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sábado, 17 de fevereiro de 2018


Gerações do Romantismo no Brasil


O Romantismo assumiu em nossa literatura um significado secundário, de um movimento anticolonialista e antilusitano, de rejeição à literatura produzida na época colonial, aos modelos culturais portugueses. Por isso, a primeira geraçãoromântica tinha a preocupação de garantir uma identidade nacional que nos separasse de Portugal, buscando no passado histórico elementos de origem nacional.

São apontadas três gerações de escritores românticos:

- Primeira geração: nacionalista, indianista e religiosa. Os poetas que se destacam são: Gonçalves Dias e Gonçalves de Magalhães.

- Segunda geração: é um período marcado pelo mal do século, apresenta egocentrismo irritado, pessimismo, satanismo e atração pela morte. Os poetas que se destacam são: Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela e Junqueira Freire.

- Terceira geração: esse período desenvolve uma poesia com caráter político e social, é formada pelo grupo condoreiro. O maior representante dessa fase é Castro Alves.


Primeira geração

Os primeiros românticos são conhecidos como nativistas, pois seus romances retratam índios vivendo livremente na natureza, numa representação idealizada. O índio é transformado no símbolo do homem livre e incorruptível.
Nosso Romantismo apresenta como traço essencial o nacionalismo, destacando o indianismo, o regionalismo, a pesquisa histórica, folclórica e linguística, e a crítica aos problemas nacionais.

Segunda geração

O tema que fascinou os escritores da segunda geração romântica brasileira foi a morte. Nas obras dos escritores desse período está presente uma visão negativa do mundo e da sociedade, onde expressam seu pessimismo e sentimento de inadequação à realidade, pois viviam uma vida desregrada, dividida entre os estudos acadêmicos, o ócio, os casos amorosos e a leitura de obras literárias, como as de Musset e Byron.
A segunda geração, também conhecida como ultrarromantismo, encontra no Brasil discípulos fervorosos, que diante do amor apresentam uma visão dualista, envolvendo atração e medo, desejo e culpa. Em seus poemas, a imagem de perfeição feminina apresenta os traços de morte, condenando implicitamente qualquer forma de manifestação física do amor.

Terceira geração

A terceira geração é também conhecida como “O condoreirismo”, os poetas dessa geração apresentam estilo grandioso ao tratarem de temas sociais, eram comprometidos com a causa abolicionista e republicana desenvolvendo, assim, a poesia social.
Castro Alves é o poeta que mais se destaca. Inspirado nos princípios de Victor Hugo, ele começa a escrever poemas sobre a escravidão. Há, retratado em seus poemas, o lado feio e esquecido pelos primeiros românticos: a escravidão dos negros, a opressão e a ignorância do povo brasileiro.
Castro Alves ficou conhecido como “o poeta dos escravos”.

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Arcadismo


O Balanço (década de 1730), de Nicolas Lancret

O Arcadismo, também conhecido como Setecentismo ou Neoclacissismo, é o movimento que compreende a produção literária brasileira na segunda metade do século XVIII. O nome faz referência à Arcádia, região do sul da Grécia que, por sua vez, foi nomeada em referência ao semideus Arcas (filho de Zeus e Calisto).
Denota-se, logo de início, as referências à mitologia grega que perpassa o movimento.
Profundas mudanças no contexto histórico mundial caracterizam o período, tais como a ascensão do Iluminismo, que pressupunha o racionalismo, o progresso e as ciências. Na América do Norte, ocorre a Independência dos Estados Unidos, em 1776, abrindo caminho para vários movimentos de independência ao longo de toda a América, como foi o caso do Brasil, que presenciou inúmeras revoluções e inconfidências até a chegada da Família Real em 1808.
O movimento tem características reformistas, pois seu intuito era o de dar novos ares às artes e ao ensino, aos hábitos e atitudes da época. A aristocracia em declínio viu sua riqueza esvair-se e dar lugar a uma nova organizaçõ econômica liderada pelo pensamento burguês.
Ao passo que os textos produzidos no período convencionado de Quinhentismo sofreram influência direta de Portugal e aqueles produzidos durante o Barroco, da cultura espanhola, os do Arcadismo, por sua vez, foram influenciados pela cultura francesa devido aos acontecimentos movidos pela burguesia que sacudiram toda a Europa (e o mundo Ocidental).

