "Meu pensamento é um rio subterrâneo."
    (Fernando Pessoa)

    METONÍMIA
    
Consiste numa transposição de significado, ou seja, uma    palavra que usualmente significa uma coisa passa a ser usada com outro significado. Observe os exemplos abaixo:




1 - Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis(= Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis.)

2 - Inventor pelo invento: Édson ilumina o mundo. (= As lâmpadas iluminam o mundo.)

3 - Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te afastes da cruz. (= Não te afastes da religião.)

4 - Lugar pelo produto do lugar: Fumei um saboroso havana. (= Fumei um saboroso charuto.)

5 - Efeito pela causa: Sócrates bebeu a  morte. (= Sócrates tomou veneno.)

6 - Causa pelo efeito: Moro no campo e como do meu trabalho. (= Moro no campo e como o alimento que produzo.)

7 - Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice todo. (= Bebeu todo o líquido que estava no cálice.)

8 - Instrumento pela pessoa que utiliza: Os microfones foram atrás dos jogadores. (= Os repórteres foram atrás dos jogadores.)

9 - Parte pelo todo: Várias pernas passavam apressadamente. (= Várias pessoas passavam apressadamente.)

10 -  Gênero pela espécie: Os mortais pensam e sofrem nesse mundo. (= Os homens pensam e sofrem nesse mundo.)

11 -  Singular pelo plural: A mulher foi chamada para ir às ruas na luta por seus direitos. (= As mulheres foram chamadas, não apenas uma mulher.)

12 - Marca pelo produto: Minha filha adora danone. (= Minha filha adora o iogurte que é da marca danone.)

13 - Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. (= Alguns astronautas foram à Lua.)

14 - Símbolo pela coisa simbolizada: A balança penderá para teu lado. (= A justiça ficará do teu lado.)


    CATACRESE
    
Ocorre quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, toma-se outro por empréstimo. Entretanto devido ao uso contínuo, não mais se percebe que ele está sendo empregado em sentido figurado.

    O pé da mesa estava quebrado.
    Cortou a coroa do abacaxi,

    ANTONOMÁSIA
    
Consiste em substituir um nome por uma expressão que o identifique com facilidade.

    Os quatro rapazes de Liverpool (em vez de os Beatles)
    O Rei do futebol. (Pelé).

    SINESTESIA
    
Caracteriza-se por mesclar em uma mesma expressão as sensações percebidas pelos diferentes órgãos do sentido. Exemplos:

    A lua crua da madrugada invadia meu quarto.
   Um grito áspero revelava tudo o que ela sentia.

     Perífrase

Trata-se de uma expressão que designa um ser através de alguma de suas características ou
atributos, ou de um fato que o celebrizou. Veja o exemplo:

A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua atraindo visitantes do mundo todo.

Obs.: quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o nome de antonomásia.
Exemplos:


O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida praticando o bem.
O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito jovem.
O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções.

Comparação

Podemos afirmar que a comparação apenas se distingue da metáfora pelo fato de nela haver conectivos comparativos de forma explícita, retratados por “assim como, tal qual, tal como, que nem, feito”, bem como por alguns verbos, como é o caso de “parecer, assemelhar-se”, entre outros. Vejamos:

“Cabelos tão escuros como a asa da graúna”. (José de Alencar)

Fontes: http://www.questoesdeconcursos.com.br/
            http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil2.php
            http://www.brasilescola.com/

Você poderá gostar também de: 
http://geracaofutura1.blogspot.com.br/2016/04/recursos-estilisticos-figuras-de.html


Questões de vestibulares sobre figuras de linguagem


1) (PUC - SP) Nos trechos: "...nem um dos autores nacionais ou nacionalizados de oitenta pra lá faltava nas estantes do major" e "...o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja" encontramos, respectivamente, as seguintes figuras de linguagem:

a) prosopopeia e hipérbole;
b) hipérbole e metonímia;
c) perífrase e hipérbole;
d) metonímia e eufemismo;
e) metonímia e prosopopeia.

2)  (ITA) Em qual das opções há erro de identificação das figuras?

a) "Um dia hei de ir embora / Adormecer no derradeiro sono." (eufemismo)
b) "A neblina, roçando o chão, cicia, em prece. (prosopopéia)
c) Já não são tão freqüentes os passeios noturnos na violenta Rio de Janeiro. (silepse de número)
d) "E fria, fluente, frouxa claridade / Flutua..." (aliteração)
e) "Oh sonora audição colorida do aroma." (sinestesia).

