domingo, 23 de abril de 2017

Literatura informativa

Literatura informativa - Características e conceitoLiteratura informativa... de informação, evidentemente. Essa significativa característica, estimado(a) usuário(a), traz consigo o aspecto mais peculiar para que seus conhecimentos sejam aprimorados e, consequentemente, efetivados acerca do que foi as primeiras manifestações literárias em solo brasileiro. De informação porque, levando em conta os conhecimentos de que dispõe acerca dos dados históricos, os colonizadores, aqui chegando, resolveram desbravar esse precioso território mediante as belezas que aqui se faziam vistas. Desse modo, tudo que aqui encontram serviu de aparato para os relatos que se mostraram a serviço dos conhecimentos daqueles que lá estavam, além-mar.

Foi então que, por esse motivo,  Pero Vaz de Caminha, ao escrever a carta de achamento do Brasil documentou todas essas descobertas, cuja data se expressa em 1º de maio de 1500, ainda que ela pertença, somente a título de complementação, à literatura portuguesa. Dadas essas razões, estimado(a) usuário(a), sobretudo levando em consideração a importância de se estudar acerca de um fato marcante como esse, bem como apoiando no fato de que  a arte literária comporta os conhecimentos que devemos trazer conosco, achamos por bem criarmos este espaço, o qual prioriza aspectos pertinentes à chamada literatura de informação ou literatura dos cronistas e viajantes.

A literatura informativa surgiu no Brasil no século XVI, mais precisamente no ano de 1500 com o descobrimento do país por Portugal. Nesta época o continente europeu vivia em pleno Renascimento cultural e o gênero foi resultado das Grandes Navegações que tiveram o objetivo de descobrir novas rotas comerciais em direção às Índias. Este tipo de literatura possui caráter informativo, preocupando-se em descrever claramente a nova terra, sua fauna e flora, riquezas, habitantes e seus costumes.
Temos como pioneiro da literatura informativa, também bastante conhecida como Quinhentismo Brasileiro, o viajante Pero Vaz de Caminha. Com o descobrimento do Brasil no ano de 1500 os viajantes das Grandes Navegações acabaram por se deparar com uma terra completamente distinta à que conheciam, com fauna e flora exuberante, inúmeras riquezas inexploradas além de abrigar um povo estranho, com costumes e religião ainda desconhecida pelos europeus. Portugal, inclusive toda a Europa, vivia imersa num capitalismo a todo vapor, preocupada com suas riquezas e desenvolvimento econômico, bem diferente do Brasil no momento de seu descobrimento.
A ânsia por informações da nova terra era considerável, então Caminha redigiu em 1º de Maio daquele ano a Carta do Achamento, onde, pela primeira vez, leva a Portugal os dados e peculiaridades do nosso país. A carta exaltava as qualidades da terra, sua fauna e flora rica em diferentes espécies de plantas e animais exóticos, os estranhos costumes da população nativa e suas riquezas. Confira um trecho desta carta onde ele faz menção à beleza das índias em relação às europeias e a forma como se portavam naturalmente despidas.
E uma daquelas moças era toda tinta, de fundo a cima, daquela tintura, a qual, certo, era tão bem feita e tão redonda e sua vergonha, que ela não tinha, tão graciosa, que a muitas mulheres de nossa terra, vendo-lhes tais feições, fizera vergonha, por não terem a sua como ela. (…)”.

Características da Literatura Informativa

Estilo descritivo, com intenção de suprir as necessidades dos europeus que se encontravam além-mar.
Louvor e exaltação extrema a terra recém-descoberta.
Destaque para as belezas naturais e riquezas presentes na terra.
Por ser de estilo estritamente descritivo, o quinhentismo, ou literatura informativa, não foi, por muitos, considerada como literatura propriamente dita, contudo é um gênero literário que foi de extrema importância para o desenvolvimento inicial de nosso país e que enriqueceu a sua cultura. Após este tipo de literatura de descrição e informação o Brasil viu-se invadido por outro tipo de literatura, a dos Jesuítas que tinha como objetivo principal expandir o cristianismo.


Escolas literárias

As escolas literárias são subdivisões de duas grandes eras de nossa literatura: a Era Colonial e a Era Nacional.