Segundo o crítico Alfredo Bosi em seu livro História Concisa da Literatura Brasileira (São Paulo: editora Cultrix, 2006) houve dois momentos do Arcadismo no Brasil:
a) poético: retorno à tradição clássica com a utilização dos seus modelos, e valorização da natureza e da mitologia.
b) ideológico: influenciados pela filosofia presente no Iluminismo, que traduz a crítica da burguesia culta aos abusos da nobreza e do clero.
Seus principais autores são Cláudio Manoel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Basílio da Gama e Santa Rita Durão. No Brasil, o ano convencionado para o início do Arcadismo é 1768, quando houve a publicação de Obras, do poeta Claudio Manoel da Costa.

Arcádia Ultramarina
Trata-se de uma sociedade literária fundada na cidade de Vila Rica (MG), influenciada pela Arcádia italiana (fundad em 1690) e cujos membros adotavam pseudônimos, isto é, nomes artísticos, de pastores cantados na poesia grega ou latina. Por isso que alguns dos principais nomes do Arcadismo brasileiro publicavam suas obras com nomes inspirados na mitologia grega e romana.

Principais características
- inspiração nos modelos clássicos greco-latinos e renascentistas, como por exemplo, em O Uraguai (gênero épico), em Marília de Dirceu (gênero lírico) e em Cartas Chilenas (gênero satírico);
- influência da filosofia francesa;
- mitologia pagã como elemento estético;
- o bom selvagem, expressão do filósofo Jean-Jacques Rousseau, denota a pureza dos nativos da terra fazem menção à natureza e à busca pela vida simples, bucólica e pastoril;
- tensão entre o burguês culto, da cidade, contra a aristocracia;
- pastoralismo: poetas simples e humildes;
- bucolismo: busca pelos valores da natureza;
- nativismo: referências à terra e ao mundo natural;
- tom confessional;
- estado de espírito de espontaneidade dos sentimentos;
- exaltação da pureza, da ingenuidade e da beleza.

Termos em latim
O uso de expressões em latim era comum no neoclacisssimo. Elas estavam associados ao estilo de vida simples e bucólico. Conheça algumas delas:

Inutilia truncat: "cortar o inútil", referência aos excessos cometidos pelas obras do barroco. No arcadismo, os poetas primavam pela simplicidade.
Fugere urbem: "fugir da cidade", do escritor clássico Horácio;
Locus amoenus: "lugar ameno", um refúgio ameno em detrimento dos centros urbanos monárquicos;
Carpe diem: "aproveitar a vida", o pastor, ciente da efemeridade do tempo, convida sua amada a aproveitar o momento presente.

Cabe ressaltar, no entanto, que os membros da Arcádia eram todos burgueses e habitantes dos centros urbanos. Por isso a eles são atribuídos um fingimento poético, isto é, a simulação de sentimentos fictícios.

Disponível em: http://www.soliteratura.com.br/arcadismo/

O dono da história: Uma proposta de aula de Literatura.