3) (FEI) Assinalar a alternativa correta, correspondente à figuras de linguagem, presentes nos fragmentos abaixo:

I.   "Não te esqueças daquele amor ardente que já nos olhos meus tão puro viste." 

II.  "A moral legisla para o homem; o direito para o cidadão."

III. "A maioria concordava nos pontos essenciais; nos pormenores porém, discordavam."

IV. "Isaac a vinte passos, divisando o vulto de um, pára, ergues a mão em viseira, firma os olhos."

a) anacoluto, hipérbato, hipálage, pleonasmo;
b) hipérbato, zeugma, silepse, assíndeto;
c) anáfora, polissíndeto, elipse, hipérbato;
d) pleonasmo, anacoluto, catacrese, eufemismo;
e) hipálage, silepse, polissíndeto, zeugma.

4) (VUNESP) No trecho: "...dão um jeito de mudar o mínimo para continuar mandando o máximo", a figura de linguagem presente é chamada:

a) metáfora
b) hipérbole
c) hipérbato
d) anáfora
e) antítese

5) (CESGRANRIO) Na frase "O fio da idéia cresceu, engrossou e partiu-se" ocorre processo de gradação. Não há gradação em:

a) O carro arrancou, ganhou velocidade e capotou.
b) O avião decolou, ganhou altura e caiu.
c) O balão inflou, começou a subir e apagou.
d) A inspiração surgiu, tomou conta de sua mente e frustrou-se.
e) João pegou de um livro, ouviu um disco e saiu.

6) (U. Taubaté) No sintagma: “Uma palavra branca e fria”, encontramos a figura denominada:

a)  sinestesia
b)  eufemismo
c)  onomatopeia
d)  antonomásia
e)  catacrese

7) (Mack) Nos versos abaixo, uma figura se ergue graças co conflito de duas visões antagônicas:

“Saio do hotel com quatro olhos,
- Dois do presente,
- Dois do passado.”

Esta figura de linguagem recebe o nome de:

a)  metonímia
b)  catacrese
c)  hipérbole
d)  antítese
e)  hipérbato

8) Em cada um dos períodos abaixo ocorre uma silepse. Marque a alternativa que classifica corretamente cada uma delas.

“Está uma pessoa ouvindo missa, meia-hora o cansa e atormenta e faz romper em murmurações”.
“E todos assim nos distraímos nesses preparativos”. (Aníbal Machado)
“A multidão vai subindo, subiram, subiram mais”. (Murilo Mendes)

a)  silepse de gênero, silepse de número, silepse de número.
b)  silepse de pessoa, silepse de número, silepse de pessoa.
c)  silepse de gênero, silepse de pessoa, silepse de pessoa.
d)  silepse de gênero, silepse de pessoa, silepse de número.
e)  silepse de número, silepse de pessoa, silepse de gênero.

9) (FUVEST) A figura de linguagem empregada nos versos em destaque é:

“Quando a Indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável)
Talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
- Alô, iniludível!”

a)  clímax
b)  eufemismo
c)  sínquise
d)  catacrese
e)  pleonasmo.

10) (Cescea) Identifique os recursos estilísticos empregados no texto:

“Nem tudo tinham os antigos, nem tudo temos, os modernos”. (Machado de Assis)

a)  anáfora – antítese – silepse
b)  metáfora – antítese – elipse
c)  anástrofe – antítese – zeugma
d)  pleonasmo – antítese – silepse
e)  anástrofe – comparação – parábola.

11) (Inatel) Reconheça e classifique as figuras de palavras, de construção e de pensamento:

(   ) “Quando uma lousa cai sobre um cadáver mudo”.
(   ) “Terrível hemorragia de sangue”.
(   ) “Das idades através”.
(   ) “Oxalá tenham razão”.
(   ) “Trejeita, e canta, e ri nervosamente”.
·         (1) Polissíndeto
·         (2) Hipérbato
·         (3) Epíteto
·         (4) Pleonasmo
·         (5) Elipse
A sequência que corresponde à resposta correta é:

a)  4,3,5,2,1
b)  3,4,2,1,5
c)  3,4,2,5,1
d)  3,4,5,2,1

12) (UERJ 2007)
“Não tardaria muito que saíssem formados e prontos, um para defender o direito e o torto
da gente, outro para ajudá-la a viver e a morrer.” (l. 3 – 6)
Na passagem destacada, foram explorados diferentes recursos retóricos. Dois desses recursos podem ser identificados como:
a) metonímia e metáfora
b) antítese e pleonasmo
c) paradoxo e ironia
d) anáfora e alusão.
Leia o texto para responder as próximas questões (13 a 18)
Qualquer Canção
Qualquer canção de amor
É uma canção de amor
Não faz brotar amor
E amantes
Porém, se essa canção
Nos toca o coração
O amor brota melhor
E antes
Qualquer canção de dor
Não basta a um sofredor
Nem cerze um coração
Rasgado
Porém, inda é melhor
Sofrer em dó menor
Do que você sofrer
Calado
Qualquer canção de bem
Algum mistério tem
É o grão, é o germe, é o gen
Da chama
E essa canção também
Corrói como convém
O coração de quem
Não ama
(CHICO BUARQUE)
13) (UERJ 2008) A pluralidade de sentidos, característica da linguagem poética, pode ser obtida por meio de vários mecanismos, como, por exemplo, a elipse de termos. Esse mecanismo está presente, de modo mais marcante, no seguinte verso:
a) “E amantes” (v. 4)
b) “E antes” (v. 8)
c) “Rasgado” (v. 12)
d) “Calado” (v. 16)
14) (UERJ 2008) Na última estrofe do texto, o mistério a que se refere o eu lírico indica uma construção paradoxal.Os elementos que compõem esse paradoxo são:
a) início e fim
b) alegria e dor
c) música e silêncio
d) criação e destruição
15)  (UERJ 208) O processo de personificação é um recurso utilizado no texto para humanizar a narrativa e cativar o leitor. Um exemplo de personificação aparece no seguinte fragmento:
a) “Passar cinqüenta anos sem poder falar sua língua com alguém é um exílio agudo dentro do silêncio.”
b) “E como as folhas não falavam, punha-se a ler em voz alta, fingindo ouvir na própria voz a voz do outro,”
c) “Cinqüenta anos olhando as planuras dos pampas, acostumado já às carnes generosas dos churrascos
conversados em espanhol”
d) “Era agora um homem inteiro. Tinha, enfim, nos lábios toda a canção.”
16) (UERJ 2008) Figuras de linguagem – por meio dos mais diferentes mecanismos – ampliam o significado de palavras e expressões, conferindo novos sentidos ao texto em que são usadas. A alternativa que apresenta uma figura de linguagem construída a partir da equivalência entre um todo e uma de suas partes é:
a) “que um homem e uma mulher ali estejam, pálidos, se movendo na penumbra como dentro de um sonho?”
b) “Entretanto a cidade, que durante uns dois ou três dias parecia nos haver esquecido, voltava subitamente a atacar.”
c) “batia com os nós dos dedos, cada vez mais forte, como se tivesse certeza de que havia alguém lá dentro.”
d) “Mas naquela manhã ela se sentiu tonta, e senti também minha fraqueza;”
17) (UERJ 2010) “Mas, recusando o colóquio, desintegrou-se no ar constelado de problemas.” O estranhamento provocado no verso sublinhado constitui um caso de:
a) pleonasmo
b) metonímia
c) hipérbole
d) metáfora
18) (UERJ 2004) A construção poética do discurso baseia-se frequentemente na utilização de figuras de linguagem,como a metonímia. O poeta recorreu a esta figura em:
a) “Ah, os rostos sentados”
b) “Os retratos em cor, na parede,”
c) “que exerceram (…) o manso ofício”
d) “de fazer esperar com esperança.”
19) (UFSCAR-SP) Para responder a esta questão, leia os versos:


E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

Mudaram as estações

Nada mudou.

É notória a oposição de ideias nos versos, o que significa que neles se encontra como principal figura de linguagem  a:

a) metáfora
b) antítese
c) sinestesia
d) metonímia
e) catacrese

20)  (UFPA) Tecendo a manhã
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.
(MELO, João Cabral de. In: Poesias Completas. Rio de Janeiro, José Olympio, 1979)
Nos versos:

“E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo…”
tem-se exemplo de

a) eufemismo
b) antítese
c) aliteração
d) silepse
e) sinestesia.