Você já deve saber que a literatura brasileira é dividida em movimentos literários, também chamados de escolas literárias. O que você talvez não saiba ainda é que essa divisão é feita para facilitar o estudo das diferentes estéticas que compõem nossa história literária, bem como para facilitar o ensino de literatura nas escolas. As primeiras manifestações dessa arte no Brasil surgiram no século XVI, quando os primeiros cronistas escreveram os primeiros registros sobre a terra recém-descoberta e colonizada.
Sendo assim, nossa literatura começa a ser sistematizada a partir do Quinhentismo, expressão genérica que denomina todas as manifestações literárias ocorridas no Brasil durante o século XVI. Isso significa que nossa tradição literária conta com pouco mais de quinhentos anos, o que é pouco se comparada à milenar literatura europeia, por exemplo. Apesar de “jovem”, a literatura brasileira já vivenciou diferentes movimentos literários, movimentos esses que foram, inegavelmente, influenciados pela História do Brasil e do mundo.
A literatura brasileira pode ser dividida em duas grandes eras, momentos que acompanharam a evolução política e econômica do país: a Era Colonial e a Era Nacional, separadas por um período de transição que corresponde à emancipação política do Brasil. A Era Colonial, a vertente histórica de nossas letras, representa a literatura produzida sob a influência da literatura portuguesa. Esse período é representando pelas seguintes escolas:
  • Quinhentismo (de 1500 a 1601);
  • Barroco (de 1601 a 1768);
  • Arcadismo (de 1768 a 1808);
  • Período de Transição (de 1808 a 1836).
A Era Nacional marcou o início do desenvolvimento das formas literárias genuinamente brasileiras, período que prezou pela estética e pelo compromisso dos escritores em criar uma expressão própria que retratasse nossas características culturais, sociais e linguísticas. Por esse motivo, a Era Nacional é tida como a vertente estética da literatura brasileira, quando finalmente a autonomia literária foi estabelecida. Representam o período as seguintes escolas:

  • Romantismo (de 1836 a 1881);
  • Realismo (de 1881 a 1893);
  • Simbolismo (de 1893 a 1922);
  • Modernismo (de 1922 a 1945);
  • Tendências contemporâneas.

  • Para que você conheça mais sobre a literatura brasileira e seus diferentes períodos, o Mundo Educação preparou uma seção dedicada às escolas literárias que marcaram época em nosso país. Nela você encontrará artigos que têm como objetivo discutir os vários movimentos, os contextos históricos que os permeiam e as características estilísticas, bem como apresentar os principais escritores que contribuíram para a formação de nossa identidade literária. Boa leitura e bons estudos!
Fonte:http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/literatura/estilos-epoca.htm



Quadro Demonstrativo das Escolas Literárias em Portugal e no Brasil

* Brasil: Era colonial: 1500 - Literatura de Informação
1600 - Barroco
1768 - Arcadismo
Era nacional: 1836 - Romantismo
1881 - Realismo / Naturismo / Parnasianismo
1893 - Simbolismo
1902 - Pré-modernismo
1922 - Modernismo

* Portugal: Era Medieval: 1189 - Trovadorismo
1418 - Humanismo
1527 - Classicismo
1580 - Barroco
1756 - Arcadismo
Era moderna ou contemporânea: 1895 - Realismo / Naturismo
1890 - Simbolismo
1915 - Modernismo

Como se pode observar, os movimentos literários são praticamente os mesmo em Portugal e no Brasil, com poucas diferenças nas datas e no inicio e fim de cada escola. 







PERIODIZAÇÃO DA LITERATURA EM PORTUGAL E NO BRASIL - TROVADORISMO

 
(clique nas figuras para visualizá-las em tamanho maior)



* Estilo individual: maneira particular de um poeta utilizar a língua;

Estilos de Época ou Escolas Literárias: fases literárias menores caracterizadas em função dos estilos individuais dos artistas, do contexto histórico e das tendências de cada período.



 

CANTIGAS LÍRICAS
CANTIGAS DE AMOR
CANTIGAS DE AMIGO
- origem provençal;
- origem galego-portuguesa;
- eu-lírico masculino;
- eu-lírico feminino;
- objeto desejado: a dama;
- objeto desejado: o amigo;
- o homem presta a vassalaagem amorosa: sofre pelo amor não correspondido (coita);
- a mulher sofre pelo amante, namorado ausente;
- mulher idealizada, superior;
- mulher real, mais concreta;
- ambiente palaciano (aristocrático).
- ambiente rural (popular).


CANTIGAS SATÍRICAS
CANTIGA DE ESCÁRNIO
CANTIGA DE MALDIZER
- ataque indireto;
- ataque direto;
- predomínio da ironia e do sarcasmo;
- predomínio de palavras chulas (baixo nível);
- crítica a costumes, pessoas e acontecimentos;
- crítica a costumes, pessoas e acontecimentos;
- não declaração de nomes.
- declaração de nome da pessoa criticada.

Fonte: http://macieldealmeida.blogspot.com.br/2014/08/periodizacao-da-literatura-em-portugal.html

Pré-Modernismo no Brasil


O que foi, características, principais escritores e suas obras, contexto histórico, resumo do pré-modernismo na literatura brasileira


O Pré-Modernismo foi um período da literatura brasileira, que teve seu desenvolvimento nas décadas de 1910 e 1920. Muitos estudiosos da literatura brasileira afirmam que foi um período de transição entre o simbolismo e o modernismo.