A Literatura é uma arte maravilhosa, não é verdade? Que tal permitir que seus alunos também percebam o quão encantador pode ser o universo das letras? Infelizmente, nem sempre conseguimos nos organizar para preparar aulas que despertem o interesse da turma, haja vista a grande quantidade de atribuições do dia a dia de um professor. Mas pensar na melhor maneira de apresentar um conteúdo não só deixa determinado assunto mais interessante como também estreita laços de afetividade entre mestre e alunos.
A proposta de aula de literatura que vamos apresentar hoje se chama “O dono da história”. Ela pode ser aplicada nas diversas fases, da Educação Infantil ao Ensino Médio, e deve partir do pressuposto de que os alunos conheçam, ainda que superficialmente, os livros escolhidos para a atividade. O jogo pode ser realizado no final do ano, quando todos os alunos leram os livros literários que foram adotados pela escola; pode ser jogado também durante o ano letivo e não precisa necessariamente ser baseado nos livros que os alunos estão lendo. Nessa última situação, escolha personagens clássicas de nossa literatura, personagens que possam ser facilmente reconhecidas pelos alunos.
Para executar nossa sugestão de aula de literatura, você vai precisar de alguns recursos didáticos muito simples, nada dispendioso ou difícil de ser feito, afinal de contas, nem sempre dispomos de tempo para preparar aulas muito elaboradas, o que é uma pena. Observe o passo a passo e boa aula!
O dono da história: ideias para a aula de literatura brasileira
► Passo 1: É hora de escolher as personagens. Lembre-se de adequar a abordagem para cada faixa etária. Aqui vamos sugerir uma aula de literatura para o Ensino Médio (lembrando que o mesmo jogo pode ser jogado com os pequenos a partir das histórias dos clássicos da literatura infantil ou com as personagens dos livros literários adotados pela escola), por isso é bom ficar atento aos interesses literários da turma. Não despreze o conhecimento que seus alunos já têm: você pode misturar personagens clássicos com personagens contemporâneos, sem problemas;
► Passo 2: Escolhidas as personagens, você deve fazer cartões com seus nomes impressos. O mesmo deve ser feito com as capas de livros, que poderão ser coloridas, o que facilita a visualização e aumenta o interesse dos alunos pela atividade (lembre-se de que todos nós somos extremamente sensoriais, por isso, é importante trabalhar com as cores);
► Passo 3: Você poderá dividir a turma em equipes, mas é importante que todos recebam a mesma tarefa, ou seja, as mesmas capas de livros e as mesmas personagens, assim todos terão as mesmas oportunidades. Se os alunos tiverem dificuldades para relacionar as histórias com suas respectivas personagens, você poderá distribuir pistas sobre suas características físicas e psicológicas, o que deixará o jogo ainda mais interessante;
► Passo 4: Caso você opte por criar equipes, a equipe vencedora será aquela com o maior número de acertos. Ao final da atividade, você poderá, nas aulas subsequentes, falar um pouco mais sobre os livros e sobre as personagens escolhidas. Não tenha dúvida de que esse tipo de aula, mais lúdica e dinâmica, pode ensinar muito mais do que várias aulas teóricas. Claro que a teoria é essencial para o ensino de qualquer disciplina, mas fugir da rotina é fundamental para manter nossos alunos sempre interessados e estimulados.
Caso você tenha alguma dificuldade para criar o seu “time” de personagens, abaixo seguem dez sugestões, personagens que os alunos geralmente conhecem:
Grande Sertão: Veredas, Vidas Secas e A hora da estrela imortalizaram suas personagens principais
Grande Sertão: Veredas, Vidas Secas e A hora da estrela imortalizaram suas personagens principais
 Capitu, personagem do livro Dom Casmurro, de Machado de Assis;
 Bentinho, personagem do livro Dom Casmurro, de Machado de Assis;
 Riobaldo, personagem do livro Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa;
 João Grilo, personagem do livro O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna;
 Cadela Baleia, personagem do livro Vidas secas, de Graciliano Ramos;
 Macabéa, personagem do livro A hora da estrela, de Clarice Lispector;
 Capitão Rodrigo, personagem do livro O tempo e o vento, de Erico Veríssimo;
 Pedro Bala, personagem do livro Capitães da areia, de Jorge Amado;
 Diadorim, personagem do livro Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa;
 Leonardo, personagem do livro Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida.

*A imagem que ilustra o miolo do artigo foi feita a partir da capa dos seguintes livros:
O tempo e o vento – O continente I. Erico Verissimo. Editora Globo.
A hora da estrela. Clarice Lispector. Editora Rocco.
Memórias de um sargento de milícias. Manuel Antônio de Almeida. Editora Melhoramentos.
Vidas secas. Graciliano Ramos. Editora Record.
Dom Casmurro. Machado de Assis. Editora Montecristo.
Capitães da areia. Jorge Amado. Editora Companhia das Letras.
Auto da Compadecida. Ariano Suassuna. Editora Agir.
Grande Sertão: Veredas. João Guimarães Rosa. Editora Nova Fronteira.

Por Luana Castro
Graduada em Letras


http://m.educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/o-dono-historia-uma-proposta-aula-literatura.htm

domingo, 23 de abril de 2017

Literatura informativa

Literatura informativa - Características e conceitoLiteratura informativa... de informação, evidentemente. Essa significativa característica, estimado(a) usuário(a), traz consigo o aspecto mais peculiar para que seus conhecimentos sejam aprimorados e, consequentemente, efetivados acerca do que foi as primeiras manifestações literárias em solo brasileiro. De informação porque, levando em conta os conhecimentos de que dispõe acerca dos dados históricos, os colonizadores, aqui chegando, resolveram desbravar esse precioso território mediante as belezas que aqui se faziam vistas. Desse modo, tudo que aqui encontram serviu de aparato para os relatos que se mostraram a serviço dos conhecimentos daqueles que lá estavam, além-mar.