21) (FUVEST) A catacrese, figura que se observa na frase “Montou o cavalo no burro bravo”, ocorre em:

a) Os tempos mudaram, no devagar depressa do tempo.
b) Última flor do Lácio, inculta e bela, és a um tempo esplendor e sepultura.
c) Apressadamente, todos embarcaram no trem.
d) Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal.
e) Amanheceu, a luz tem cheiro.

22) Atribua “V” para verdadeiro e “F” para falso em relação aos seguintes excertos:

a) Faria isso mil vezes se fosse necessário – antítese (  )
b) Falta-lhe inteligência para compreender isso – eufemismo (  )
c) Muito competente aquele candidato, esquecendo-se de cumprir com suas promessas eleitorais - ironia (  )
d) “O amor que a exalta e a pede e a chama e a implora” – inversão (   )

23) (FUNCAB - Aux.de informática) Na frase: “Não pergunte a mim, pergunte a Ele.”, o uso de letra maiúscula na grafia do pronome ele indica:

 a) metonímia.
 b) catacrese.
 c) prosopopeia.
 d) hipérbole.
 e) antítese.

24) (EB - 2011 Sargento) A alternativa em que podemos encontrar um exemplo de catacrese (figura de linguagem) é:

 a) Aquela menina é um doce de pessoa.
 b) Estou lendo Fernando Pessoa ultimamente.
 c) Coloque dois dentes de alho na comida.
 d) Estava triste e chorou rios de lágrimas.
 e) Ela faz tortas como ninguém.

25) (VUNESP - 2012 PM-SP) Em – Mas há as ficções benignas, como as que saíram dos pincéis de um Goya ou da pena de um Cervantes... –, a figura de linguagem empregada no termo destacado é

 a) metonímia.
 b) ambiguidade.
 c) antítese.
 d) anáfora.
 e) hipérbole.

26) (FUNCAB - Médico Legista - ES) As figuras de linguagem são usadas como recursos estilísticos para dar maior valor expressivo à linguagem. 

No seguinte trecho “Tu és a chuva e eu sou a terra [...]” predomina a figura, denominada:

 a) onomatopeia.
 b) hipérbole.
 c) metáfora.
 d) catacrese.
 e) sinestesia.

27) (FUNCAB - Técnico de Administração) O fragmento transcrito que possui um exemplo de onomatopeia é:

 a) “– É mesmo? – respondeu ele. – PentiumII?”
 b) “Mas tudo durou pouco, porque um certo escritor amigo meu me telefonou.”
 c) “–Clic – fiz eu do outro lado.”
 d) “– E como você fica aí, dando risada?”
 e) “Bobagem, como logo se veria.”

28) (VUNESP) Assinale a alternativa em que está caracterizada a figura de sintaxe denominada pleonasmo.

 a) Esperamos, sinceramente, você compreenda nossos motivos.
 b) Dizem que os brasileiros autênticos somos loucos por futebol.
 c) Ao povo, nada lhe dão que não seja seguido de novos impostos.
 d) Ele que era forte e corajoso, ei-lo fraco e covarde.
 e) Informaram que Sua Santidade continua adoentado.

29) (IESES - 2011 PM - SC) Considerando a presença de figuras de linguagem nas frases, assinale a alternativa INCORRETA. 

 a) “Meu pensamento é um rio subterrâneo”. Metáfora
 b) Sentia na boca um sabor de vida e morte. Prosopopéia
 c) Gostava de ler Machado de Assis. Metonímia
 d) “Tristeza não tem fim, felicidade sim”. Antítese

30) (FUVEST) A catacrese, figura que se observa na frase "Montou o cavalo no burro bravo", ocorre em: 

a) Os tempos mudaram, no devagar depressa do tempo. 
b) Última flor do Lácio, inculta e bela, és a um tempo esplendor e sepultura. 
c) Amanheceu, a luz tem cheiro 
d) Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal.
e) Apressadamente, todos embarcaram no trem. 


Gabarito:

1) E       2) C      3) B     4) E     5) E     6) A       7) D         8) D        9) B        10) A 11) C    12) C     13) B      14) B     15) C    16) B   17) D    18) A    19) B    20) C
21) C     22) Falsa; verdadeira; verdadeira; falsa.   23) C      24) C        25) A
26) C    27) C     28) C     29) B     30) E