O pré-modernismo é um conjunto de obras literárias que propunham as mesmas temáticas e formas do futuro movimento chamado Modernismo.

Contexto histórico

O Pré-Modernismo brasileiro situa-se no contexto histórico da consolidação da República. A expectativa de um novo Brasil, mais justo e moderno, com o advento do regime republicano foi frustrada. No novo regime, as desigualdades continuaram, a oligarquia se manteve no poder, a participação política ficou restrita às elites e os conflitos sociais (exemplos: Guerra da Vacina, Guerra do Contestado, Cangaço e Revolta da Chibata) pipocaram pelo Brasil. Foi este contexto que influenciou a produção literária das duas primeiras décadas do século XX.

O Pré-Modernismo acontece anos antes da Semana da Arte Moderna, em 1922, e é o período de transição entre as tendências do final do Simbolismo ou Parnasianismo, século XIX, e o Modernismo.

Neste período, alguns anos após a abolição da escravatura, muitos imigrantes, em sua maioria italianos, vêm ao Brasil substituir a mão-de-obra rural e escrava.

A urbanização de São Paulo faz surgir uma nova classe social: a operária, ao mesmo tempo em que os ex-escravos são marginalizados nos centros urbanos.

Os estados brasileiros passam por transformações na economia: a ascensão do café no Sul e Sudeste, e o declínio da cana-de-açúcar no Nordeste.

O governo republicano não garantia esperanças e não promovia as tão esperadas mudanças sociais, pelo contrário, a sociedade se encontrava dividida entre a elite detentora de dinheiro, respeito e poder das oligarquias rurais e a classe trabalhadora rural, bem como dos marginalizados nos centros urbanos.

A desigualdade social culminou em diversos movimentos sociais pelo Brasil, como a Revolta de Canudos, ocorrida no final do século XIX no sertão da Bahia, sob liderança de Antônio Conselheiro, dentre outros movimentos de protesto às condições de vida no Nordeste. Além disso, ocorreu também os movimentos protestantes no meio urbano, como a Revolta da Chibata, em 1910, contra o maltrato da Marinha à corporação e também as greves de operários.Já no começo do século XX começa a surgir os primeiros indícios da crise cafeeira com a superprodução de café, a chamada crise da “República Café-com-Leite”.

É em meio a este quadro na sociedade brasileira que começa no Brasil uma nova produção literária, intitulada de Pré-Modernismo pelo crítico literário Tristão de Ataíde. Trata-se das obras literárias de um grupo de escritores que propunham as mesmas temáticas e formas, as que seriam enquadradas no futuro movimento literário: o Modernismo. Destaca-se neste período a obra Os sertões, de Euclides da Cunha e Canaã de Graça Aranha. Contudo, o Pré-Modernismo não é tido como uma “escola literária”, pois apresenta características individuais muito marcantes.


No entanto, há características comuns às obras desse período: a ruptura com a linguagem pomposa parnasiana; a exposição da realidade social brasileira; o regionalismo; a marginalidade exposta nas personagens e associação aos fatos políticos, econômicos e sociais.

Os principais autores pré-modernistas são: Euclides da Cunha, Augusto dos Anjos, Lima Barreto, Graça Aranha, Monteiro Lobato.


Principais características do Pré-Modernismo no Brasil:


- Abordagem de problemas sociais brasileiros (desigualdade, conflitos, pobreza e exclusão social e política). Estes temas serão retratados, principalmente, nas obras de dois importantes escritores do período: Lima Barreto e Euclides da Cunha.


- Regionalismo: valorização de aspectos culturais de regiões do Brasil.

- Estética literária marcada por valores do Naturalismo.

- Mistura de estilos literários de escolas anteriores.

- Surgimento, em alguns escritores (Lima Barreto, por exemplo) do uso da linguagem coloquial.

- Surgimento, embora o conservadorismo ainda se faça presente, de inovações técnicas na forma de expressão literária.

* importante: por não se tratar de uma escola literária, mas sim um período de transição, as características acima não estão presentes nas obras de todos os escritores pré-modernistas. Cada escritor possui seu próprio estilo e suas próprias temáticas de destaque.

Principais escritores pré-modernistas e suas obras:

- Lima Barreto – escritor carioca, autor de Triste Fim de Policarpo Quaresma.
- Monteiro Lobato – escritor paulista, autor de Cidades Mortas e Urupês.
- Graça Aranha – escritor maranhense, autor de Canaã.
- Euclides da Cunha – escritor carioca cuja principal obra foi Os sertões.
- João Simões Lopes Neto – escritor gaúcho, autor de Contos Gauchescos e Lendas do Sul.
- Augusto dos Anjos – poeta paraibano, autor da obra Eu.