Foi então que, por esse motivo,  Pero Vaz de Caminha, ao escrever a carta de achamento do Brasil documentou todas essas descobertas, cuja data se expressa em 1º de maio de 1500, ainda que ela pertença, somente a título de complementação, à literatura portuguesa. Dadas essas razões, estimado(a) usuário(a), sobretudo levando em consideração a importância de se estudar acerca de um fato marcante como esse, bem como apoiando no fato de que  a arte literária comporta os conhecimentos que devemos trazer conosco, achamos por bem criarmos este espaço, o qual prioriza aspectos pertinentes à chamada literatura de informação ou literatura dos cronistas e viajantes.

A literatura informativa surgiu no Brasil no século XVI, mais precisamente no ano de 1500 com o descobrimento do país por Portugal. Nesta época o continente europeu vivia em pleno Renascimento cultural e o gênero foi resultado das Grandes Navegações que tiveram o objetivo de descobrir novas rotas comerciais em direção às Índias. Este tipo de literatura possui caráter informativo, preocupando-se em descrever claramente a nova terra, sua fauna e flora, riquezas, habitantes e seus costumes.
Temos como pioneiro da literatura informativa, também bastante conhecida como Quinhentismo Brasileiro, o viajante Pero Vaz de Caminha. Com o descobrimento do Brasil no ano de 1500 os viajantes das Grandes Navegações acabaram por se deparar com uma terra completamente distinta à que conheciam, com fauna e flora exuberante, inúmeras riquezas inexploradas além de abrigar um povo estranho, com costumes e religião ainda desconhecida pelos europeus. Portugal, inclusive toda a Europa, vivia imersa num capitalismo a todo vapor, preocupada com suas riquezas e desenvolvimento econômico, bem diferente do Brasil no momento de seu descobrimento.
A ânsia por informações da nova terra era considerável, então Caminha redigiu em 1º de Maio daquele ano a Carta do Achamento, onde, pela primeira vez, leva a Portugal os dados e peculiaridades do nosso país. A carta exaltava as qualidades da terra, sua fauna e flora rica em diferentes espécies de plantas e animais exóticos, os estranhos costumes da população nativa e suas riquezas. Confira um trecho desta carta onde ele faz menção à beleza das índias em relação às europeias e a forma como se portavam naturalmente despidas.
E uma daquelas moças era toda tinta, de fundo a cima, daquela tintura, a qual, certo, era tão bem feita e tão redonda e sua vergonha, que ela não tinha, tão graciosa, que a muitas mulheres de nossa terra, vendo-lhes tais feições, fizera vergonha, por não terem a sua como ela. (…)”.

Características da Literatura Informativa

Estilo descritivo, com intenção de suprir as necessidades dos europeus que se encontravam além-mar.
Louvor e exaltação extrema a terra recém-descoberta.
Destaque para as belezas naturais e riquezas presentes na terra.
Por ser de estilo estritamente descritivo, o quinhentismo, ou literatura informativa, não foi, por muitos, considerada como literatura propriamente dita, contudo é um gênero literário que foi de extrema importância para o desenvolvimento inicial de nosso país e que enriqueceu a sua cultura. Após este tipo de literatura de descrição e informação o Brasil viu-se invadido por outro tipo de literatura, a dos Jesuítas que tinha como objetivo principal expandir o cristianismo.


Escolas literárias

As escolas literárias são subdivisões de duas grandes eras de nossa literatura: a Era Colonial e a Era Nacional.

Você já deve saber que a literatura brasileira é dividida em movimentos literários, também chamados de escolas literárias. O que você talvez não saiba ainda é que essa divisão é feita para facilitar o estudo das diferentes estéticas que compõem nossa história literária, bem como para facilitar o ensino de literatura nas escolas. As primeiras manifestações dessa arte no Brasil surgiram no século XVI, quando os primeiros cronistas escreveram os primeiros registros sobre a terra recém-descoberta e colonizada.
Sendo assim, nossa literatura começa a ser sistematizada a partir do Quinhentismo, expressão genérica que denomina todas as manifestações literárias ocorridas no Brasil durante o século XVI. Isso significa que nossa tradição literária conta com pouco mais de quinhentos anos, o que é pouco se comparada à milenar literatura europeia, por exemplo. Apesar de “jovem”, a literatura brasileira já vivenciou diferentes movimentos literários, movimentos esses que foram, inegavelmente, influenciados pela História do Brasil e do mundo.
A literatura brasileira pode ser dividida em duas grandes eras, momentos que acompanharam a evolução política e econômica do país: a Era Colonial e a Era Nacional, separadas por um período de transição que corresponde à emancipação política do Brasil. A Era Colonial, a vertente histórica de nossas letras, representa a literatura produzida sob a influência da literatura portuguesa. Esse período é representando pelas seguintes escolas:
  • Quinhentismo (de 1500 a 1601);
  • Barroco (de 1601 a 1768);
  • Arcadismo (de 1768 a 1808);
  • Período de Transição (de 1808 a 1836).
A Era Nacional marcou o início do desenvolvimento das formas literárias genuinamente brasileiras, período que prezou pela estética e pelo compromisso dos escritores em criar uma expressão própria que retratasse nossas características culturais, sociais e linguísticas. Por esse motivo, a Era Nacional é tida como a vertente estética da literatura brasileira, quando finalmente a autonomia literária foi estabelecida. Representam o período as seguintes escolas:

  • Romantismo (de 1836 a 1881);
  • Realismo (de 1881 a 1893);
  • Simbolismo (de 1893 a 1922);
  • Modernismo (de 1922 a 1945);
  • Tendências contemporâneas.

  • Para que você conheça mais sobre a literatura brasileira e seus diferentes períodos, o Mundo Educação preparou uma seção dedicada às escolas literárias que marcaram época em nosso país. Nela você encontrará artigos que têm como objetivo discutir os vários movimentos, os contextos históricos que os permeiam e as características estilísticas, bem como apresentar os principais escritores que contribuíram para a formação de nossa identidade literária. Boa leitura e bons estudos!
Fonte:http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/literatura/estilos-epoca.htm



Quadro Demonstrativo das Escolas Literárias em Portugal e no Brasil

* Brasil: Era colonial: 1500 - Literatura de Informação
1600 - Barroco
1768 - Arcadismo
Era nacional: 1836 - Romantismo
1881 - Realismo / Naturismo / Parnasianismo
1893 - Simbolismo
1902 - Pré-modernismo
1922 - Modernismo

* Portugal: Era Medieval: 1189 - Trovadorismo
1418 - Humanismo
1527 - Classicismo
1580 - Barroco
1756 - Arcadismo
Era moderna ou contemporânea: 1895 - Realismo / Naturismo
1890 - Simbolismo
1915 - Modernismo

Como se pode observar, os movimentos literários são praticamente os mesmo em Portugal e no Brasil, com poucas diferenças nas datas e no inicio e fim de cada escola. 







PERIODIZAÇÃO DA LITERATURA EM PORTUGAL E NO BRASIL - TROVADORISMO

 
(clique nas figuras para visualizá-las em tamanho maior)



* Estilo individual: maneira particular de um poeta utilizar a língua;

Estilos de Época ou Escolas Literárias: fases literárias menores caracterizadas em função dos estilos individuais dos artistas, do contexto histórico e das tendências de cada período.



 

CANTIGAS LÍRICAS
CANTIGAS DE AMOR
CANTIGAS DE AMIGO
- origem provençal;
- origem galego-portuguesa;
- eu-lírico masculino;
- eu-lírico feminino;
- objeto desejado: a dama;
- objeto desejado: o amigo;
- o homem presta a vassalaagem amorosa: sofre pelo amor não correspondido (coita);
- a mulher sofre pelo amante, namorado ausente;
- mulher idealizada, superior;
- mulher real, mais concreta;
- ambiente palaciano (aristocrático).
- ambiente rural (popular).


CANTIGAS SATÍRICAS
CANTIGA DE ESCÁRNIO
CANTIGA DE MALDIZER
- ataque indireto;
- ataque direto;
- predomínio da ironia e do sarcasmo;
- predomínio de palavras chulas (baixo nível);
- crítica a costumes, pessoas e acontecimentos;
- crítica a costumes, pessoas e acontecimentos;
- não declaração de nomes.
- declaração de nome da pessoa criticada.

Fonte: http://macieldealmeida.blogspot.com.br/2014/08/periodizacao-da-literatura-em-portugal.html

Pré-Modernismo no Brasil


O que foi, características, principais escritores e suas obras, contexto histórico, resumo do pré-modernismo na literatura brasileira


O Pré-Modernismo foi um período da literatura brasileira, que teve seu desenvolvimento nas décadas de 1910 e 1920. Muitos estudiosos da literatura brasileira afirmam que foi um período de transição entre o simbolismo e o modernismo.

O pré-modernismo é um conjunto de obras literárias que propunham as mesmas temáticas e formas do futuro movimento chamado Modernismo.

Contexto histórico

O Pré-Modernismo brasileiro situa-se no contexto histórico da consolidação da República. A expectativa de um novo Brasil, mais justo e moderno, com o advento do regime republicano foi frustrada. No novo regime, as desigualdades continuaram, a oligarquia se manteve no poder, a participação política ficou restrita às elites e os conflitos sociais (exemplos: Guerra da Vacina, Guerra do Contestado, Cangaço e Revolta da Chibata) pipocaram pelo Brasil. Foi este contexto que influenciou a produção literária das duas primeiras décadas do século XX.

O Pré-Modernismo acontece anos antes da Semana da Arte Moderna, em 1922, e é o período de transição entre as tendências do final do Simbolismo ou Parnasianismo, século XIX, e o Modernismo.

Neste período, alguns anos após a abolição da escravatura, muitos imigrantes, em sua maioria italianos, vêm ao Brasil substituir a mão-de-obra rural e escrava.

A urbanização de São Paulo faz surgir uma nova classe social: a operária, ao mesmo tempo em que os ex-escravos são marginalizados nos centros urbanos.

Os estados brasileiros passam por transformações na economia: a ascensão do café no Sul e Sudeste, e o declínio da cana-de-açúcar no Nordeste.

O governo republicano não garantia esperanças e não promovia as tão esperadas mudanças sociais, pelo contrário, a sociedade se encontrava dividida entre a elite detentora de dinheiro, respeito e poder das oligarquias rurais e a classe trabalhadora rural, bem como dos marginalizados nos centros urbanos.

A desigualdade social culminou em diversos movimentos sociais pelo Brasil, como a Revolta de Canudos, ocorrida no final do século XIX no sertão da Bahia, sob liderança de Antônio Conselheiro, dentre outros movimentos de protesto às condições de vida no Nordeste. Além disso, ocorreu também os movimentos protestantes no meio urbano, como a Revolta da Chibata, em 1910, contra o maltrato da Marinha à corporação e também as greves de operários.Já no começo do século XX começa a surgir os primeiros indícios da crise cafeeira com a superprodução de café, a chamada crise da “República Café-com-Leite”.

É em meio a este quadro na sociedade brasileira que começa no Brasil uma nova produção literária, intitulada de Pré-Modernismo pelo crítico literário Tristão de Ataíde. Trata-se das obras literárias de um grupo de escritores que propunham as mesmas temáticas e formas, as que seriam enquadradas no futuro movimento literário: o Modernismo. Destaca-se neste período a obra Os sertões, de Euclides da Cunha e Canaã de Graça Aranha. Contudo, o Pré-Modernismo não é tido como uma “escola literária”, pois apresenta características individuais muito marcantes.


No entanto, há características comuns às obras desse período: a ruptura com a linguagem pomposa parnasiana; a exposição da realidade social brasileira; o regionalismo; a marginalidade exposta nas personagens e associação aos fatos políticos, econômicos e sociais.

Os principais autores pré-modernistas são: Euclides da Cunha, Augusto dos Anjos, Lima Barreto, Graça Aranha, Monteiro Lobato.


Principais características do Pré-Modernismo no Brasil:


- Abordagem de problemas sociais brasileiros (desigualdade, conflitos, pobreza e exclusão social e política). Estes temas serão retratados, principalmente, nas obras de dois importantes escritores do período: Lima Barreto e Euclides da Cunha.


- Regionalismo: valorização de aspectos culturais de regiões do Brasil.

- Estética literária marcada por valores do Naturalismo.

- Mistura de estilos literários de escolas anteriores.

- Surgimento, em alguns escritores (Lima Barreto, por exemplo) do uso da linguagem coloquial.

- Surgimento, embora o conservadorismo ainda se faça presente, de inovações técnicas na forma de expressão literária.

* importante: por não se tratar de uma escola literária, mas sim um período de transição, as características acima não estão presentes nas obras de todos os escritores pré-modernistas. Cada escritor possui seu próprio estilo e suas próprias temáticas de destaque.

Principais escritores pré-modernistas e suas obras:

- Lima Barreto – escritor carioca, autor de Triste Fim de Policarpo Quaresma.
- Monteiro Lobato – escritor paulista, autor de Cidades Mortas e Urupês.
- Graça Aranha – escritor maranhense, autor de Canaã.
- Euclides da Cunha – escritor carioca cuja principal obra foi Os sertões.
- João Simões Lopes Neto – escritor gaúcho, autor de Contos Gauchescos e Lendas do Sul.
- Augusto dos Anjos – poeta paraibano, autor da obra Eu.